IOM HAATZMAUT – DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL

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Naquele 14 de maio de 1948, o pensamento dos judeus de todo o mundo se voltava para o edifício do Museu de Tel Aviv. Todos aguardavam ansiosamente as palavras que seriam pronunciadas por David Ben Gurion, presidente do Executivo da Organização Sionista Mundial.


Dia da independência

Para que não tenhamos que perambular de um exílio para outro, necessitamos ter uma terra de refúgio ampla e que nos sustente, um lugar concreto que nos pertença…

Yehuda Leib Pinsker, um dos pioneiros do sionismo, no livro Auto-emancipação(1882)

Anoitecer do dia 5 de Iyar. Naquele 14 de maio de 1948, o pensamento dos judeus de todo o mundo se voltava para o edifício do Museu de Tel Aviv. Todos aguardavam ansiosamente as palavras que seriam pronunciadas por David Ben Gurion, presidente do Executivo da Organização Sionista Mundial. “Am Israel chai be Israel”; “o povo de Israel vive em Israel”, disse Ben Gurion, em um breve discurso que seria sucedido pelos acordes do Hatikvá, o hino do recém-nascido Estado de Israel.

Desde então, o Iom Haatsmaut, a mais jovem das festas do calendário judaico, é comemorado a cada dia 5 de Iyar de modo muito especial, porque marca a reconstrução do Estado judeu após mais de 2.000 anos de exílio, sem que o povo jamais abrisse mão de suas ligações com a terra. Neste ano de 2014 a data foi comemorada no último dia 5 de maio

Começo difícil

Ao mesmo tempo em que festejava a realização do sonho da independência, a população israelense se preparava para uma guerra anunciada desde que as Nações Unidas decidiram pela partilha da Palestina, em 29 de novembro de 1947, iniciando a contagem regressiva para a retirada das tropas britânicas de ocupação. No dia 16 de maio de 1948, apenas um dia depois do anúncio da criação de Israel, os exércitos do Egito, Transjordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, forçando o novo Estado a defender sua soberania.

Os exércitos árabes somavam 300 mil soldados egípcios, 60 mil transjordanianos, 300 mil sírios, 10 mil iraquianos e 50 mil palestinos, além de milhares de voluntários de outros países árabes. Israel contava apenas com 140 mil homens precariamente armados, aos quais se somavam voluntários vindos de diversos países para ajudar a construção do lar nacional judaico.

Depois de 15 meses de combates ferozes que custaram as vidas de mais de seis mil israelenses – quase 1% da população judaica do país – Israel conseguiu rechaçar os invasores. E garantiu a sua existência como nação soberana.

A bandeira

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Em 1948, o Estado de Israel foi reestabelecido como o Lar Nacional Judaico. A nova bandeira foi apresentada na ONU em 1949. A bandeira é o símbolo do orgulho do retorno da Nação Judaica ao seu lar.

David Wolffsohn, que participou do Primeiro Congresso Sionista, em 1897, em Basiléia, Suíça, conta a história do nascimento da bandeira israelense:

“A convite de nosso líder, Theodor Herzl, vim para a Basiléia para os preparativos para o Congresso. Entre muitos outros problemas que me ocupavam, havia um que continha algo da essência do problema judaico. Que bandeira seria pendurada no Salão do Congresso? Então tive uma idéia.Temos uma bandeira, e é azul e branca. O talit (manto de orações), com o qual nos cobrimos quando rezamos: este é nosso símbolo. Vamos tirar o talit de sua sacola e vamos desenrolá-lo perante os olhos de Israel e os de todas as nações. Então encomendei uma bandeira azul e branca com a Estrela de David pintada. Foi assim que a bandeira nacional de Israel, que esteve no Salão do Congresso, surgiu.”

As faixas azuis acima e abaixo da Maguen David nos lembram o talit. Quando vemos a bandeira de Israel, nos lembramos da fé e das orações de muitas gerações de judeus que esperaram o retorno ao seu Lar.

