HOLOCAUSTO: RELEMBRADO EM ARTIGOS E ATOS EM VÁRIAS CAPITAIS

Veja aqui os artigos publicados pelo Embaixador Yossi Shelley e por Aron Parnes, bem como os atos que foram realizados no Rio de Janeiro, Curitiba e Rio Grande do Norte em Memória das Vítimas do Holocausto.


“NÓS LEMBRAMOS” – EMBAIXADOR YOSSI SHELLEY

307_especial_1_1“Holocausto”, palavra de origem grega que significa sacrifício pelo fogo, nos remete a um dos períodos mais sombrios da humanidade. Entre 1939 e 1945, milhões de pessoas, entre eles ciganos, deficientes físicos e mentais, e cidadãos do Leste Europeu foram brutalmente assassinados ao lado de seis milhões de judeus. Na Alemanha nazista do século XX, a política de extermínio de judeus era baseada no conceito de raça ariana. Para Adolf Hitler e seus companheiros, todos os grupos considerados “inferiores” deveriam ser eliminados. Esta “solução final” criada pelos nazistas resultou na aniquilação de um terço da população judia, tratada como sujeira humana. O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro, foi instituído pela resolução 60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas. A data marca a liberação do maior campo de extermínio nazista, Auschwitz-Birkenau, há 73 anos. Apesar de o povo judeu ter pagado um preço inconcebível durante anos de perseguição, nós escolhemos nos levantar. Nos levantamos e em 1948 construímos o Estado de Israel.

Também escolhemos lembrar. Lembrar, nunca esquecer e trabalhar para que a história nunca mais se repita. E para que isto aconteça, precisamos valorizar a educação. Precisamos falar constantemente sobre o Holocausto e explicar sobre as atrocidades cometidas às futuras gerações. Além de ouvir falar do que aconteceu, as pessoas precisam entender. É só assim que irão perceber o perigo de se repetir uma história baseada em ódio, xenofobia e discriminação racial. E depois, o que é preciso ser feito? Além de ouvir e entender, é essencial questionar. Na época das atrocidades, a maior parte do povo alemão não perguntou o suficiente. Por quê? Nós, como seres humanos, temos a obrigação de questionar. Fomos programados para isto. A democracia surge da possibilidade de perguntar. Uma mídia livre e sem censura também. Nosso poder de perguntar nos dá liberdade e possibilidades. Possibilidade de entender o que acontece ao nosso redor e possibilidade de mudar o futuro. Manter vivas as lições do Holocausto não cabe apenas aos governos ao redor do mundo, mas a cada um de nós como cidadãos. Todos temos responsabilidades mútuas em uma escala global. É nosso dever trabalhar juntos para melhorar as circunstâncias de vida ao redor do mundo e criar um ambiente onde a possibilidade de que a história se repita diminua cada dia mais.

É importante lembrar que, mesmo durante toda a escuridão, houve uma pequena luz. Corajosos se manifestaram e deram um sinal de esperança. Um exemplo disso são os diplomatas brasileiros Luiz Martins de Souza Dantas e Aracy Guimarães Rosa, que auxiliaram judeus na Europa a conseguirem vistos para o Brasil. Os dois foram reconhecidos pelo Yad Vashem, Museu de História do Holocausto, e receberam o título de Justo Entre as Nações. Como cidadão israelense e judeu orgulhoso, me sinto honrado em representar Israel no Brasil. Também me orgulho em falar que talvez a melhor resposta à “solução final” nazista tenha sido a criação do Estado de Israel, que completa 70 anos em abril.

Israel, o lar da nação judia que floresce das cinzas, se dedica a achar soluções para as mais urgentes necessidades de pessoas ao redor do mundo — segurança alimentar, problemas relacionados a água, segurança pública, educação e saúde. E prometemos continuar usando nosso bem mais valioso — nossas mentes — para honrar a memória dos milhões de judeus assassinados. Nós lembramos.

