O HOMO SAPIENS E A DEFINIÇÃO DE UM SER HUMANO – RABINO KALMAN PACKOUZ, AISH HÁ TORÁ

Rabino Kalman Pa

… existem características além do intelecto que são únicas aos seres humanos e que nos distinguem dos animais.


Você já leu sobre pessoas que tentam incluir seu cão em seu seguro-saúde definindo-o como seu sócio ou parceiro? Nós amamos os nossos animais, mas será que há algo que faz um ser humano ser diferente de um animal?

A ciência classifica os seres humanos como “Homo Sapiens” – definidos como tendo um volume cerebral médio de 85 centímetros cúbicos, dependentes da linguagem e que criam e utilizam ferramentas complexas. “Homo” é um gênero que inclui macacos, gorilas, orangotangos, chimpanzés e babuínos. “Sapiens” refere-se ao intelecto.

O Rabino Abraham Twerski escreveu em seu livro Twerski on Spirituality que existem características além do intelecto que são únicas aos seres humanos e que nos distinguem dos animais. Algumas das características que encerram a definição de um ser humano são:

1) A capacidade de aprender com o passado – Um rato aprenderá a não pressionar uma alavanca se receber choques, mas ele não tem a capacidade de aprender com a experiência de seu avô.

2) A capacidade de pensar sobre o objetivo e o propósito de nossa existência – Embora alguns seres humanos não o façam, eles têm a capacidade de fazê-lo.

3) A capacidade de intencionalmente melhorar a si mesmo – É pouco provável que uma vaca vá se perguntar: “O que posso fazer para me tornar uma vaca melhor?” Somente os seres humanos podem refletir sobre o seu auto-aperfeiçoamento.

4) A capacidade de adiar uma gratificação – Sim, um cão esperará até receber permissão para comer sua ração, mas somente os seres humanos conseguem abrir mão de um desejo em nome de um objetivo maior ou adiá-lo para um momento mais apropriado.

5) A capacidade de refletir sobre as conseqüências de suas ações.

6) A capacidade de controlar a raiva – Se um animal for irritado, ele atacará. Um ser humano pode avaliar o ato da provocação e concluir que não há motivo para ficar zangado. Poderia ter sido um ato não intencional ou acidental.

7) A capacidade de perdoar – Os animais podem esquecer, mas é altamente duvidoso que sejam capazes de perdoar. Os seres humanos podem perdoar e esquecer .

8) O livre-arbítrio – Os animais estão sob o domínio absoluto do seu corpo e não podem fazer uma escolha livre. Se estiverem com fome, precisam procurar alimento. Eles não conseguem decidir que irão jejuar hoje. Se um chacal vê um tigre comendo uma carcaça, irá abster-se de chegar perto por medo de represálias. Apenas o ser humano pode estar numa posição de não ser percebido nem correr riscos de uma vingança e ainda assim decidir não roubar porque é moral e eticamente errado.

Escreveu o Rabino Twerski: a soma total de todas as características que são únicas para os seres humanos compreendem o espírito que nos torna distintamente humanos. Seja se alguém acredita que este espírito foi instilado no homem por D’us ou de alguma forma desenvolveu-se no processo da evolução humana – o fato de que os seres humanos têm um espírito independe da nossa crença.

Se alguém está procurando espiritualidade, então deve por em prática sua capacidade exclusivamente humana. Espiritualidade é, portanto, nada mais do que a implementação dessas capacidades, uma vez que a espiritualidade pode ser vista como sinônimo de humanidade. Na proporção em que uma pessoa está carente de espiritualidade, nesta mesma proporção ela está desprovida de humanidade.

Sem incluir a religião, a definição acima se refere a uma espiritualidade genérica. No entanto, em relação à espiritualidade judaica, é preciso voltar-se para a Torá para recebermos orientações sobre como um judeu/judia deve exercer suas capacidades exclusivamente humanas!

O livro Twerski on Spirituality está disponível em www.artscroll.com/Books/spirh.html .


RABINO KALMAN PACKOUZ – Da Aish Há Torá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

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Pensamento:“Se você quer fazer os outros felizes, faça bondades.Se você quer ser feliz, faça bondades!”