ISRAEL, A ESCOLHA DA DEMOCRACIA – POR FLORIANO PESARO

309_especial_2_1Nestas partes do mundo, temos certeza de viver em uma ampla democracia, estabelecida há setenta anos. Infelizmente, a região não conta com outros exemplos similares.


Durante mais de dois mil anos, o judeu, que estava espalhado pelo muito, ansiava voltar à sua terra sagrada, Israel e Jerusalém. Durante mais de dois mil anos, a judeu foi humilhado, perseguido, torturado e até assassinado pelo antissemitismo que já reinava no mundo.

No final do século XIX, surgiu um intelectual, Theodore Herzl, que começou um movimento para enfrentar a questão judaica e reivindicar o direito de voltar à terra de Israel.

Embora houvesse judeus lá desde sempre, foi a partir do movimento sionista que foi criada uma estratégia importante de volta ao Oriente Médio.

As primeiras levas de imigrantes eram constituídas especialmente de judeus oriundos da Europa, especialmente elementos de formação intelectual que resolveram criar fazendas coletivas com visão socialista.

Foi aí que o espírito da pátria a ser criada foi desenvolvido.

Os princípios de liberdade e igualdade foram a mola mestra que definiram o tipo de nação que os judeus ansiavam.

A população judia foi crescendo na região e, após a enorme tragédia da Segunda Guerra Mundial, com 6 milhões de judeus assassinados pelo nazismo, o mundo reconheceu a necessidade de criar um novo país na região, resgatando o direito de um povo.

Em 14 de Maio de 1948 renascia o Estado de Israel. O documento que foi escrito então é uma ode à liberdade, justiça e igualdade.

Com as premissas sociais existentes no Livro dos Livros, afirmamos nossos princípios mais altos de tolerância e de portas abertas, principalmente a qualquer judeu do mundo.

Reafirmamos nossa vontade de viver em paz com nossos vizinhos, sem abrir mão de nossa segurança e de nosso direito à sobrevivência. Reiteramos a crença de uma justiça maior para todos, com o compromisso da responsabilidade pessoal e social. E mesmo com uma população eminentemente judia, nosso país estabeleceu um governo laico.

Desde então, levas e levas de imigrantes chegaram a esta terra. O rico e o maltrapilho, o religioso e o intelectual, os perseguidos e os idealistas. Nós, que já fomos estrangeiros em terras dos outros, abrimos nossas portas para os estrangeiros de hoje.

O tecido social de Israel é formado por pessoas de toda a sorte e seus direitos são respeitados por nossa justiça.

O árabe, a mulher, o gay, o negro, o pacifista e o beligerante, todos eles sabem que suas vozes podem ser ouvidas e suas vidas protegidas por todas as cortes do país. Como disse Voltaire: ”Podemos discordar do que você fala, mas defendemos até a morte seu direito de falar.”

Somos famosos pela eficácia e coragem de nossas Forças Armadas, mas também somos reconhecidos pela independência de nossos juízes.

Nestas partes do mundo, temos certeza de viver em uma ampla democracia, estabelecida há setenta anos. Infelizmente, a região não conta com outros exemplos similares.

Aqui, neste país tão intenso, podemos encontrar nossas dificuldades, podemos discordar de nosso amigo e de nosso governo, podemos ter estilos de vida completamente opostos, mas sabemos que existe um sistema de governo e de lei que nos garante nossos mais altos direitos.

Devemos todos desejar que nossos adversários consigam evoluir e estabelecer princípios morais similares para que possamos atingir a paz tão necessária.

Floriano Pesaro
Deputado Federal

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