O lançamento do livro de Sarita Mucinic Sarue – Por Glorinha Cohen

Postado em 7 de setembro de 2022 Por admin DESTAQUES, FIRST CLASS

“Eu penso principalmente no Brasil. E fazendo um paralelo com Janusz Korczak, a pedagogia que ele desenvolveu entre guerras e depois dentro do gueto de Varsóvia, que era de respeito e dignidade, é algo que a gente tem muito que se inspirar e fazer desse Brasil um país melhor. Janusz defendia muito a criança, principalmente a criança órfã, a criança pobre, a que sofria de maus tratos”.

Formada em Pedagogia pela Universidade Mackenzie e mestre em Estudos Judaicos pela Universidade de São Paulo (USP), Sarita Mucinic Sarue movimentou a Livraria da Vila do Shopping Higienópolis, em São Paulo, para autografar sua nova bibliografia sobre Janusz Korczak, denominada “Janusz Korczak, uma vida em defesa da infância”, pelo Grupo Editorial Summus.

O envolvimento de Sarita com o tema educação vem desde o tempo em que participava de movimentos juvenis judaicos e sua admiração por Janusz Korczak começou quando foi cursar Pedagogia no Mackenzie e lhe apresentaram o livro “Quando voltar a ser criança”, de autoria dele e recentemente reeditado também pelo Grupo Summus.

“Foi um amor à primeira vista. Fiquei muito emocionada com a proposta pedagógica dele de respeito à criança e quando resolvi fazer meu mestrado na USP fui atrás de uma pesquisa mais profunda sobre ele e aí segui por esse caminho. Publiquei o livro “Vozes de Paz em Tempos de Guerra – Janusz Korczak diante da criança, do sionismo, do nazismo e holocausto” que foi produto do meu mestrado e, passados alguns anos, se esgotou e eu teria que reeditá-lo. Então, a convite da Editora Summus, me foi pedido para fazer um livro mais autoral, que fosse usado no ensino médio e faculdades, que atingisse um público mais jovem, porque a educação é fundamental para o desenvolvimento, daí surgindo esse livro ora lançado”, explica Sarita.

E ela prossegue: “Eu penso principalmente no Brasil. E fazendo um paralelo com Janusz Korczak, a pedagogia que ele desenvolveu entre guerras e depois dentro do gueto de Varsóvia, que era de respeito e dignidade, é algo que a gente tem muito que se inspirar e fazer desse Brasil um país melhor. Janusz defendia muito a criança, principalmente a criança órfã, a criança pobre, a que sofria de maus tratos. Era uma pessoa que lutou muito pela causa infantil e foi quem inspirou a Unesco quando foi criada a Lei sobre os Direitos da Criança”.

Sarita Sarue é também autora de diversos artigos de educação judaica, coordenadora educacional do Memorial do Holocausto de São Paulo, membro da diretoria da Associação Janusz Korczak Brasil e voluntária do Grupo Chaverim.

Sobre o livro

No início do século 20, quando a educação de crianças ainda apresentava características medievais – castigos físicos, humilhações de toda sorte e um grande descaso para com a infância –, um pediatra e escritor judeu-polonês resolveu mudar a realidade de centenas de órfãos de seu país. Janusz Korczak concebeu na Polônia um orfanato em que as crianças tinham os direitos dos adultos e a educação se dava democrática e respeitosamente. Muitas das ideias hoje implantadas em escolas do mundo todo surgiram ali. O orfanato Dom Sierot era visitado por educadores de vários países, ávidos por compreender e aplicar a revolução pedagógica de Korczak. Porém, a partir de 1933, com a ascensão do nazismo na Alemanha – e mais tarde na Europa –, tudo mudou drasticamente.

Perseguido por ser judeu, Korczak foi confinado com seus pupilos e os educadores do Dom Sierot no gueto de Varsóvia. Chegou recusar as ofertas para deixar a Polônia para não abandonar aqueles que tanto precisavam dele. Em agosto de 1942, caminhou com as crianças até os vagões de gado que os conduziriam às câmeras de gás de Treblinka. A história de Janusz Korczak é contada neste livro.

Sarita e Alberto Sarue