Nota – Artigo publicado em O Globo


HOLOCAUSTO, NUNCA MAIS! – POR ARON PARNES

307_especial_1_1Nunca é desnecessário relembrar as atrocidades acometidas por fanáticos detentores de uma ideologia criminosa.

Ao estabelecer o dia 27 de janeiro como o Dia Mundial de Lembrança do Holocausto a Organização das Nações Unidas (ONU) exercitou um ato pedagógico digno de múltiplos aplausos: o de não possibilitar o esquecimento da barbárie cometida pelo nazi-fascismo contra a vida de mais de seis milhões de judeus, em campos fétidos de concentração.

O dia também servirá para desmentir a pregação daqueles que tentam fazer crer que o holocausto não existiu. Que buscam ocultar no baú do esquecimento as atrocidades cometidas contra milhões de indefesos que não se subjugaram ao sectarismo ideológico de um ditador obcecado no estabelecimento da supremacia da raça germânica. E que, para isso, utilizava como lema Um Povo, um Império,um Chefe, buscando conquistar novos territórios, tidos como fundamentos básicos de uma devoradora teoria do espaço vital.

O dia 27 de janeiro, d’ora por diante Dia Mundial de Lembrança do Holocausto, ensinará aos mais jovens e aos mais desligados dos fatos históricos que marcaram tragicamente a II Guerra Mundial que o Holocausto não foi um mito. E a ONU, juntamente com os demais governos não-totalitários, promoverá exposições educacionais de conteúdo ilustrativo, buscando não esmorecer a indignação diante da matança criminosa de milhões de civis pelas tropas nazi-fascistas.

Nas exposições, fotos, filmes, depoimentos, ordens de serviços, testemunhos de sobreviventes e arquivos dos julgamentos ocorridos em Nuremberg comprovarão o que verdadeiramente aconteceu: mais de mil sinagogas queimadas, mais de sete mil e quinhentas instalações comerciais destruídas, as câmaras de gás, os campos de concentração, a proibição do casamento de judeus com não-judeus, a cremação de milhões, os bárbaros experimentos médicos, o cerceamento do exercício do voto para judeus nas eleições alemãs de 1936.

Tudo comprovando uma das mais horrendas páginas da história do mundo.

O dia 27 de janeiro de cada ano, pedagogicamente instituído pela ONU, buscará reavivar a memória dos desatentos, dos que ainda não sofreram os horrores da perseguição religiosa, da perseguição por opção sexual, da perseguição em nome de uma suposta superioridade racial. Nunca é desnecessário relembrar as atrocidades acometidas por fanáticos detentores de uma ideologia criminosa.

Na data, a ONU procurará relembrar que os monstros totalitários ainda não se desmaterializaram integralmente, persistindo travestidos sob as mais diferenciadas maquiagens, inclusive nos muitos países do Oriente Médio,também Israel.

Devemos ter a coragem de rejeitar todas as formas de totalitarismo político, religioso e pessoal, sempre balizando-se pela determinação bíblica (Lv 25,17). E ao reconhecer o Holocausto, a ONU também reverencia o martírio de milhões de judeus, de dezenas de milhares de ciganos, de dezenas de milhares de Testemunhas de Jeová, de dezenas de milhares de deficientes físicos e mentais, reconhecendo ainda os milhões de trabalhadores escravos da Polônia, da França e de outras nações ocupadas que tornaram-se mártires nas malhas do fanatismo nazi-fascista.

No 27 de janeiro de cada ano, no Dia Mundial de Lembrança do Holocausto, em todo o mundo civilizado haverá a oportunidade de aprender e apreender mais sobre cidadania, respeito individual, liberdade e ética social,democracia e direitos humanos, paz e fraternidade entre os povos, para isso nunca se olvidando do que se encontra escrito no livro do Eclesiastes (7,24): ‘Por isso dediquei-me a aprender, a investigar, a buscar a sabedoria das coisas, para compreender a insensatez da impiedade e a loucura da insensatez’.

