O QUE SIGNIFICA SER RESPONSÁVEL – POR AKIM ROHULA NETO

331_saúde_2_1Agir de maneira responsável envolve conhecer suas capacidades a fim de ter uma noção clara de até onde você consegue dar respostas.


Ouvimos muito: “seja responsável”. Porém, para muitas pessoas esta frase soa muito mais como a cobrança de algo ruim, ligado à culpa do que a algo bom, ligado, por exemplo, a competência e liberdade. Afinal, o que é ser responsável?

Responsabilidade é a competência de quem é responsável. Porém, “ser” não é o verbo mais interessante neste contexto, visto que é possível sermos muito responsáveis em determinada área e pouco em outras.

Responsabilidade tem a ver com a capacidade em dar respostas à determinadas situações. Neste sentido, eu, enquanto psicólogo, sou muito mais responsável em temas ligados à saúde mental do que ao mercado financeiro, por exemplo. Minha esfera de competência me faz mais capaz de responder a algumas situações e menos à outras.

Quando falamos em responsabilidade como um traço de caráter, estamos observando o comportamento de uma pessoa. O ponto de análise é a forma pela qual ela lida os vários temas de sua vida. Assim sendo, avaliamos se a pessoa é “pró ativa” e busca por respostas mesmo quando não é competente ou se ela é reativa e apenas dá respostas quando sabe o que fazer. A pró atividade busca por respostas e a reatividade reage às imposições da vida.

“Agir” de forma responsável, portanto, é um verbo mais adequado do que “ser” ou não responsável. Até porque, muitas vezes não precisamos agir de forma responsável. Em outras palavras, o que quero dizer é que a responsabilidade não é um absoluto para tudo o que ocorre conosco. Muitas vezes é saudável agir de forma passiva. Reconhecer esta diferença é uma habilidade muito interessante.

Isso vale tanto para a pessoa “super” responsável, ou seja, aquela que assume para si a necessidade de dar respostas para situações que não são de sua responsabilidade; tanto quanto para a “hipo” responsável, a pessoa que quer que o mundo resolva seus problemas. Estes dois pólos precisam aprender limites mais adequados, a fim de poder se responsabilizar de maneira mais precisa.

Agir de maneira responsável, portanto, envolve conhecer suas capacidades a fim de ter uma noção clara de até onde você consegue dar respostas. Entender de forma clara o seu papel nas diversas áreas de vida, para não se cobrar por situações que não são de sua responsabilidade. Tendo estes limites, lidar de forma ativa com aquilo que é de sua incumbência e permitir-se relaxar com o que não é.

Por fim, resta a questão da liberdade, pois a responsabilidade é parte do exercício da liberdade. A pessoa livre faz escolhas e por este motivo, precisa responsabilizar-se não apenas pelos atos que a levarão de encontro com as escolhas que fez, como com as consequências destes atos.


AKIM ROHULA NETO – Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Psicologia Corporal pelo Instituto Reichiano Psicologia Clínica e Centro de Estudos e em Programação Neurolingüística. Saiba mais.

akimrohula@gmail.com

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