PROLAPSO GENITAL
Popularmente conhecido como bexiga caída, afeta 20% das mulheres com mais de 40 anos.
Neste Artigo:
– Introdução
– O que é
– Causas e sintomas
– Tratamento
– Referências
Popularmente conhecido como bexiga caída, o Prolapso Genital afeta 20% das mulheres com mais de 40 anos, causando problemas na vida sexual, incontinência urinária e piora significativa na qualidade de vida.
Registros mostram que a doença é antiga, sendo o primeiro caso relatado em 1500 a.C., no Papiro de Ebers. A primeira cirurgia de retirada do útero por via vaginal ocorreu em 120 d.C e foi realizada pelo médico grego Soranus de Ephesus.
Registros do século 18 relatam uma cirurgia para tratamento de Prolapso Genital por meio de amputação, onde foi realizada uma ligadura na parte mais profunda do prolapso e remoção da parte que estava para fora. Entretanto, a paciente faleceu sete dias após a cirurgia. No final do século 19, os tratamentos de prolapsos genitais começaram a ter sucesso, quando o ginecologista Howard A. Kelly observou que o útero ocupava várias posições e que seria necessária uma descrição cuidadosa e individualizada do órgão, o que resultou em uma lista de doze itens que deveriam ser detalhados no exame vaginal, e detectou duas formas de prolapso do útero: a completa e a incompleta.
Contudo, apesar da realização de cirurgias, o relaxamento e herniações das paredes vaginais foram claramente reconhecidos em 1974, quando o cirurgião Frances Arnaud de Ronsil identificou o que chamou de hérnia obturadora. A partir dessa descrição, começaram estudos na área de ginecologia que pormenorizaram as herniações da bexiga na parede vaginal anterior (cistocele), ou do reto na parede vaginal posterior (retocele), e o prolapso do útero.
O suporte dos órgãos pélvicos se dá por um sistema de suspensão, constituído de ligamentos, e outro de sustentação, constituído por fáscias e músculos, especialmente o levantador do ânus, que deve estar íntegro para que possa manter perfeito suporte dos órgãos e o hiato genital fechado. A fraqueza ou defeitos nesse músculo podem levar ao aparecimento de prolapso genital.
O Prolapso Genital ocorre quando os órgãos genitais femininos (útero, ovário e tubas uterinas), além da bexiga e dos canais musculares que formam a vagina, o reto e a uretra, são projetados para fora, empurrando as paredes vaginais ou do reto.
Uma das causas mais comuns do Prolapso Genital são lesões no assoalho pélvico que ocorrem durante o parto. Contudo, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como gravidezes sucessivas e partos múltiplos. Entre todas as causas do prolapso, a mais importante é o aumento da pressão intra-abdominal durante a gravidez e no trabalho de parto, pois pode ocorrer o rompimento dos músculos que sustentam os órgãos na cavidade pélvica.
Obesidade, alterações hormonais e doenças musculares, neurológicas e genéticas são outros fatores que podem desencadear a doença. Mulheres com mais de 40 anos são mais propensas a desenvolver o prolapso genital, assim como aquelas que se encontram na menopausa, as diabéticas e as que se submeteram à histerectomia (retirada do útero).
Os primeiros sintomas do prolapso genital se configuram como um desconforto na região genital, uma sensação de saliência na vagina, perda involuntária de urina e dificuldade ou dor durante a relação sexual.
O tratamento do prolapso genital varia de acordo com a intensidade do caso. Em casos leves da doença, nem sempre é necessária a intervenção cirúrgica, sendo indicados exercícios de fisioterapia específicos para fortalecimento da musculatura da pélvis.
Em casos avançados da doença, é necessária a realização de uma cirurgia para restaurar a anatomia normal da região. O médico pode optar, ainda, pela colocação de uma malha sintética para correção do assoalho pélvico. Essa é colocada via vaginal ou laparoscópica e fortalece a região. A taxa de eficácia dos tratamentos são superiores a 90%, apesar dos possíveis efeitos colaterais, como a rejeição da tela ou sua exposição na mucosa vaginal.
Para prevenir o prolapso genital, a mulher deve controlar seu peso, especialmente na gravidez, praticar atividade física e controlar doenças genéticas.
Bibliomed – http://www.bibliomed.com.br
Boa Saúde – http://www.boasaude.com.br
ARAUJO, Maíta. TAKANO, Claudia. GIRÃO, Manoel. SARTORI, Marair. A história da classificação do prolapso genital. FEMINA | Maio 2009 | vol 37 | nº 5. Disponível em http://www.febrasgo.org.br/arquivos/femina/Femina2009/maio/Femina-v37n5p273.pdf, acessado em 10 de maio de 2013.
Resende, ANA. STÜPP, Liliana. BERNARDES, Bruno. FRANCO, Gisela. OLIVEIRA Emerson. GIRÃO, Manoel. SARTORI Marair. Prolapso genital e reabilitação do assoalho pélvico. FEMINA | Fevereiro 2010 | vol 38 | nº 2. Disponível em
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2010/v38n2/a003.pdf, acessado em 10 de maio de 2013.
Fonte: www.boasaude.com.br – Equipe Editorial Bibliomed