ENSINANDO SOBRE O HOLOCAUSTO PARA CRIANÇAS – RABINO ARIEH RAICHMAN

É possível ensinar as gerações futuras que aparentemente não se importam com o passado, a se importarem de verdade?

Muitas imagens e vídeos do Holocausto foram vistos pelo mundo por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto. Um ávido leitor do MaNews comentou: “Os jovens de hoje não sabem como se relacionar com essa parte da história”. Parece que o holocausto é assunto para adultos, filhos de sobreviventes e uma geração que está desaparecendo rapidamente. Nossos filhos gostam mais de histórias em quadrinhos, videogames, aplicativos, em palavras simples: do futuro. Eles não estão interessados em lembrar o passado.

Até mesmo o retrato do holocausto de Hollywood parece ser voltado para a faixa etária adulta. E mesmo quando é adaptado para crianças (como em ‘A Vida é Bela’, Jojo Rabbit), a mensagem permanece ausente. Na verdade, lembro-me de ter passando um ano inteiro estudando história americana, história do Texas e apenas uma semana sobre o Holocausto.

É possível ensinar as gerações futuras que aparentemente não se importam com o passado, a se importarem de verdade?

É sim! Em 1988, foi criado um programa chamado Marcha da Vida. Sua missão é levar alunos a uma viagem à Polônia e Israel. Eles visitam os campos de extermínio e seguem para Israel para ver como a nação judaica floresceu na Terra Santa. É uma viagem maravilhosa e impacta milhares de estudantes todos os anos.

Nem todos nós podemos fazer essas viagens, e mesmo com a viagem, o que fazemos com as emoções que se despertam?

Quando uma pessoa tem um “despertar” ela precisa transformar essa inspiração em algo tangível. Assim haverá continuidade. Depois de um dia como a lembrança do Holocausto, imagine se você dedicasse uma mitsvá por dia em homenagem a um dos seis milhões. Haveria um livro com o nome de todos aqueles que foram assassinados, e você escreveria ao lado da pessoa a boa ação que você fez em seu mérito, todos os dias.

Seria legal, mas mesmo se você fizer cem boas ações por dia, precisaria viver 164 anos para completar esta missão.

No entanto, como comunidade ou mesmo como família, pode-se realizá-lo muito mais rapidamente. Desta forma, lembramos aqueles do passado, dando-lhes um presente. E mesmo que você não escreva a boa ação ou os nomes, você pode viver sua vida no mérito daqueles que não sobreviveram.


Rabino Arieh Raichman – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

Beit Chabad Manaus – www.chabadmanaus.comchabadmanaus@gmail.com