SELO DE ARACY DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA FECHA A SÉRIE “MULHERES BRASILEIRAS”

347_Fique_4_1Os Correios colocaram em circulação, nesta quarta-feira (4 de dezembro), a emissão “Mulheres Brasileiras que fizeram História: Aracy de Carvalho Guimarães Rosa”, última da série que reconheceu personalidades femininas do país que tiveram destaque em âmbito nacional e internacional. A sexta emissão homenageia Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, considerada heroína por ter arriscado a própria vida para salvar judeus na Segunda Guerra Mundial. Eventos de lançamento serão realizados na próxima quarta (11), no Memorial do Holocausto, em São Paulo, e na Reitoria da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.

A história do “Anjo de Hamburgo”, como Aracy ficou conhecida pela luta em defesa da vida, é um exemplo de coragem e amor ao próximo. A paranaense era filha de pai brasileiro e mãe alemã e, ainda criança, mudou-se com os pais para São Paulo. Teve um filho, Eduardo Carvalho Tess, fruto do seu primeiro casamento com o alemão Johann Eduard Ludwig Tess. Mudou-se para Alemanha em 1934 com o filho de apenas cinco anos de idade, após o divórcio. Encontrou um país com um cenário político, sociocultural e econômico afetado pela intolerância e pelo ódio que oprimia e matava os judeus. Falava inglês, francês e alemão e, em 1936, encontrou trabalho no Itamaraty, assumindo a chefia da Seção de Passaportes do consulado brasileiro em Hamburgo. Em sua jornada no consulado, mesmo sabendo das restrições legais para a entrada de judeus no Brasil, Aracy continuou emitindo os vistos, possibilitando a entrada dos judeus em nosso país.

Aracy conheceu João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores brasileiros, que acabara de ser transferido para Hamburgo. Uniram-se ainda na Alemanha, quando Guimarães Rosa era Cônsul-Adjunto, tornando-se cúmplice da nobre e justa, porém perigosa, iniciativa de Aracy. O casal permaneceu naquele país até 1942, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha, passando a apoiar os aliados da 2ª Grande Guerra. A união de Aracy e Guimarães Rosa foi oficializada na embaixada do México, em 1947, no Rio de Janeiro.

O escritor dedicou sua obra “Grande Sertão: Veredas”, publicado em 1956, à companheira, justamente por seus princípios e valores. Aracy, que morreu em 28 de fevereiro de 2011, ao 102 anos, foi sepultada no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, ao lado de seu marido, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

Selo – A imagem é uma foto que foi tirada entre 1939 e 1945. O selo desta emissão traz também o símbolo da mulher, que consta em todos as artes dessa série. A folha com borda na cor magenta é composta por 18 selos, tendo o título da emissão no canto superior esquerdo, e no canto superior direito, desenhos estilizados de corações e uma capa de passaporte. Foram usadas as técnicas de fotografia e computação gráfica. A emissão tem tiragem de 54 mil selos, que estarão disponíveis nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.

347_Fique_4_2Rabinos Toive e David Weitman, o Cônsul Geral de Israel em SP Alon Lavi, Eduardo Carvalho Tess, filho de Aracy de Carvalho G.Rosa, e Eduardo de Carvalho

347_Fique_4_3Nora, netas e bisnetas da homenageada Aracy de Carvalho G. Rosa

347_Fique_4_4José Marcos Gomes, Superintendente Estadual dos Correios, com os sobreviventes do Holocausto Margot Bina Rotstein e Andor Stern347_Fique_4_5José Marcos Gomes e o Cônsul Alon Lavi

347_Fique_4_6José Marcos Gomes e o Rabino David Weitman

347_Fique_4_7Margot Bina Rotstein e Andor Stern, José Marcos Gomes, Cônsul Alon Lavi, Rabino David Weitman, Eduardo Carvalho Tess e Eduardo de Carvalho e convidadas

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