PURIM ESTÁ CHEGANDO – RABINO KALMAN PACKOUZ

330_história_3_1De certa maneira, Purim é ‘maior’ que Yom Kipur. Em Yom Kipur nós jejuamos e é fácil para nossa alma ter domínio sobre o corpo. Purim, por outro lado, é o melhor exemplo da integração do físico e do espiritual e da conscientização do amor que D’us tem por nós.


Hora de festa! Purim será comemorado desde o anoitecer de quarta-feira, 20 de março e todo o dia 21. Purim é a festividade que nos faz lembrar que D’us ‘dirige’ o mundo por trás dos bastidores. Em nenhum lugar da Meguilá Ester o nome de D’us é mencionado, apesar de haver uma tradição de que, a cada vez que as palavras ‘o rei’ são mencionadas, referem-se também ao Todo-Poderoso.

330_história_3_3

A Meguilá Ester é um livro repleto de suspense e intrigas, onde está relatada a historia de Purim, e com um final bastante feliz: o Povo Judeu é salvo da destruição!

Um excelente livro elucidando Purim é The One Hour Purim Primer, de autoria do Rabino Shimon

Apisdorf, de Los Angeles. Uma das mensagens que mais me chamaram a atenção foi a seguinte: “Se você e seus familiares costumam ir apenas duas vezes por ano à sinagoga, escolha então Purim e Simhá Torá (quando todos dançam e celebram o encerramento e o início da leitura da Torá). Nossas crianças devem ver e sentir a alegria de sermos Judeus, e nada melhor que estas duas datas festivas!”

Outro excelente livro é Inside Purim – Fascinating and Intriguing Insights on Purim and the Megillah.

Purim vem da palavra persa ‘pur’, que quer dizer ‘sorteio’, como consta na Meguilá: “Hamán fez sorteios para escolher o ‘melhor’ dia para exterminar os Judeus”. Este dia caiu em 13 de Adar. Os sinistros eventos daquele dia acabaram se invertendo, tornando-se um dos mais alegres dias do calendário Judaico. Nós celebramos Purim no dia 14 de Adar, pois “eles (os Judeus) descansaram no décimo quarto dia, tornando-o um dia de festa e alegrias (Meguilá Ester, capítulo 9:17)”.

Em alguns poucos lugares, como Jerusalém, Hevrón, a cidade velha de Tsefat e Tibérias, Purim é celebrado no dia seguinte, 15 de Adar. Nossos Sábios declararam que todas as cidades de Israel que tinham muralhas à época de Yehoshua bin Nun (Josué), devem celebrá-lo no dia seguinte. O motivo foi comemorar o dia a mais que o rei persa Ahashverosh garantiu a Ester, para permitir aos Judeus de Shushán (a capital da Pérsia, que, por coincidência, era uma cidade com muralha) resolverem-se com seus inimigos. A festividade que ocorre nestes locais chama-se Shushán Purim.

Há duas formas com que se tenta destruir o Povo Judeu: física ou espiritualmente. Nossos inimigos usaram as duas. Hánuca é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos assimilar culturalmente (os Gregos e suas culturas derivadas). Purim é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos destruir fisicamente (dos amalequitas até os persas, sem parar).

330_história_3_2Por que usamos fantasias e máscaras em Purim? Em lugar algum da Meguilá Ester o nome de D’us é mencionado. Se alguém assim o desejar, poderá enxergar a história de Purim como uma sequencia de coincidências, totalmente desprovida de Influência Divina. Da mesma forma que nos escondemos atrás de máscaras e fantasias, mas nossa essência está lá, assim D’us tinha “escondido Sua face”, atrás das ‘forças’ da história, mas lá estava Ele dirigindo os acontecimentos.

Por que fazemos barulho toda vez que o nome de Hamán é mencionado durante a leitura da Meguilá? Hamán pertencia ao povo de Amalêk, um povo que personifica o mal e que a Torá não os deseja. Ao ‘desfigurarmos’ o nome de Hamán durante a leitura, estamos, simbolicamente, aniquilando Amalêk e todo o mal que ele representa.

A festividade é celebrada ouvindo-se a leitura da Meguilá 4a feira à noite e 5a feira de manhã, que traz o relato de todos os fatos ocorridos em Purim. Durante o dia (5a feira) cumprimos outras três mitsvót: 1) Matanót L’Evioním — dar dinheiro ou presentes a pelo menos duas pessoas pobres; 2) dar pelo menos dois alimentos prontos a no mínimo uma pessoa (chamado Mishlôah Manót, “o envio de porções”, que também pode ser feita através de um intermediário) e 3) comer uma Seudá, uma refeição festiva, onde devemos beber vinho.

De certa maneira, Purim é ‘maior’ que Yom Kipur. Em Yom Kipur nós jejuamos e é fácil para nossa alma ter domínio sobre o corpo. Purim, por outro lado, é o melhor exemplo da integração do físico e do espiritual e da conscientização do amor que D’us tem por nós. A única coisa que se interpõe entre o Todo-Poderoso e você – é você. O vinho e o espírito do dia nos ajudam a ultrapassar esta barreira.

As mitsvót de Mishlôah Manót e de dar presentes aos pobres foram ordenadas para gerar um amor fraterno entre as pessoas. Quando há unidade e amor entre nós, mesmo os transgressores se tornam pessoas corretas e nossos inimigos não conseguem nos causar nenhum dano!

Todos gostaríamos que nossos filhos tivessem os mesmo valores e interesses que nós, mas frequentemente nos surpreendemos com o fato de isto não acontecer. A menos que propiciemos experiências e trocas de ideias sobre as coisas que valorizamos e apreciamos, nossos filhos terão experiências diferentes… e muito possivelmente valores diferentes. Não podemos decretar e impor-lhes apreço pelo Judaísmo. O que PODEMOS fazer é propiciar-lhes experiências judaicas positivas – como Purim! – e nossas crianças começarão a ter algo a amar e admirar no fato de serem Judias!

Gostaria de saber mais sobre Purim? Entre em www.aish.com/h/pur/ (inglês) ou www.aishlatino.com/h/pur/ (em espanhol) e divirta-se!


Pensamento : “Sempre e Nunca são duas palavras que devemos sempre lembrar de nunca usar!”


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:- Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com

20
20