UMA GRANDE IDEIA PARA ABOLIR O BULYING – RABINO KALMAN PACKOUZ Z”L

Tenho um amigo de infância, o rabino Mayer Kramer, que é um professor de classe mundial, líder e inovador no campo da educação judaica. Esta semana ele me enviou a seguinte impressionante história onde vemos a sensibilidade e grandeza de um de nossos grandes sábios:

Alguns anos atrás, uma jovem foi matriculada no meio do ano em uma das escolas femininas mais proeminentes em Israel. Infelizmente ela não estava fisicamente bem e mancava acentuadamente. Além disso, era um pouco socialmente desajeitada e “diferente”. Estava claro que seus pais esperavam que uma nova escola e um novo ambiente melhorassem seu ânimo e bem-estar físico.

Mas não aconteceu. Não demorou muito para algumas alunas começarem a zombar de sua palidez e andar mancando. O bulying e as provocações só aumentavam. Ela começou a ficar em casa na maioria dos dias porque odiava ir à escola. As professoras, junto com os administradores da escola, fizeram o possível para sensibilizar as outras meninas para que parassem de ser tão cruéis. A situação melhorou por um curto período de tempo, mas as provocações e o bullying voltaram.

Uma professora decidiu conversar com o grande sábio da geração, o Rabino Arie Leib Shteinman, para explicar a situação e pedir seu conselho.

O Rabino ficou em silêncio por algum tempo após ouvir o assunto, e então perguntou suavemente: “As meninas começam o dia na escola com orações (tefilot)?” A professora ficou surpresa; todas as escolas religiosas do mundo começam o dia com as orações matinais! Quando respondeu afirmativamente, o Rabino Shteinman acenou com a cabeça e disse: “Diga às alunas que é proibido a elas rezar”.

Vendo o choque óbvio da professora, o Rabino Shteinman continuou: “Diga a elas que eu determinei que, enquanto continuarem a destruir uma colega de classe, é como se estivessem cometendo um assassinato. D’us não quer as orações de assassinos não arrependidos. Elas estão, portanto, proibidas de rezar”.

Na manhã seguinte, quando a aula começou, a professora instruiu as alunas a guardarem seus sidurim (livros de orações) e, em vez disso, retirarem seus cadernos. As meninas se entreolharam, sem compreender o que estava acontecendo. “Não entendemos, não vamos rezar hoje?”

A professora explicou que havia visitado o líder da geração e ele determinou que era proibido a elas rezarem. E escreveu o seguinte versículo no quadro: “Esconderei de vocês os Meus olhos; e, quando fizerem muitas orações, Eu não ouvirei; as suas mãos estão cheias de sangue” (Profeta Isaías 1:15).

A professora passou a explicar como o seu comportamento horrível era semelhante a um assassinato, e por causa disso elas receberam a decisão de um dos maiores sábios da época de que estavam proibidas de rezar porque D’us considera essas orações abomináveis.

As meninas ficaram arrasadas; serem comparadas a assassinos por um dos principais sábios do povo judeu juntamente com serem informadas de que, consequentemente, o Criador não quer suas orações, causou-lhes um grande abalo.

Uma das alunas pegou um bloco de papel e começou a escrever uma carta de desculpas muito sincera. Ela também se comprometeu a mudar seus hábitos no futuro e a ser uma verdadeira amiga daquela menina. Então passou o papel e cada uma das outras alunas assinou-o. Só então a professora permitiu que pegassem seus sidurim e começassem as orações matinais.

No dia seguinte, a garota voltou para a escola e foi calorosamente recebida por suas colegas. Elas se esforçaram para fazer amizade com ela e construir um bom relacionamento. Em pouco tempo, a menina começou a se sentir muito melhor consigo mesma, floresceu como estudante e começou a desenvolver relacionamentos com todas. A aceitação de suas colegas a encorajou a sair de sua concha e crescer como pessoa!


RABINO KALMAN PACKOUZ Z”L (EUA, 1950-2019)

De abençoada memória, ele era do Aish Hatorá e foi o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas.