IOM YERUSHALAIM – POR MENDY TAL

335_ESPECIAL_2_1“Jerusalém nunca foi uma cidade fácil …, presa entre os extremos da política e da religião. Não é à toa que a chamam de a cidade de Deus, diante do que os homens que lá vivem se sentem pequenos.” (Teddy Kollek, prefeito da cidade de Jerusalém de 1965 até 1993).

Por que comemoramos Iom Yerushalayim em 28 de Iyar?

Porque a cidade mais essencial do povo judeu sofreu e sofreu. Muitos tentaram e alguns conseguiram expulsar nosso povo de Yerushalayim. Os babilônios nos conquistaram e nos levaram à sua terra, mas, desde as margens dos rios da Babilônia, os judeus soluçavam e jorravam torrentes de lágrimas, lembrando da cidade sagrada. Então, quiseram minar nosso povo de outra forma, obrigando a helenização de Yerushalayim, proibindo o estudo da Torá e os rituais judaicos. E os macabeus lutaram. Até que os romanos, no início do primeiro milênio, expulsaram novamente nosso povo de sua terra, de sua Yerushalayim. A grande diáspora tornou-se triste realidade. A cidade do Primeiro e do Segundo Templo, da Arca Sagrada, do Monte Moriá transformar-se-ia em objeto de desejo para o povo das letras.

Nestes quase 2 mil anos de separação dos hebreus e seu lar, nunca Jerusalém foi esquecida. Sempre foi parte primordial do sonho dos hebreus. Em suas datas religiosas mais significativas, como em Iom Kipur, Yeushalaim foi citada e recitada, dando voz à aspiração de para lá voltar. O movimento sionista tem em seu nome esculpida a palavra Tsion, um dos nomes da cidade sagrada.

O exílio foi longo e sofrido. Em 1948, recuperamos só uma parte de nossa amada cidade. Mas, finalmente, em 07 de Junho de 1967, Yerushalayim nos foi resgatada em sua plenitude. Nada pode ser feliz a partir de uma guerra, mas nos primeiros dias de Junho, durante a guerra de 1967, Milchemet Sheshet HaIamim, tivemos muitos momentos de orgulho dos nossos soldados. Então, enfim, escutamos boquiabertos o som dos passos dos nossos jovens, nossos bravos soldados, entre tiros e instruções militares, caminhando emocionados, aos prantos. Prantos de tristeza pelos amigos caídos, mas prantos também de imensa emoção por se aproximarem do Kotel, o monumento maior do Judaísmo, a lembrança da era do Templo. O General Shlomo Goren enfatizou este momento de extrema emoção tocando o shofar sem parar até chegar ao Muro das Lamentações.

Depois de milhares de anos de luto e de anseios, a alegria chegou e a mais sagrada cidade do Judaísmo, Yerushalayim, volta a unificar-se. Mais uma vez escuta-se o shofar dentro dos muros da cidade de Davi. Como um eco da importância da frase recitada nos sedarim de Pessach, “O ano que vem em Ierushalaim,” o vigésimo oitavo dia de Yiar traz hoje a alegria dos tempos de reunificação.

Yerushalayim hoje borbulha com sons e odores do passado e do presente. Suas antigas vielas da Ir Haatiká continuam lá, junto das novas avenidas, hotéis, restaurantes e bares.

Os judeus religiosos mantêm todos os seus costumes, enquanto uma população mais liberal encontra também lá um porto seguro.

Universidades, o Knesset, os museus, notadamente o Iad Vashem, só vieram agregar valor a esta joia inestimável de nosso país e de nosso povo.

Cidade milenar dos judeus, hoje tem até uma data própria para que a reverenciemos.

Feliz aniversário de reunificação, Ir Kedoshá, Ierushalaim.


Mendy Tal – Cientista político e Ativista Comunitário.

Nota – O aniversário de reunificação foi comemorado no domingo, 2 de Junho – 28 de Iyar.

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