E a cada 27 de janeiro, enquanto for preciso, vamos dizer em alto e bom som:

– Holocausto, nunca mais!


Arão Parnes – ex-presidente do Beth Chabad de Brasília” – arao.parnes@gmail.com

Nota – Publicado no Jornal Correio Braziliense, coluna Opinião


FIERJ PROMOVE EVENTOS PARA LEMBRAR GENOCÍDIO

307_especial_1_3A cerimônia pelo Dia em Memória das Vítimas do Holocausto no Rio de Janeiro reuniu representantes de diversas comunidades no domingo (28), na ARI, e mereceu extensa matéria hoje na TV Globo. “Nós, das minorias perseguidas pelo nazismo, sofremos juntos com o Holocausto e juntos estamos hoje bradando para que ele não aconteça nunca mais“, disse à Globo o presidente da FIERJ, Herry Rosenberg.

Estiveram presentes sobreviventes do Holocausto, jovens, dirigentes comunitários, a vereadora Teresa Bergher e o cônsul honorário de Israel no Rio Osias Wurman. Nesta segunda, outra solenidade homenageou as vítimas do Holocausto, desta vez no Centro de Informação das Nações Unidas, no Palácio Itamaraty. O vice-presidente da FIERJ Cláudio Goldemberg discursou em nome da comunidade judaica e foi exibido um mini-documentário sobre os sobreviventes Freddy Glatt e Freddy Sobotka. Em seguida, os convidados conheceram a exposição de cartazes sobre a data finalistas do concurso promovido pela ONU. Assista o vídeo.


NO RIO, ONU LEMBRA HOLOCAUSTO COM EXPOSIÇÃO E APELO CONTRA O ÓDIO

307_especial_1_4Pôster criado pela designer brasileira Júlia Cristofi. Foto:Divulgação.

Para lembrar as vítimas do Holocausto, o Centro de Informação da ONU no Brasil (UNIC Rio) inaugurou nesta segunda-feira (29), no Rio de Janeiro, a exposição de pôsteres “Mantenha a Memória Viva — Nossa Responsabilidade Compartilhada”. A mostra reúne 12 obras feitas por designers que se inscreveram num concurso global das Nações Unidas sobre o tema. A vencedora foi a brasileira Julia Cristofi, que participou da abertura. O evento reuniu sobreviventes do Holocausto.

O crime de genocídio seria uma palavra insuficiente para expressar o que aconteceu”, afirmou o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, sobre os 6 milhões de judeus mortos pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua avaliação, esse fato histórico foi “certamente a consequência mais grave de um ódio extremo”, que perdura até os dias de hoje, semeando discriminação contra alguns setores da sociedade, como refugiados, migrantes e minorias étnicas. Neste ano, a ONU observa o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, lembrado em 27 de janeiro, com o tema “Memória e educação sobre o Holocausto: nossa responsabilidade compartilhada”. Para Giuliano, a data é uma oportunidade para mobilizar sobretudo os jovens. “Não se trata apenas (de honrar a memória) do 1,5 milhão de crianças que morreram, mas também de falar das crianças de hoje, que devem aprender sobre o que aconteceu”, acrescentou o diretor do UNIC Rio na cerimônia, que reuniu cerca de 50 pessoas, entre sobreviventes do regime nazista vivendo no Rio, representantes das comunidades judaica e cigana, estudantes e autoridades consulares.

Para o vice-presidente da Federação Israelita do estado do Rio de Janeiro (FIERJ), Claudio Rosemberg, “o Holocausto marca o trágico e doloroso ápice das perseguições sofridas ao longo dos séculos (pelos judeus) e até os dias de hoje”. Rosemberg lembrou ainda que, além dos judeus, ciganos, pessoas com deficiência física e mental, padres, homossexuais e cidadãos do Leste Europeu também foram perseguidos e brutalmente assassinados por não pertencerem à raça ariana. “Para Adolf Hitler e seus companheiros, todos os grupos considerados inferiores deveriam ser exterminados. Esta solução final criada pelos nazistas resultou na aniquilação de um terço da população judaica, tratada como sujeira humana”. Veja matéria.

