BOLA DE OURO – REESTREIA EM JANEIRO NO TEATRO FAAP
Montagem dirigida por Marco Antônio Braz reestreia dia 23 de janeiro e tem elenco formado por Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luiz Amorim e Carolina Gonzalez.
O espetáculo Bola de Ouro, após primeira temporada no Sesc Santo Amaro, reestreia no dia 23 de janeiro no Teatro FAAP, às 21 horas. A temporada segue até 7 de março, sempre quintas e sextas-feiras.
Bola de Ouro é a primeira montagem brasileira de um texto de Jean-Pierre Sarrazac, expoente da dramaturgia francesa contemporânea. Com direção de Marco Antônio Braz, o espetáculo tem elenco formado por Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luiz Amorim e Carolina Gonzalez. No enredo, os personagens são levados a ter um encontro com o passado, provocando o confronto de gerações, visto pelo espelho das próprias histórias.
Bola de Ouro é o nome de um café parisiense que não existe mais. Em seu lugar funciona uma livraria. Nele se reunia, em 1968, um grupo de jovens “revolucionários” que conspiravam contra o sistema vigente e planejavam a revolução futura. Passados 30 anos, três membros deste grupo recebem uma estranha convocação anônima: e-mails, assinados por um pseudônimo, dizendo que eles devem retornar ao Café Bola de Ouro para uma reunião. Este convite, com cheiro de vingança, desencadeia um processo reflexivo sobre suas vidas e atitudes.
O diretor Marco Antônio Braz afirma que “o atrativo maior desta trama é provocar a reflexão sobre as gerações e discutir sobre como pensa a pessoa que era jovem quando se torna velha”. Cada personagem da história é uma parte simbólica de sua geração. O Escritor Herói (Celso Frateschi) era um rapaz de forte veia revolucionária que se tornou autor consagrado, assimilado pelo Estado. O Jornalista (Walter Breda) saiu dos panfletos revolucionários para ser editor de um jornal burguês. A Imóvel (Marlene Fortuna), que foi grande jornalista de causas feministas dos anos 70, tornou-se pintora reclusa, voltada para si mesma. E O Praguejador (Luiz Amorim) não quis abrir mão dos seus ideais, ficou esquecido e foi aquele que mais envelheceu.
A Estagiária (Carolina Gonzalez) é quem puxa o fio condutor da narrativa. Filha de A Imóvel, ela chega à redação do velho jornalista e suscita nele as lembranças que vão revelando ao público os meandros da trama e a relação entre os personagens que, possivelmente, levará ao ajuste de contas.
A trama apresenta diferentes lugares que se misturam e os personagens podem falar na presença um de outro ou mesmo à distância. A “conspiração”, divulgada no passado, pode ir se modificando nestes lugares “invisíveis”, onde os protagonistas tentam se libertar do passado, reencontrando-o.
Marco Antônio Braz explica que uma das características da dramaturgia de Sarrazac é não deixar explícito o que é diálogo e o que é pensamento. “Os solilóquios são frutos do movimento interno da obra e não revelam se eles estão pensando ou dialogando. Esta pequena desordem na estrutura dramatúrgica é a maior riqueza desse texto. Bola de Ouro é teatro que se assume como teatral”.
Segundo o diretor, esta obra mostra a amplitude da dramaturgia francesa: “o teatro na França vai bem além dos autores tradicionais e excelentes que conhecemos”. E completa dizendo que para encenar Jean-Pierre Sarrazac, lança mão das “ferramentas” contemporâneas para que a estética da montagem tenha reflexo na força de síntese do dramaturgo. E finaliza: “é claro que mais que fundamental é ter em cena atores experientes, conscientes de serem atores, conscientes de estarem no teatro vivendo personagens”.
Crédito das fotos: Erik Almeida e Lenise Pinheiro
Ficha técnica
Espetáculo: Bola de Ouro
Texto: Jean-Pierre Sarrazac
Tradução: Carolina Gonzalez
Direção: Marco Antônio Braz
Elenco: Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luiz Amorim e Carolina Gonzalez.
Cenografia e figurino: Sylvia Moreira
Iluminação: Fran Barros
Trilha sonora: Zema Tämatchan
Assistência de direção: Marcelo Peroni
Visagismo: Jorge Abreu e Emerson Murat
Direção de produção: Henrique Benjamin
Assistente produção: Fernanda Lorenzoni
Produção administrativa: Fabio Hilst
Assessoria jurídica: Martha Macruz de Sá
Assessoria contábil: Paulo Exel
Programação visual: Benoit Jeay
Fotografia: Lenise Pinheiro
Serviço
Temporada: 23 de janeiro a 7 de março – às 21 horas
Horário: quintas e sextas-feiras – às 21 horas
Teatro FAAP
Rua Alagoas, 903. Higienópolis/SP. Tel: (11) 3662-7232
Ingressos: R$ 30,00 (quintas) e R$ 40,00 (sextas) – com meia entrada.
Duração: 80 min. Classificação etária: 12 anos. Gênero: drama
Ar Condicionado. Acesso universal. Capacidade: 270 lugares
Vendas antecipadas: telefone (3662-7233 / 3662-7234) e site www.faap.br/teatro
Aceitas cartões (D, MC, V). Estacionamento grátis.
Jean-Pierre Sarrazac – autor
Jean-Pierre Sarrazac, nascido na França, em 1946, é ensaísta, autor dramático, encenador, professor emérito no Instituto de Estudos Teatrais da Universidade de Paris III – Sorbonne Nouvelle e professor convidado na Universidade Católica de Louvain. Nos últimos trinta anos, vem desenvolvendo uma importante reflexão sobre as dramaturgias modernas e contemporâneas, registrada em uma importante e obra ensaística, premiada recentemente com Prêmio Thalia 2008, da Associação Internacional de Críticos de Teatro. Sarrazac é autor de mais de 20 peças de teatro, entre elas, A Paixão do Jardineiro, Cantiga para J.A., Diverte-me, Envelhecer, Lázaro, Também ele Sonhava com o Eldorado, O Menino Rei e A Paixão do Jardineiro, além dos livros A Invenção da Teatralidade, Brecht em Processo, O Jogo dos Possíveis e O Futuro do Drama.