A CABALÁH E A NOSSA VIDA: EM BUSCA DE UM SENTIDO – RABINO RUBEN NAJMANOVICH
Os grandes mestres ensinam que o mais importante na vida é conseguir mudar nossa própria natureza. Essa mudança pode nos fazer interpretar a realidade de uma forma diferente, o que implica em responder aos desafios de uma forma diferente. Estar amanhã igual ao que se é hoje significa que não se aprendeu nada, porque nada mudou.
“A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até ultimo suspiro, configurar a sua vida de modo que tenha sentido”. – Viktor Frankl, M.D., Ph.D.
A Cabaláh pode ser um instrumento importante em nosso cotidiano. Todo tipo de conhecimento adquirido deve ser colocado em prática no dia a dia porque, de outra forma, ele perde o seu sentido.
Ao criar o homem à sua imagem, D’us o deixou livre para escolher caminhos e dessa forma transcender a si mesmo, ás suas contradições interiores, suas inclinações e desejos, com a capacidade atingir as alturas e as profundezas espirituais.
O homem está ligado a um sistema de mundos superiores. Cada ser humano é composto de fluxos espirituais de energia que definem a usa personalidade. E por meio de nossas ações que podemos estabelecer um equilíbrio entre o espiritual e o material, a razão e a emoção, assim como entre nós e o universo que nos cerca.
A Cabaláh tem como objetivo trazer à tona a nossa sabedoria intuitiva e permitir que nossa unidade possa iluminar aqueles que estão à nossa volta.
Cada homem possui uma missão a ser cumprida, algo que somente ele pode fazer. Cada acontecimento em nossas vidas deve ser observado como lições que podem nos enriquecer de diversas formas.
Os ensinamentos da Cabaláh, quando são aplicados em nosso cotidiano, podem tornar a vida mais estável e harmônica e as pessoas mais equilibradas nesse mundo tão complexo em que vivemos hoje.
Os grandes mestres ensinam que o mais importante na vida é conseguir mudar nossa própria natureza. Essa mudança pode nos fazer interpretar a realidade de uma forma diferente, o que implica em responder aos desafios de uma forma diferente. Estar amanhã igual ao que se é hoje significa que não se aprendeu nada, porque nada mudou. Mudar e transformar significa o mesmo que evoluir e ascender.
Ao estudar a Cabaláh aprendemos a integrar o material e o espiritual. Aprendemos também que somente quando estivermos envolvidos no mundo, cientes da realidade e de nossas responsabilidades, poderemos encontrar o nosso verdadeiro “eu”.
A Cabaláh ensina que ao compartilharmos e dividirmos o que temos com os outros, criamos um espaço maior dentro de nós para recebermos muito mais. As Sefirot da Árvore da Vida funcionam como um mapa da consciência humana por meio da qual podemos descobrir as dimensões de nosso ser. Ao meditarmos sobre as qualidades de cada Sefiráh e seus atributos divinos podemos adquirir uma nova percepção do sentido da vida.
Um dos grandes preceitos do judaísmo, assim como o da Cabaláh, é o de que a vida tem sentido e o grande objetivo do homem é se aperfeiçoar e aproximar-se do Criador.
O nosso melhor mestre é a observação. Para se tornar um bom observador é necessário observar sem dúvidas ou preconceitos, ser imparcial e aplicar à vida aquilo que foi aprendido por meio da observação. O aprendizado requer paciência e perseverança, porque geralmente o que é feito rapidamente não cria raízes firmes.
A Árvore da Vida funciona como uma árvore comum. Ela deve ser cuidada e podada para que bons frutos sejam reproduzidos. A concentração, meditação e contemplação regulares são muito importantes para o estudo da Árvore da Vida, que ilustra o universo objetivo e o eu subjetivo.
Para estudar o universo que o cerca, contemple a Arvore e, para observar você mesmo, analise os seus três pilares. Medite e escute seu o mundo interior fechando-se às idéias exteriores, e ouça o seu coração.
Para colocar os ensinamentos da Cabaláh em sua vida é importante meditar sobre os acontecimentos cotidianos, pois os problemas corriqueiros são seus melhores mestres. Após a meditação faça anotações, registre seus pensamentos e sensações, as respostas intuitivas aos acontecimentos do dia. Após algum tempo, reveja suas anotações, perceba suas mudanças interiores.
Para vivenciar as meditações de uma forma mais completa é importante conhecer o significado da cada Sefiráh da Árvore da Vida, assim como o significado de seus pilares, divididos em positivo, negativo e neutro. Conhecendo o que cada ramo “diz”, fica muito mais fácil encontrar o seu oposto e manter o equilíbrio.
As Sefirot Chessed (Misericórdia) e Guevuráh (Julgamento ou Poder), por exemplo, representam as emoções humanas. Chessed simboliza o fluxo do amor, o altruísmo, e nos abre para o mundo. O seu oposto é Guevuráh, que representa a força e o poder, o recuo das forças para dentro de si mesmo. Cada uma das Sefirot possui o seu valor, pois seus sentimentos não são positivos ou negativos. O ideal é manter o equilíbrio entre as duas energias.
O homem possui o livre arbítrio, o poder de optar e escolher o caminho que deseja trilhar. O livre arbítrio dá ao homem um sentido à sua vida. Para fazer escolhas de uma forma sábia é preciso ter a mente em equilíbrio, reinterpretar a realidade e desfazer o que foi criado pela força do hábito.
O livre arbítrio dá ao homem o poder de inovar e mudar. Para fazer escolhas equilibradas é necessário estar em harmonia com você mesmo, sem nenhum sentimento que possa pesar seu coração.
RUBEN NAJMANOVICH – Rabino, Professor da Ciência da Religião, Mestre em Ciências Sociais e humanidades menção educação. Saiba mais.
rubenaj@terra.com.br