QUANDO UMA DISCUSSÃO EVIDENCIA O RACISMO ENRAIZADO CONTRA UM DETERMINADO GRUPO ÉTNICO? – POR GAD ADLER

Inferiorizar um indivíduo no calor da discussão por determinadas características de uma pessoa, evidencia a intolerância interna que o agressor possui com relação a um determinado grupo étnico.

Isso remonta períodos trágicos da história recente na qual jamais devem ser esquecidos e que vitimaram não somente judeus, mas também negros, ciganos, homossexuais e portadores de deficiência física.

Quando se adota um insulto usando como forma de ofensa a agressão verbal com base nas características étnico ou religiosa, o indivíduo passa a estigmatizar todo o seu grupo pertecente.

Em uma sociedade na qual fazemos parte como cidadãos, todos nós possuímos o papel também de educadores e, independente do gênero, orientação sexual, credo ou etnia, devemos combater qualquer tipo de manifestação de ódio e preconceito, abrindo um debate contínuo de quais os caminhos que a sociedade deve tomar para corrigir os erros do presente, para que não se repita os mesmos do passado.


O preconceito racial ainda é um tema que deve ser debatido com seriedade pela sociedade brasileira. Apesar da pluralidade multiétnico e cultural, o país apresenta graves problemas em respeitar a identidade e ascendência étnico-racial de determinados grupos considerados minorias, herança de um passado obscuro que não pode ser esquecido.

Ao passo que crimes contra índios e negros são constantemente veiculados pela mídia, pouco se fala de ofensas à honra e injúria racial que são praticados diariamente de forma direta ou indireta contra refugiados, imigrantes orientais, árabes e judeus.

Todo ser humano independente do sexo, credo ou etnia tem o direito e deve ser de respeitado e valorizado pela nobreza dos seus sentimentos com base no seu caráter e luta pelos seus ideais.

A injúria racial muitas vezes vem camuflada e os ataques podem surgir em forma de piadas ou comentários irônicos, ou surge no calor de uma discussão através de uma agressão verbal.

O Brasil está longe de ser um país símbolo de harmonia entre os diferentes povos e grupos raciais, possuindo ainda alguns setores da sociedade que tratam principalmente o antissemitismo como a página de um capítulo infeliz de um livro de história.

Não há uma cultura de denúncia com relação a crimes raciais e intolerância religiosa. Muitas vezes as vítimas, não registram queixas aos órgãos competentes por não obterem uma rápida resolução do caso.

Justamente por esse motivo, o filósofo israelense Gad Adler em defesa de seus direitos registrou um boletim de ocorrência por racismo e injúria racial contra uma vizinha moradora do seu prédio.

No último dia 06 de outubro, Adler, morador e síndico de um edifício na região dos Jardins, foi notificado de uma ocorrência envolvendo a presença da polícia nas dependências do condomínio.

Praticando suas funções de administrador desceu ao lobby para entender o que estava acontecendo e solicitou que os envolvidos resolvessem a situação na área de recreação, uma vez que a presença das autoridades estava causando transtorno na área comum dos outros moradores.

No dia posterior, se sentindo ofendida pelo ocorrido, a então moradora resolveu retomar as discussões com o síndico. Pela manhã, agendou através do interfone um encontro na portaria e diante um funcionário do prédio e se valendo pelo fato de ser mulher, partiu para agressão verbal proferindo ofensas de cunho racial e religioso.

Palavras como “judeu fdp” e outras palavras de baixo calão foram utilizadas como base das agressões por motivo fútil.

O que parece simplesmente uma “discussão entre vizinhos“ em discordância diante de um fato, esconde na verdade um preconceito profundamente enraizado.


Sobre o Autor

Nascido em Jaffa, Israel, Gad Adler é filósofo, terapeuta motivacional e palestrante.Formado em Filosofia e História das Religiões pela Universidade de Tel Aviv, escreveu o livro “Você não pode tudo!Mas pode e merece ser feliz.“; é criador do método Melhor Maneira de aperfeiçoamento emocional, espiritual e da consciência para uma vida melhor, além de administrar o site:www.melhormaneira.com.br com conteúdo motivacional e que leva o mesmo nome da técnica.

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