NÃO DEIXE QUE PEQUENOS TRANSTORNOS ESTRAGEM SEU DIA

Mas tome cuidado ao lidar com as emoções negativas para não piorar as coisas.
[Imagem: Steve Buissinne/Pixabay]

Negatividade e ruminação

Quanto mais tempo a negatividade permanecer em seu cérebro, mais infeliz você será.

Isso pode parecer óbvio, mas a maioria das pessoas não se dá conta de que a negatividade é produzida por elas mesmas, e não pelos fatores externos a que elas geralmente atribuem a culpa por sua infelicidade.

Por exemplo, suponha que você derrube seu café e ele respingue por todo lado, dando um trabalhão para limpar. Pouco depois, um colega aparece para dizer alô – Você resmunga um cumprimento irritado ou cumprimenta seu colega alegremente?

Ao analisar a atividade cerebral durante eventos desse tipo, pesquisadores descobriram que a forma como o cérebro de uma pessoa avalia os estímulos negativos fugazes – como aquele copo de café caído – pode influenciar seu bem-estar psicológico a longo prazo.

“Uma maneira de pensar sobre isso é que, quanto mais tempo seu cérebro se agarra a um evento ou estímulo negativo, mais infeliz você afirma estar,” explicou a professora Nikki Puccetti, da Universidade de Miami. “Basicamente, descobrimos que a persistência do cérebro de uma pessoa em se apegar a um estímulo negativo é o que prediz experiências emocionais diárias mais negativas e menos positivas. Isso, por sua vez, prediz o quão bem elas pensam que estão indo em suas vidas.”

“A maioria das pesquisas em neurociência humana analisa a intensidade com que o cérebro reage a estímulos negativos, não por quanto tempo o cérebro se agarra a um estímulo. Observamos o efeito de transbordamento – como a coloração emocional de um evento se espalha para outras coisas que acontecem. Compreender os mecanismos biológicos disso é extremamente importante para compreender as diferenças na função cerebral, nas emoções diárias e no bem-estar,” acrescentou seu colega Aaron Heller.

Amídgala

Para entender todo esse mecanismo neuropsicológico, os pesquisadores idealizaram experimentos para medir como diferentes reações a imagens emocionais se relacionam com experiências emocionais momentâneas na vida diária e até mesmo com o bem-estar psicológico ao longo do tempo.

As imagens cerebrais mostram que a amígdala – a estrutura em formato de amêndoa dos dois lados do cérebro que avalia os estímulos e dá suporte à emoção e à memória – tem um papel importante na ruminação e na negatividade.

Pessoas cuja amígdala esquerda se agarrou a estímulos negativos por menos segundos eram mais propensas a relatar mais emoções positivas e menos negativas em suas vidas diárias – o que transbordou para um bem-estar mais duradouro com o tempo.

Ao contrário, pessoas cuja amígdala esquerda reagiu com mais persistência a imagens negativas ao longo do tempo relataram mais emoções negativas e menos positivas em suas vidas diárias.

Isso poderia explicar, segundo Puccetti, por que algumas pessoas deixam que uma xícara de café que caiu estrague o seu dia, enquanto outras não pensariam mais no assunto depois de limpar a bagunça.

É também por isso que ela espera repetir o estudo com indivíduos que apresentam alto risco de desenvolver depressão ou ansiedade.

“Pode ser que eles estejam mostrando uma persistência ainda maior e isso é algo que pode nos dizer por que eles têm mais probabilidade de desenvolver um transtorno psiquiátrico,” justificou.

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