CHEVRA ERGUE MEMORIAL PELAS VÍTIMAS DO TERRORISMO DO DIA 7 DE OUTUBRO DE 2023

Inauguração será no próximo dia 18/05, às 10h, no Cemitério Israelita do Embu

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Um memorial em homenagem às vítimas do mais grave atentado terrorista contra Israel, ocorrido em 07 de outubro de 2023, será inaugurado no dia 18 de maio, às 10h, no Cemitério Israelita do Embu.

Marco de uma barbárie, o ‘Memorial para as Vítimas do Terrorismo’, iniciativa da Chevra, com a colaboração da família Maultasch Fuchs, surge como local de lembrança da maior tragédia recente perpetuada contra judeus, um pogrom em pleno século 21, que resultou, imediatamente, na morte de cerca de 1300 israelenses, no sequestro de 250 cidadãos, incluindo crianças, mulheres e idosos, e na destruição de alguns kibutzim.

A ação de extrema violência, perpetuada pelo grupo terrorista Hamas, é considerada o maior ato de terrorismo no mundo desde o 11 de Setembro (ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos em 2001).

PAZ – Construído em granito e alvenaria, o monumento, com 25 metros de comprimento, foi projetado pelo escritório de arquitetura Studio MK27. Na pedra destaca-se um trecho do discurso proferido por Elie Wiesel (1928 – 2016), sobrevivente do Holocausto e ativista dos direitos humanos romeno, quando do recebimento do Prêmio Nobel da Paz, em 1986:

Porque se nos esquecermos seremos culpados, seremos cúmplices.

Da primeira vez, não pudemos evitar as mortes.

Mas se nos esquecermos deles, eles morrerão uma segunda vez.

E dessa vez, a responsabilidade terá sido nossa.

A construção de memoriais é uma forma coletiva de preservar eventos significativos, ainda que trágicos, para que não se repitam, e de contribuir para manter vivas as lições que, de outra forma, poderiam ser esquecidas.

Ao servirem de espaço para a reflexão e o luto, tais obras permitem que as novas gerações reconheçam a gravidade e importância dos acontecimentos históricos e se inspirem em prol de um futuro melhor.

CEMITÉRIO ISRAELITA DO EMBU

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O Cemitério Israelita do Embu foi inaugurado em 2001, em um terreno de 50 alqueires, a cerca de 24 km do centro de São Paulo, no município de Embu das Artes (Estrada Keishi Matsumoto,07). Englobando um parque de araucárias que constitui área de preservação ambiental, o mais novo campo santo da comunidade judaica paulista representa um padrão moderno de necrópole, onde ao mesmo tempo em que se atendem as tradições religiosas de sepultamento, garante-se a preservação do meio ambiente.

SOBRE A CHEVRA KADISHA

‘Chevra Kadisha’ significa irmandade sagrada em aramaico – Foto: Claudia Mifano

As primeiras ‘Chevrot Kadishot’ (irmandades sagradas) surgiram no século 14 na Espanha e na Alemanha com o exclusivo propósito de cuidar dos mortos, conforme a tradição e a lei judaicas e os princípios da ‘Guemilut Hassadim’ (caridade).

As diversas comunidades judaicas estabelecidas mundo afora possuem a sua organização comunitária fúnebre, que zela pelos rituais religiosos de sepultamento e atua obrigatoriamente sem apelo comercial. Eventuais lucros são destinados às famílias sem condições de arcar com todos os custos de um sepultamento.

A instituição da Chevra Kadisha de São Paulo, em 1923, atendeu à necessidade de profissionalizar a gestão do Cemitério Israelita da Vila Mariana, fundado em 1919. Representantes de três entidades – Comunidade Israelita de São Paulo, Congregação Israelita Askenazi e Synagoga Centro Israelita – decidiram se reunir para constituir a então Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo, atual Associação Cemitério Israelita de São Paulo.

“O surgimento da Chevra Kadisha paulista coincidiu com o emergir de outras instituições comunitárias, que efetivamente contribuíram para o estabelecimento de famílias judaicas na capital”, afirma o historiador Roney Cytrynowicz, autor, junto com Monica Musatti, do livro “Associação Cemitério Israelita de São Paulo – 85 anos” (ed. Narrativa-Um).