UM TRISTE RETRATO DA EUROPA – POR MENDY TAL

341_especial_3_1Vale a pena considerar quando vai chegar o dia de abandonarmos estes países e recomeçar uma vida em outros ou no próprio Estado Judeu.


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Para entender e justificar o alto grau de alerta contra a expansão do antissemitismo na Europa, devemos nos haver com uma longa e trágica cronologia dos ataques terroristas no território do Velho Mundo nos últimos 5 anos.

O atentado ao Museu Judaico de Bruxelas, em maio de 2014, foi o primeiro alarme. Com ele as autoridades belgas descobriram que a capital da Europa era alvo terrorista e a segurança começou a ser reforçada em locais estratégicos. Mas os ataques, realizados então por um jihadista francês, estavam longe de ser um episódio isolado.

07 de janeiro de 2015 — Um ataque liderado por dois irmãos à sede da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, França, matou 12 pessoas e feriu outras 11, incluindo jornalistas e polícias. O ataque foi reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI).

09 de janeiro de 2015 — Quatro pessoas morreram durante a tomada de reféns num supermercado em Paris, depois de o autor ter matado um policial no dia anterior. O assaltante alegou ligações ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.

14 de fevereiro de 2015 — Um dinamarquês de origem palestina, que tinha prometido fidelidade ao Estado Islâmico, abriu fogo num centro cultural de Copenhaguem, na Dinamarca, matando um cineasta, que estava presente numa conferência sobre liberdade de expressão. À noite, ainda em fuga das autoridades, matou um religioso em frente a uma sinagoga.

13 de novembro de 2015 — No mais grave atentado terrorista em território francês, o EI reivindicou vários ataques na sala de espetáculos Bataclan, nos arredores do estádio nacional e em diversos bares e restaurantes de Paris, que fizeram 130 mortos e mais de 350 feridos.

22 de março de 2016 — Um atentado terrorista, reivindicado pelo EI, na estação de metro de Maelbeek e no aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, fez 32 mortos e mais de 340 feridos.

4 de julho de 2016 — No dia nacional em França, um tunisiano numa caminhonete dirigiu-se contra a multidão, na Promenade des Anglais, a mais movimentada avenida de Nice, França, provocando 86 mortos e fazendo 450 feridos.

O ataque foi reivindicado pelo EI.

19 de dezembro de 2016 — Um tunisiano numa caminhonete entrou num mercado de Natal em Berlim, na Alemanha, e fez 12 mortos e 48 feridos, num ataque que foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

22 de março de 2017 — Um britânico convertido ao islamismo subiu no passeio da ponte de Westminster, em Londres, Inglaterra, antes de esfaquear um policial que o interpelou. O ataque foi reivindicado pelo EI e fez cinco mortos.

7 de abril de 2017 — Um homem, do Uzbequistão, conduzindo mais outra caminhonete avançou sobre uma movimentada rua do centro de Estocolmo, na Suécia, matando cinco pessoas.

22 de maio de 2017 — um atentado suicida, em Manchester, Inglaterra, matou 22 pessoas e feriu outras 100, no final de um concerto da estrela pop norte-americana Ariana Grande.

O ataque foi reivindicado pelo EI.

03 de junho de 2017 — Três terroristas numa caminhonete conduziram sobre uma multidão, na London Bridge, em Londres, Inglaterra, parando o veículo para esfaquearem várias pessoas, fazendo oito mortos, num ataque reivindicado pelo EI.

17 de agosto de 2017 – Um homem conduzindo uma caminhonete, de novo, dirigiu-se à multidão de pessoas nas Ramblas, a avenida mais turística de Barcelona, Espanha, matando 14 transeuntes e o motorista a quem roubou o veículo. Poucas horas depois, cinco dos seus cúmplices acionaram um carro-bomba em Cambrils, ao sul de Barcelona.

Estes dois ataques, em um ato programado, foram reivindicados pelo EI e provocaram, no total, 16 mortos e 125 feridos.

18 de agosto de 2017 — Um homem radicalizado pelo EI matou duas pessoas e feriu outras oito, em Turku, na Finlândia.

23 de março de 2018 — Vários ataques em Carcassonne e em Trebes, França, perpetrados por um homem dizendo pertencer ao EI, provocaram quatro mortos e 15 feridos.

29 de maio de 2018 — Um agressor radicalizado pelo EI matou dois policiais e um estudante, num ataque em Liège, na Bélgica.

11 de dezembro de 2018 — Um homem que tinha jurado fidelidade ao EI cometeu um atentado num mercado natalício, em Estrasburgo, França, que provocou cinco mortos e 12 feridos.

Finalmente, em 19 de Março deste ano de 2019, um atirador abriu fogo contra passageiros em um bonde na cidade de Utrecht, na Holanda. O ataque deixou três mortos.

A lista é realmente extensa.

Mas existem, ainda mais, incidentes e manifestações veementemente antissemitas espalhadas por toda a Europa, perpetradas por árabes fundamentalistas e pela população nacional socialista de extrema direita por todos os cantos do território.

Passamos os dias preocupados onde será o próximo ataque.

De fato, está difícil ser judeu na Europa.

Vale a pena considerar quando vai chegar o dia de abandonarmos estes países e recomeçar uma vida em outros ou no próprio Estado Judeu.


Mendy Tal – Cientista político e ativista comunitário.

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