MERCADO DE JAFFA. ISRAEL – POR FELIPE DAIELLO

Depois era descer para o centro comercial de Jaffa; é dia de mercado de pulgas e no percurso podemos vislumbrar as praias de Jaffa e de Tel Aviv. As mesquitas, o tradicional bairro árabe com as características típicas recorda o período de domínio otomano e as guerras pela independência de Israel em 1948.

Cidade antiga, com raízes fenícias, é bem mais velha do que Tel Aviv que foi fundada em 1906 sobre área com dunas, um deserto desvalorizado, Agora Jaffa é um subúrbio da cidade mais elegante e cultural de Israel. Como contraponto, Jaffa aglutina um centro artístico próprio, onde artesões produzem escultura, pinturas e obras de arte com destaque mundial.

A artista que colocou na praça principal uma baleia que simboliza a jornada de Jonas em visita a pals. inimigo, talvez o Iraque de hoje, possui residência bem no alto do penhasco, com excelente vista para o velho e decadente porto. O atelier de Ilana Goor é o local para apreciar suas esculturas, principalmente as suas cegonhas e apreciar a vista que o Mediterrâneo oferece.

Na casa da família de Zacarias , personagem bíblico, mesmo preservada e com modificações de séculos, sinaliza o local onde o apóstolo Pedro teria realizado um milagre, bem como a sua visão dos animais impuros que seriam proibidos nas mesas do povo de Israel. Paredes e pedras consumidas pelos séculos ainda transmitem as suas imagens e lembranças para ouvidos incrédulos e olhos fechados, mas confirmadas pela leitura da bíblia, pelas tradições e por vetustos pergaminhos.

Subindo escadas, passando por ruelas estreitas chegamos à igreja católica dedicada a São Pedro, o pescador escolhido por Jesus Cristo para edificar igreja e divulgar para o mundo a sua mensagem, nesse domingo está repleta de fieis, são italianos na maioria e seguem as intenções dos primeiros peregrinos, os palmeirins. Nas paredes, belos frescos mostram cenas e mensagens de São Pedro, incluindo os episódios relatados na casa de Zacarias, o que reforça as tradições. A lista dos itens proibidos é imensa.

Mercado tradicional de domingo surge para o deleite dos turistas no entorno da igreja. Pequenas bancas oferecem trabalhos em prata e mesmo joias com símbolos e mensagens e para todas as crenças, mas predominam os chanucás, as menorás, as cruzes de David, as réplicas da arca da aliança. Trabalhos em pratos, em taças, tanto no vidro como no metal são atrativos criados pela destreza de mãos e pela imaginação dos homens. Servem mais para decoração de casas e hotéis.

Para os turistas com pouco recursos, artigos baratos em madeira de oliva estão ao lado; cruzes, presépios, imagens de santos, mesmo diplomas da peregrinação e até símbolos muçulmanos como a tradicional mão de Fátima. Todas as religiões estão contempladas.

Em menor escala, os típicos produtos do Mar Morto prometem rejuvenescer qualquer vivente, fazem maravilha na cútis, eliminam as rugas, retiram manchas provocadas pelo sol. Milagres bem a mão?

Com o dia está quente, sucos de frutas são ofertas bem geladas, além da romã, uma variedade com sumo de cactos e pimenta vermelha chamava mais a atenção. Foi a preferida.

Depois era descer para o centro comercial de Jaffa; é dia de mercado de pulgas e no percurso podemos vislumbrar as praias de Jaffa e de Tel Aviv. As mesquitas, o tradicional bairro árabe com as características típicas recorda o período de domínio otomano e as guerras pela independência de Israel em 1948.

Momento de lembrar as organizações de resistência como o Palmer e a Hagana. Com velhos navios, furando o bloqueio inglês traziam armas, munições e o reforço em homens para enfrentar o ataque de sete exércitos árabes vindos de todas as fronteiras após a proclamação de David Ben Gurion. Placas escondidas recordam os heróis, sempre na linha de frente, os primeiros a tombarem.

Criação do Estado de Israel: Tel Aviv,14 de maio de 1948, Boulevard Rothschild, Museu de Tel Aviv. A mais importante.


FELIPE DAIELLO – Professor, empresário e escritor, é autor de inúmeros livros, dentre os quais “Palavras ao Vento” e ” A Viagem dos Bichos” – Editora AGE – Saiba mais.

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