O QUE FAZEMOS COM A NOSSA TRISTEZA? – RABINO KALMAN PACKOUZ

Rabino Kalman Pa

Entramos num período do calendário Judaico conhecido como ‘As Três Semanas’ – o período entre o dia 17 do mês hebraico de Tamuz (terça-feira passada, 15 de julho) e o dia 9 do mês de Av (segunda-feira à noite, 4 de agosto). Durante este período, ambos os Templos, em Jerusalém, foram destruídos.


Nossos corações compartilham os sentimentos e participam da tristeza dos pais, dos amigos — e um do outro — sobre o assassinato dos três jovens Naftali Frankel, Guilad Shaar e Eyal Yifrach por sequestradores terroristas. Para um compêndio de artigos, visite www.aish.com/united-ingrief/.

Nós oramos muito por seu retorno e, após 18 dias de insuportável angústia e ansiedade, ouvimos a trágica notícia. Os judeus de todo o mundo, no entanto, sentiram durante estes últimos 18 dias uma efusão de amor, compaixão e unidade entre Am Yisroel (o povo judeu) sem precedentes. Talvez você queira participar de um movimento global para reforçar estes sentimentos ao desenvolver mais tolerância, respeito e uma conduta ética em relação àqueles que são diferentes de nós. Visite: BeaMensch.com

Entramos num período do calendário Judaico conhecido como ‘As Três Semanas’ – o período entre o dia 17 do mês hebraico de Tamuz (terça-feira passada, 15 de julho) e o dia 9 do mês de Av (segunda-feira à noite, 4 de agosto). É um período tão desfavorável em toda nossa história, que o Shulchan Aruch, o Código das Leis Judaicas, nos aconselha a adiar processos judiciais e proíbe até a realização de casamentos. Também não cortamos o cabelo, não compramos ou vestimos roupas novas, não ouvimos música e nem fazemos viagens por recreação. É um período de introspecção, com pensamentos voltados a corrigir os nossos erros ou maus comportamentos na vida. Durante este período, ambos os Templos, em Jerusalém, foram destruídos.

Mas por que lamentamos a perda destes Templos depois de tantos anos? O que eles significaram e significam para nós, habitantes do século 21?

O Templo Sagrado de Jerusalém era o centro focal do Povo Judeu. Três vezes ao ano – em Pessach, Shavuót e Sucót – os Judeus que moravam em Israel e nas vizinhanças vinham orar e celebrar no Templo. Ele nos oferecia uma tremenda oportunidade de nos aproximarmos do Criador, de nos elevarmos espiritualmente. Ele representava o propósito do Povo Judeu na Terra de Israel: ser um Povo sagrado, unido com o Todo-Poderoso em nossa terra, um estado Judaico. Isto é o que ansiamos por recuperar e é por isto que lamentamos e relembramos a perda do que uma vez tivemos.

Cinco calamidades ocorreram no dia 17 de Tamuz:

1) Moshe quebrou as primeiras pedras (não eram ‘Tabuas da Lei’, mas ‘Pedras da Lei’) contendo os 10 Mandamentos, quando desceu do Monte Sinai e viu o povo idolatrando o Bezerro de Ouro;

2) A Oferenda Diária (Corban Tamid) parou de ser realizada no Primeiro Templo;

3) Romperam-se as muralhas de Jerusalém, durante o cerco à cidade, na época do 2º. Templo;

4) Apóstomo, o Perverso, um oficial romano, queimou um Sefer Torá (Rolos da Torá);

5) Um ídolo foi colocado no Santuário do Segundo Templo. 17 de Tamuz é um dia de jejum, e este ano cai na próxima terça-feira, 15 de julho. O jejum começa cerca de 1 hora antes do nascer do sol e se estende até cerca de 1 hora após o por do sol (às 5:36 h da manhã e se encerra às 18:07 h – horários da cidade de S. Paulo). O propósito do jejum é despertarmos nossos corações para o arrependimento, ao relembrarmos os erros de nossos antepassados, que acarretaram tantas tragédias, e a nossa repetição dos mesmos erros. O jejum é a preparação para o arrependimento – para quebrar a dominação do corpo sobre o nosso lado espiritual. A pessoa deve se engajar num autoexame e tomar a resolução de corrigir seus erros em suas relações com D’us, com as pessoas que convive e consigo mesma.

O que podemos fazer para ganhar mais conhecimento, entendimento e perspectiva sobre quem é o Povo Judeu e a sua importância? O primeiro passo, com certeza, é ler ‘A Lei de Moisés’, a Bíblia. Também recomendo que visitem o nosso site (www.aish.com/h/9av/). Existem lá muitos artigos bons sobre estes e outros temas de interesse. O livro Guidelines: Three Weeks traz mais de 400 das mais perguntadas questões sobre este período (www.eichlers.com/guidelines-three-weeks-paperback.html). Voice of Weepers: Megillas Eichah traz um novo entendimento para as Três Semanas e Tisha BeAv, com a sabedoria do Maguid de Dubno.

Para mais história, leia The Book of Our Heritage (o Livro de Nossa Herança – www.eichlers.com/book-of-ourheritage- 3-volume-gift-boxed-set-hardcover.html), de Eliyahu Kitóv.


RABINO KALMAN PACKOUZ – Do Aish Hatorá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:– Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com


Pensamento da Semana: “As discussões e brigas são iniciadas por diferenças de opiniões e pela falta de tolerância com a visão dos demais. O midrásh nos ensina: ‘Da mesma forma que o rosto de todas as pessoas são diferentes, assim também são os seus corações’. Por que ninguém jamais ficou aborrecido pelo fato de nenhum entre todos os demais habitantes do planeta ter seus traços faciais? Da mesma forma, devemos aceitar com naturalidade o fato de que duas pessoas nem sempre concordam em todos os assuntos. Ao agirmos assim, poderemos entender melhor os demais e evitar desacordos e confrontos!” – Rabino Menachem Mendel de Kotzk (Polônia, 1787-1859), um dos grandes líderes chassídicos do século XIX

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