SENTINDO A DOR DO PRÓXIMO – RAV EFRAIM BIRBOJM

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Nem sempre é fácil se preocupar com o problema dos outros, principalmente quando nós também estamos passando por dificuldades. Mas é isto que torna o ser humano uma criatura tão especial: a capacidade de se lembrar dos outros e, ao mesmo tempo, se esquecer dos seus próprios problemas.


“A Sra. Leslie estava fazendo compras no supermercado. A situação da família estava muito difícil, pois o seu marido estava desempregado, vivendo apenas de pequenos bicos. A Sra. Leslie pegou apenas os produtos essenciais. Quando o caixa do supermercado passou todos os produtos, mostrou para a Sra. Leslie o total. Ela começou a tirar o dinheiro da bolsa e contou as notas. Para sua enorme vergonha, a conta tinha dado 55 dólares, 10 dólares a mais do que ela tinha na carteira. Ela se sentiu muito humilhada naquele momento. Pediu desculpas para o caixa do supermercado e assumiu que não tinha dinheiro suficiente e, por isso, precisaria tirar alguns produtos que já estavam na sacola. O que a Sra. Leslie mais desejava naquele momento era sumir de vergonha. De repente, o cliente que estava logo atrás na fila do caixa se aproximou. Ele estendeu uma nota de 10 dólares para o homem do caixa e informou que era para completar o que faltava das compras daquela senhora. Apesar do gesto nobre daquele homem, a Sra. Leslie não quis aceitar. Em um tom firme, ela disse:

– Por favor, não precisa se incomodar. Muito obrigado, mas eu não posso aceitar este dinheiro.

Porém, o homem abriu um grande sorriso e disse:

– Por favor, deixe-me contar uma história. Minha mãe está há muito tempo internada no hospital. Eu a visito todos os dias e levo para ela flores, para alegrar seu dia. Porém, ontem ela me deu uma grande bronca. Ela falou que era um grande desperdício todos os dias gastar dinheiro com flores. Ela então me disse que, se eu quisesse realmente deixá-la feliz, eu deveria fazer todos os dias alguma bondade com o dinheiro das flores.

– Então, por favor, aceite – concluiu o homem, emocionado – Estas são as flores de hoje da minha mãe…”

Nem sempre é fácil se preocupar com o problema dos outros, principalmente quando nós também estamos passando por dificuldades. Mas é isto que torna o ser humano uma criatura tão especial: a capacidade de se lembrar dos outros e, ao mesmo tempo, se esquecer dos seus próprios problemas.


RAV EFRAIM BIRBOJM – Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, começou seu processo de Teshuvá (retorno ao judaísmo) aos 25 anos, através da Instituição “Binyan Olam”. Saiba mais.

Email: efraimbirbojm@gmail.com

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