TIRANDO AS MÁSCARAS – RABINO DOVI GOLDBERG
A verdade é que, às vezes, nós mesmos usamos fantasias e não só em Purim.
Caros amigos,
Como parte da alegria de Purim, existe o costume de usar fantasias. Alguns se vestem como personagens feios; outros preferem os divertidos ou os assustadores. Mas todo mundo fica na boa, afinal é apenas uma fantasia.
A verdade é que, às vezes, nós mesmos usamos fantasias e não só em Purim. A aparência, o comportamento e as declarações que fazemos não são uma expressão da nossa essência e verdade interior, e sim máscaras. E quando elas são removidas, o verdadeiro caráter é revelado e descobrimos que somos pessoas completamente diferentes desses personagens. Muitas vezes nós vemos, em momentos de verdade, pessoas que pareciam ser cínicas e egoístas agirem com generosidade ilimitada.
Na época de Purim, Haman alegava que o povo judeu estava dividido. Mas quando foi proclamado o seu nefasto decreto, o povo mostrou sua união. De repente, todas as controvérsias e divisões desapareceram. Eles oraram juntos, com uma forte crença no Criador do mundo, o Guardião de Israel. Naquele momento, ficou claro que as aparentes divisões não passavam de uma máscara, um disfarce, pois no íntimo todos eram unidos e coesos.
É justamente por isso que os Sábios incluíram elementos de união nas mitsvot de Purim, como enviar Mishloach Manot para outros judeus e alegrar os necessitados. É uma resposta à alegação de Haman, mostrando que somos um povo unido.
Essa mensagem de Purim certamente vale para o ano todo. Mesmo com todas as diferenças e desacordos, somos todos um só povo. No fundo, há no coração de cada um de nós uma alma judaica pura. Deixe-a se expressar…
Um abraço e Shalom
Rabino Dovi Goldberg – Sinagoga do Morumbi, São Paulo
