ISRAEL NA LUTA CONTRA O CORONAVÍRUS – POR ALON LAVI, CÔNSUL GERAL DE ISRAEL EM SP

356_especial_2_1Cooperação com países do mundo todo e inovação tecnológica são apenas alguns dos aprendizados que levaremos desta crise sem precedentes. Espero que Israel e o mundo se tornem ainda mais fortes e unidos ao fim desta difícil fase.


Desde a independência de Israel, que acaba de completar 72 anos, a educação e a ciência sempre foram pilares fundamentais em sua sociedade. Agora, esse investimento está gerando frutos na atual pandemia de coronavírus que afeta o mundo.

Algumas decisões cruciais transformaram Israel na famosa Startup Nation ou Nação Empreendedora. O país entendeu logo na sua formação que destinar uma porcentagem considerável de seu PIB para pesquisa e desenvolvimento era uma necessidade para remediar a escassez de recursos naturais que possui. Também criou o triângulo de cooperação entre academia, governo e iniciativa privada. Com financiamento público e privado de pesquisa, o ecossistema de inovação de Israel se tornou atraente para investidores de todo o mundo e produtivo nas mais diversas áreas.

Características de sua cultura também colaboram para a formação de um ambiente inovador, como a obrigatoriedade do serviço militar, que traz uma grande responsabilidade aos jovens e uma oportunidade de ser apresentado à alta tecnologia, e ter uma sociedade heterogênea, formada em sua maioria por imigrantes, e uma cultura tradicionalmente questionadora, informal, criativa e com tolerância ao fracasso.

Esses são os pilares que atualmente ajudam na prevenção e no combate ao coronavírus no país. Israel usou a criatividade e a tecnologia para entender qual era a situação da propagação da doença no país e acompanhar as pessoas que estavam doentes ou com potencial de estar doentes para descobrir onde poderia surgir novos focos. Isso trouxe números de casos mais realistas para o país, que pôde implementar políticas públicas eficazes no combate à doença. Por isso, temos números baixos de óbitos pela COVID-19 e fomos considerados o país mais seguro para estar durante a pandemia por algumas pesquisas.

Várias inovações surgiram ou foram adaptadas para colaborar na luta contra o coronavírus. Uma delas é a Tyto Care, plataforma que foi implantada em enfermarias de quarentena para pacientes com COVID-19 nos maiores hospitais de Israel. É um exame médico remoto que permite examinar pulmão, coração, temperatura e outros exames sem contato físico, protegendo a equipe médica e os pacientes.

Recentemente, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu anunciou o investimento de US$ 60 milhões apenas para o desenvolvimento de medicamentos e vacina contra o coronavírus. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Biológica do país (IIBR) já desenvolveram um anticorpo para o COVID-19 e estão a caminho da produção em massa de um tratamento. Israel não descansa na procura de uma solução para esta crise.

Há algumas semanas, com a epidemia controlada, Israel começou o afrouxamento da quarentena e a reabertura gradual para dar início ao reaquecimento da economia no país. Por lá, já não existem mais restrições para sair de casa e o comércio já foi reaberto, apesar de o Ministério da Saúde continuar mantendo as diretrizes de distanciamento físico, uso de máscaras e higiene das mãos.

Aos poucos, os israelenses vão retomando a vida cotidiana com a incerteza de até quando viverão à sombra do coronavírus, assim como o restante do mundo. E Israel, certamente sairá desta pandemia mais experiente e mais evoluído. Cooperação com países do mundo todo e inovação tecnológica são apenas alguns dos aprendizados que levaremos desta crise sem precedentes. Espero que Israel e o mundo se tornem ainda mais fortes e unidos ao fim desta difícil fase.

Aqui em São Paulo, seguimos nosso trabalho no Consulado de estreitamento dos laços entre Israel e o Brasil, seja com o intercâmbio cultural, com a aproximação política ou com a facilitação de negócios entre os países, e de parcerias com a vibrante comunidade judaica, que está sempre colaborando na missão de apresentar Israel para cada vez mais brasileiros.

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