QUER SABER COMO CORRIGIR OS OUTROS? – RABINO KALMAN PACKOUZ

Baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin

334_história_5_1Frequentemente pessoas bem intencionadas exprimem sua reprovação de maneira ríspida ou com gritos, particularmente quando o alvo é seu filho ou sua filha. Porém, não podemos nos esquecer de algo muito importante: Toda pessoa quer fazer a coisa certa.

A Torá declara: “Você deve repreender seu próximo e não ‘carregar’ pecados por causa dele (Vaikrá 19:17)”. Será que repreender os outros não causa embaraço e culpa à pessoa que está sendo repreendida?

O Hafêts Haim, Rabino Yisroel Meir Kagan (Polônia, 1839-1933), um dos maiores líderes do Povo Judeu até seu falecimento, explicou qual a maneira mais efetiva de repreendermos alguém: precisamos demonstrar que realmente nos importamos com esta pessoa! Demonstrando um verdadeiro interesse por seu bem estar, ela ficará mais receptiva a ouvir nossa reprimenda.

Ele frequentemente aconselhava aquelas pessoas que falavam em público para focarem no grande valor e na beleza de seguir o estilo de vida da Torá: “A maioria das pessoas já sofre o suficiente e é impróprio aumentar o seu sofrimento ao despertar-lhe sentimentos de culpa. O que precisa ser frisado é a grande bênção que a pessoa encontrará ao seguir a Torá e a elevação e enriquecimento de praticar bons atos e aprimorar seu caráter”.

É um erro pensarmos que a maneira certa de corrigir os outros é embaraçando-os ou humilhando-os. O Talmud (Tratado Arachin 16b) ensina que é claramente proibido envergonhar alguém, mesmo que a intenção seja corrigi-lo. Ao tentarmos motivar alguém para fazer algo, existem dois caminhos possíveis:

1. Podemos tentar mostrar à pessoa como ela irá se beneficiar ao fazer determinada coisa e, então, provavelmente, ela desejará fazê-lo por causa do ganho positivo; ou

2. Você pode ameaçar a pessoa com advertências duras em relação àquilo que sofrerá se não o fizer.

O Rabino Eliahu Dessler (Inglaterra e Israel, 1892-1953) nunca censurava seus alunos de maneira pessoal. Pelo contrário, ele dava palestras gerais sobre os benefícios de se ter qualidades positivas e sobre os danos e perdas das características negativas. Certa vez, uma pessoa comentou com o Hazon Ysh [o Rabino Avraham Yeshaya Karelitz – Israel, 1878-1953)], um dos grandes líderes do Povo Judeu da geração anterior, que o Rabino Dessler não demonstrava dureza ao repreender seus alunos. O Hazon Ysh concordou com a abordagem do Rabino Dessler e disse: “É preferível influenciar alguém para que queira adquirir características positivas do que tentar forçá-lo a agir corretamente”.

Frequentemente pessoas bem intencionadas exprimem sua reprovação de maneira ríspida ou com gritos, particularmente quando o alvo é seu filho ou sua filha. Porém, não podemos nos esquecer de algo muito importante: Toda pessoa quer fazer a coisa certa. Se pudermos demonstrar nosso amor pela outra pessoa, nosso genuíno desejo de ajudá-la e nossa ciência de que ela quer agir corretamente, poderemos então falar suavemente e adverti-la, que com certeza seremos ouvidos.

Que este possa ser nossa abordagem para com os demais: Focalizemos sempre nos pontos positivos!


Pensamento: O melhor modo de tirar um grande peso do ombro dos outros é um tapinha nas costas!!


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

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