CÂNCER: PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE
O câncer é uma doença que amedronta a todos. Ocorre devido a uma falha nas células que leva ao seu crescimento e multiplicação desordenados formando tumores. Muito se tem avançado no tratamento dos tumores, mas as melhores medidas no combate ao câncer ainda são a prevenção e a detecção precoce.
Neste artigo:
– Introdução
– Estimativas
– Detecção precoce
– Prevenção
O nosso corpo é formado por diversos tipos de células. Normalmente, as células crescem, se dividem e morrem. Algumas vezes, as células podem sofrer mutações e começam a crescer e a se dividir mais rápido do que as células normais e podem formar um tumor. Se esse tumor for canceroso (também chamado de “maligno”), eles podem invadir e matar as células saudáveis do corpo. E desses tumores malignos, algumas células podem se espalhar e formar novos tumores em outras partes do corpo.
Ainda falta muito para se conhecer com clareza o que determina o aparecimento de cada tipo de câncer, mas já se conhece vários fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, como alguns genes e fatores ambientais.
O câncer é um problema mundial de saúde e nas últimas décadas o número de pessoas afetadas cresceu. Segundo dados da OMS, estima-se que até 2030 ocorram cerca de 27 milhões de novas incidências da doença e cerca de 17 milhões de óbitos. A OMS estima também que 75 milhões de pessoas viverão com a doença, a maioria, proveniente de países de baixa e média renda.
Os novos casos de câncer devem aumentar 38,1% no Brasil ao longo desta década, passando de 366 mil casos diagnosticados em 2009 para mais de 500 mil novos casos em 2020, segundo um artigo assinado por mais de 70 especialistas na revista especializada Lancet Oncology.O artigo adverte que a América Latina corre o risco de enfrentar um aumento substancial no número de mortes por câncer se não houver uma melhoria no diagnóstico precoce da doença e no acesso a tratamentos pelas populações mais pobres.
A detecção precoce pode reduzir a mortalidade pelo câncer, pois o tratamento em estágios iniciais do câncer é freqüentemente menos agressivo do que em estágios mais avançados.
O exame clínico é o exame mais amplamente disponível para a detecção do câncer. Pela observação visual direta ou assistida podem ser identificados, por exemplo, o câncer de pele, boca, laringe, genitália externa e colo uterino. A palpação é capaz de detectar nódulos ou tumores no seio, na tireóide, próstata, testículos, ovários, pescoço, dentre outros.
Cânceres mais internos necessitam de procedimento e testes como endoscopia, radiografias, ressonância magnética ou ultra-sonografia. Alguns testes laboratoriais, como Papanicolau para detecção de câncer de colo de útero, teste de sangue oculto nas fezes para pesquisa de câncer no intestino e medida do PSA para câncer de próstata, podem ser utilizados para detecção de cânceres específicos.
Os pesquisadores têm trabalhado para melhorar os métodos de detecção precoce de câncer, tais como novas técnicas de imagem para descobrir o câncer de mama. Além disso, estudos genéticos de famílias com uma incidência elevada de certo tipo de câncer tem permitido a identificação de um número de genes relacionados ao desenvolvimento de câncer, o que poderia possibilitar a detecção precoce do câncer em pessoas com esses genes.
O tipo e periodicidade dos testes de triagem para câncer dependerão do risco de desenvolver determinado câncer, como em casos de história pessoal de câncer ou uma forte história familiar de câncer (em 2 ou mais parentes de primeiro grau). Existem alguns testes de aplicação universal, devido a alta incidência, existência de tratamento eficaz de lesões pré-malignas ou câncer em estágio inicial e pela facilidade de realização, como por exemplo, o teste Papanicolau, para prevenção de câncer de colo de útero, que deve ser realizado anualmente em todas as mulheres.
O melhor “tratamento” contra o câncer é a prevenção. Prevenção é definida como a redução da mortalidade causada pelo câncer por meio da redução na incidência de câncer. Pode ser realizada pela mudança no estilo de vida e exposições ambientais, e pelo tratamento bem sucedido de lesões pré-cancerígenas.
O achado mais consistente, após décadas de estudo, foi a forte associação do tabaco e cânceres em várias localidades. Outros exemplos de fatores de risco modificáveis para câncer incluem o consumo de álcool (associado com um risco aumentado para câncer de boca, esôfago e outros), sedentarismo (associado com aumento do risco para câncer de intestino, mama e possivelmente outros cânceres) e a obesidade (associado com câncer de intestino, mama, endométrio, e possivelmente outros). Portanto, evitar o consumo excessivo de álcool, o sedentarismo, o tabagismo e manter o peso corporal recomendado contribui para a redução do risco de certos tipos de câncer. Outros fatores de estilo de vida e ambientais reconhecidos por afetar o risco de câncer incluem certas práticas de relação sexual e reprodutiva, uso de estrógenos, exposição à radiação ionizante e radiação ultravioleta, certos produtos químicos, e agentes infecciosos.
Estudos demonstraram uma relação dos alimentos e nutrientes ingeridos com muitos tipos de câncer. O consumo de frutas e vegetais foram associados com uma redução do risco de variados tipos de câncer. Mas ainda não se conhece que componente específico das frutas e vegetal é responsável por essas associações observadas. Por outro lado, o consumo de carne vermelha e a ingestão inadequada de ácido fólico, tem sido associados com um risco aumentado de câncer de intestino.
A quimioprevenção é o uso de substâncias sintéticas ou naturais para reduzir o risco de câncer. Inúmeros estudos tem sido feito em busca desses agentes, já apresentando drogas promissoras, como o uso do tamoxifeno para reduzir o risco de câncer de mama em mulheres de alto risco, os inibidores da COX-2 (antiinflamatórios seletivos) para reduzir o risco de câncer de intestino e a finasterida para reduzir o risco de câncer de próstata. Outras medidas já bem estabelecidas incluem a vacinação para o vírus da hepatite B (para prevenção de câncer hepático) e o tratamento da infecção pelo Helicobacter pylori (bactéria cuja infecção aumenta o risco de câncer de estômago).
Testes genéticos para pessoas de alto risco, com conseqüente aumento da vigilância ou cirurgia profilática para os testes positivos, já são disponíveis para certos tipos de câncer, incluindo câncer de mama e de intestino.
Grandes esforços têm sido feitos em busca de vacinas para a prevenção de infecções por agentes oncogênicos (como por exemplo, o vírus do HPV, cuja infecção predispõe ao câncer do colo do útero) e de terapia genética para pessoas com mutações genéticas que as colocam em alto risco para o desenvolvimento de câncer.
Referências:
– Bibliomed. <http://www.bibliomed.com.br> acesso em 26 de novembro de 2013.
– Instituto Nacional de Câncer. INCA. <http://www1.inca.gov.br/situacao/> acesso em 26 de novembro de 2013.
– BBC Brasil. Relatório Brasil 2013 <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130426_lancet_relatoiro_cancer_america_latina_rw.shtml> acesso em 26 de novembro de 2013.
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Fonte: www.boasaude.com.br