“É necessário ouvir os sobreviventes”, diz brasileira vencedora de concurso internacional de pôsteres sobre o Holocausto

Julia Cristofi, criadora do pôster vencedor do concurso, conta que quis valorizar a memória viva representada pelos sobreviventes do Holocausto. A imagem de sua autoria reúne fotos de sobreviventes que são anualmente selecionados pelo Memorial Yad Vashem, em Israel, para acender seis tochas durante as atividades da instituição em lembrança às mortes dos 6 milhões de judeus.

“Todo artista espera ter uma oportunidade em que ele possa falar de história e questões sociais”, afirma a designer. Para Julia, é necessário ouvir o que os sobreviventes têm a dizer para fortalecer a luta contra o preconceito atualmente. A mostra de pôsteres ficará aberta ao público no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada franca, até o dia 28 de fevereiro. Um júri internacional selecionou os 12 melhores pôsteres a partir de mais de 150 inscrições de designers e estudantes de design de Áustria, Bósnia e Herzegovina, Brasil, China, Hungria, Índia, Indonésia, Israel, Peru, Polônia, Rússia, Sérvia e Eslovênia.

Os trabalhos serão exibidos em diversos países para a ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, lembrado em 27 de janeiro, enquanto a exposição original será realizada na sede da ONU, em Nova Iorque, na mesma data. O primeiro lugar receberá um prêmio de 500 dólares, o segundo de 300 dólares e o terceiro, de 200 dólares. Veja matéria.


CERIMÔNIA EM HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO EM CURITIBA

Matéria na Gazeta do Povo mostra homenagem às vítimas do Holocausto realizada nesta segunda-feira (29), no Museu do Holocausto, em Curitiba. A cerimônia lembrou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (27 de janeiro). O reitor da UFPR Prof. Dr. Ricardo Marcelo Fonseca e o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani, acenderam uma das seis velas em homenagem às vítimas. O evento contou com a presença de lideranças da comunidade judaica do Paraná, corpo consular, sobreviventes do Holocausto, e representantes de outras religiões, com o arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo.

307_especial_1_5O reitor da UFPR Ricardo Marcelo Fonseca (à esq.) e o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani.
Foto: Danielle Sommer.


CENTRO ISRAELITA DO RIO GRANDE DO NORTE REALIZA ATO EM DEFESA DA TOLERÂNCIA

307_especial_1_6Participantes do evento durante cerimônia de acendimento das velas. Foto: Divulgação

O Centro Israelita do Rio Grande do Norte, a WIZO – Organização Sionista Internacional de Mulheres Judias -, e a Associação Religiosa Sinagoga Braz Palatinick realizaram ato solene de acendimento de velas em defesa da tolerância e em homenagem às vítimas do Holocausto, no dia 24/01, na sede da instituição e da sinagoga.

O evento contou com as presenças dos vereadores da Câmara Municipal de Natal Franklin Capistrano e Preto Aquino, do representante do Ministério Público do RN Henrique Cavalcanti, além de representantes da Igreja Presbiteriana e da comunidade judaica local.

A cerimônia foi aberta com a execução do Hino de Israel, seguido de Hatikva e de Yerushalaim Shel Zahav pelo harpista Ari Noronha e contou com discursos do presidente da sinagoga Braz Palatinick, Manoel Moura, do representante do CIRN, Albert Barcessat Gabbay e do vereador Franklin Capistrano.

Em seguida, após as homenagens às vítimas, oficiada por Shimon Alburkek, foram acesas 6 velas, cada uma em homenagem a 1 milhão de judeus mortos nos campos de concentração.

Em seguida, foi realizada leitura, por Ana Patrícia Castro, do poema do Jorge Amado “Canção da Judia de Varsóvia“.

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