O QUE UMA BONECA ENSINOU AO MUNDO? – RABINO ARIEH RAICHMAN

302_história_5_1É o desafio dos pais garantir que as influências no mundo da criança sejam boas. Quando o Rebe deu à menina o dólar, ele estava agindo como um pai ensinando seu filho.


No final da década de 80 e início da década de 90, as pessoas tinham a chance de receber um dólar do Lubavitcher Rebe. A iniciativa de distribuir os dólares, o Rebe explicou, foi baseada no ensinamento de seu antecessor, o Rebe anterior. Ele havia dito: “Quando dois judeus encontram-se, deve ser benéfico a um terceiro”. Assim, o dólar era dado para beneficiar uma terceira pessoa que não estava presente. O “dia do dólar” normalmente acontecia aos domingos e milhares de pessoas esperavam na fila por horas para receber esse presente e uma bênção, e ter um momento com o Rebe.

Em um domingo, uma adolescente que carregava sua irmã mais nova com uma boneca passou pelo Rebe. O Rebe se voltou para a criança e deu-lhe um dólar. Então ele seguiu a dar outro dólar à boneca. A menina mais velha sorriu disse: “É uma boneca”. Mesmo assim, o Rebe deu o dólar e disse: “Dê esta caridade por sua boneca”.

Mundo perfeito

Em um mundo perfeito, as crianças obedecem o que seus pais lhes dizem. Elas podem ouvir outras ideias e perceber as coisas de forma diferente, mas sabem que seus pais sabem melhor do que elas. No entanto, isso é em um mundo perfeito. No “mundo real”, nossos filhos estão envolvidos com influências que podem afetá-los, muitas vezes mais do que nós, pais.

É o desafio dos pais garantir que as influências no mundo da criança sejam boas. Quando o Rebe deu à menina o dólar, ele estava agindo como um pai ensinando seu filho. No entanto, quando o Rebe deu à boneca um dólar, ele estava agindo como amigo da criança. Esse ato se registrou no mundo da menina e ensinou-lhe o ato de caridade no seu nível.

O mundo de uma criança

Para uma criança, a quantidade é mais valiosa do que a qualidade. Portanto, se uma criança passa toda a semana a estudar assuntos seculares e andando em torno de amigos não judeus, ele imitará seus valores. Ouvi casais dizerem que querem dar livre escolha para que seus filhos escolham sua própria fé. Como você acha que a criança escolherá, quando na maioria do tempo há tão pouco judaísmo em suas vidas?

Precisamos perceber que, para influenciar uma criança, é necessário entrar no mundo da criança, onde a quantidade é importante. Todos os dias, tempo precisa ser designado para oração, as aulas judaicas precisam ser programadas e mantidas exatamente como matemática e ciências. As festas judaicas precisam ser celebradas e santificadas. Só então um pai realmente dará a sua criança livre escolha.

Alguns vão sugerir que viver como um judeu neste mundo secular, é um assunto de conflito (com outros) e não a norma. A resposta é que não somos deste mundo. Milagrosamente, o primeiro judeu Abraão sobreviveu a uma fornalha ardente, seu filho Isac nasceu milagrosamente quando sua mãe tinha 90 anos, Jacob lutou contra um anjo e venceu, e como estes muitos mais.

Sobreviver a tudo o que passamos e ainda estar vivo é porque não agimos como a norma atua. Sim! Nós somos, graças a D-us, diferentes.

Shalom.


Rabino Arieh Raichman – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

Fonte: Manews – chabadmanaus@gmail.com – Beit Chabad Manaus – www.chabadmanaus.com

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