A Maguen David é um tradicional símbolo judaico. A história diz que David, rei de Israel, enfeitava seu escudo com a estrela de seis pontas, por isso a estrela é chamada Maguen David. A estrela é composta por dois triângulos, um com a ponta para cima, outro para baixo. Um deles aponta para tudo que é espiritual e santo. O outro aponta para baixo, para tudo que é terreno. A estrela une os céus à terra e a terra aos céus. O Maguen David simboliza que Deus reina acima, embaixo e nos quatro pontos cardeais.

Não existe um símbolo judaico mais relevante. O símbolo recebeu o nome de David, que sempre confiou no Reino de Deus em todos os cantos do mundo e, por esta razão, não temia reis de carne e osso.

A Maguen David no centro da bandeira significa que Israel confia não apenas no seu exército mas, principalmente, na Fortaleza de Israel. “Israel, confia no Eterno, Ele é seu socorro e seu escudo” (Salmos, 115:9).

Comemorações e costumes

Por ser uma festa nova, Iom Haatzmaut ainda não conta com muitos costumes estabelecidos. Segue os rituais de um Iom Tov (dia especial), suspendendo-se o trabalho antes do pôr-do-sol. Muitos acendem velas em memória dos que sacrificaram sua vida por Israel. A homenagem é prestada também através de duas orações, uma pela paz e outra em recordação dos mortos nas guerras.

Hatikvá, o hino nacional

Escrito pelo poeta Naftali Hertz Imber, em 1878, na Romênia, Hatikvá (em português, “A esperança”), foi originalmente adotado como hino do movimento sionista. Foi executado pela primeira vez como Hino Nacional pela Orquestra Filarmônica de Israel. A canção representa o anseio e a esperança do povo judeu por sua volta a Sion, outro nome dado a Jerusalém. O tema musical é comum a várias melodias populares da Europa Centro-oriental, incluindo o célebre Rio Moldava, do compositor tcheco Bedrich Smetana.

Hatikvá

A Esperança

Kol od balevav penimá

Enquanto no fundo do coração

Nefesh iehudi homiá

Palpitar uma alma judaica

Ulfaatei mizrach kadimá

E em direção ao Oriente

Ain le Tzion tzofiá

O olhar voltar-se a Sion

Od lo avdá tikvateinu

Nossa esperança ainda não está perdida

Hatikvá shnot alpaim

Esperança de dois mil anos

Lihiot am chofshi be artzeinu

De ser um povo livre em nossa terra

Eretz Tzion v’Ierushalaim

A terra de Sion e Jerusalém

Orações

Tefilá l’shalom ha’Mediná

(Oração pela paz no Estado de Israel)

Avinu shebashamaim, Tzur Israel vegoaló, barech et Medinat Israel, reshit tzmichat gueulatênu. Haguen aleha beevrat chasdecha ufros aleha sucat shelomecha ushlach orcha vaamitecha lerasheha, sareha veioatzeha vetakenem beetzá tová milfanecha.

Chazêc et iedei meguinei Eretz kodshenu, vehanchilem, Eloheinu, ieshuá vaateret nitzachon teatrem, venatata shalom baaretz v’simchat olam leioshveha.

Nosso Pai que está no céu, Rocha de Israel e seu Redentor. Abençoe o Estado de Israel, princípio do crescimento da nossa redenção. Ampare-o com Sua benevolência e estenda sobre ele a tenda da Sua paz. Envie Sua luz e Sua verdade aos seus dirigentes, ministros e conselheiros, encaminhando-os com Seus bons conselhos.

Fortifique as mãos dos defensores da nossa Terra Santa e faça-os herdar, ó nosso Deus, a salvação, coroando-os com glória. Proporcione paz na terra e alegria eterna aos seus habitantes.

David Ben Gurion

David Ben Gurion nasceu na Polônia em 1886. Ele veio para Israel em 1906, como parte da Segunda Aliyah. Ele era um líder proeminente do “Estado em formação”, o que permitiu o estabelecimento do Estado de Israel. Depois de sua criação, ele ficou à frente de Israel durante uma década e meia, até 1963. Ben Gurion serviu como Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa do Estado de Israel, e foi um dos principais líderes do Partido Trabalhista. David Ben Gurion morreu em 1973, e está sepultado no Kibutz Sde Boker.