Noite cultural em torno do cientista político Jorge Zaverucha – Por Glorinha Cohen

Com o savoir faire que a caracteriza como uma das mais admiradas anfitriãs da cidade, ao receber em sua casa Liana Gottlieb sempre proporciona aos amigos encontros em que mescla cultura e boa comida. E, o que é ainda mais importante: contribui para que novas amizades sejam feitas.

Desta feita a noite cultural foi em torno do escritor pernambucano Jorge Zaverucha, seguida de bufê de sopas, petiscos, doces e frutas. Tudo tendo como pano de fundo o papo que rola solto e sempre é muito agradável.

Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE, Jorge Zaverucha é Mestre em Ciência Política pela Universidade Hebraica de Jerusalém e Doutor pela Universidade de Chicago.

No encontro, o ilustre convidado falou sobre a carta do Hamas e o episódio das flotilhas, relatados no livro Armadilha em Gaza, por ele lançado em 2010 e que bem poderia ser um retrato do que está ocorrendo atualmente na guerra no Oriente Médio contra o Hamas.

O livro prova que a chamada “Flotilha da Paz” não tinha o intuito de levar ajuda humanitária à Gaza, como seus organizadores muçulmanos alegaram, mas, sim, foi uma operação com o intuito de isolar Israel da comunidade internacional, enfraquecê-lo politicamente e obter concessões políticas, ou seja, uma verdadeira armadilha. Isto, aliado ao fato de que a grande mídia está sempre propensa a mostrar tragédias e sofrimentos ao invés da realidade dos acontecimentos, não é raro distorcer a imagem de Israel para um estado que massacra palestinos e se opõe a qualquer tentativa de paz.

No mundo todo, a mídia, mais preocupada em chocar do que em informar, associa a Israel a imagem de um estado militarista, que promove massacres de palestinos e se opõe a qualquer tentativa de paz na região.

“Muitos me perguntam o que há de comum entre o ocorrido na época e a recente barbárie cometida em Israel em outubro de 2023. A denominada “Flotilha da Paz” nada tinha de pacífica. Foi a aberta entrada do componente islâmico na luta pela extinção do estado de Israel. Por isto mesmo, fiz questão que a Carta do Hamas, devidamente traduzida para o português, aparecesse entre os anexos do livro. Pela mesma fica claro que o objetivo do Hamas é destruir Israel. Não há lugar para a presença de judeus (e cristãos) em terra sagrada islâmica. O que era uma luta entre o nacionalismo judaico e israelense tornou-se uma guerra religiosa”, explica Jorge Zaverucha.

E ele continua: “A Flotilha da Paz” foi dominada pelos comandos navais israelenses, ou seja, o bloqueio naval resistiu à investida de militantes patrocinados pela Turquia e Irã, predominantemente. Os mesmo países que apoiam hoje em dia o Hamas. Por sinal, a justificativa oficial do Hamas para iniciar as escaramuças bélicas seria uma falsa invasão da mesquita de Al Aqsa, em Jerusalém, por parte de policiais israelenses. Na verdade, militantes islâmicos introduziram sorrateiramente paus e pedras na mesquita e iniciaram o apedrejamento dos que passavam por fora do templo islâmico. A polícia israelense adentrou a mesquita para manter a ordem. Contudo, a narrativa difundida foi que Israel cometeu um sacrilégio. Fico com uma certeza dos dois episódios. O cessar fogo é possível. a paz impossível”.

Bernardette Somoggi, Jorge Zaverucha, Liana Gottlieb

Gabriela Gidali, Bernardette Somoggi, Andrée Solal, Sylvette Laniado, Lea Gruman, Rosie Krizhaber.

Eliana Grinbaum, Marcos Grinbaum, Tati Kanarek, Ruth Hassan, Victor Hassan.

Jakov Grajew, e o palestrante Jorge Zaverucha.

Liana Gotlieb, Saul de M. Bonilha Filho, Shalom Somoggi, Eliana Karpat e Alberto Kremnitzer.

André Leibl e Sylvia, Liana Gottlieb, Saul de Moraes Bonilha Filho, Shalom Somoggi e Eliana Karpat.

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