COMO VENCER OS SEUS MEDOS – RAV BLUMENFELD

Na vida física e material, é extremamente difícil saber como reagir diante da corrupção, diante dos poderosíssimos intocáveis que estão no poder, e fica  quase impossível reagir e ser contundente e integro na sua conduta no dia a dia, por causa das noções básicas do que é ” certo ” e do que é “errado”.  

 A Parasha Vaygash conta como Yehuda abordou o Vice-Rei, Yossef, com uma  coragem incrível, ousando desafiar o homem mais poderoso e mais rico do Egito depois do rei Faraó. A atitude heróica, anti cartesiana e polititicamente incorreta de Yehuda define claramente o que é um ato arriscado de coragem, e nos indica claramente uma orientação a seguir na vida quotidiana em cada momento, perante a nossa consciência.

 Na vida física e material, é extremamente difícil saber como reagir diante da corrupção, diante dos poderosíssimos intocáveis que estão no poder, e fica  quase impossível reagir e ser contundente e integro na sua conduta no dia a dia, por causa das noções básicas do que é ” certo ” e do que é “errado”.  E  o que é “verdadeiro ” e o que é  “falso ” mudam sem parar  de acordo com o tempo e espaço,  segundo a vida da região, da época, da situação e do ambiente, e principalmente quando o interesse pessoal está em jogo. É  difícil agir objetivamente em nome da Verdade e da Etica….  O ser humano se baseia no seu interesse pessoal e na conjuntura da vida do momento, para conceber o “certo ” e o “errado”, o bem e o mal, etc. Por isso as leis e os parâmetros que  definem as noções do bem e do mal flutuam o tempo todo em função dos modismos  definidos pela sociedade, por tal ou tal país, e consequentemente, cria confusão e intrigas, e as definições fica sem ser definições e se fica ” cinzento”.

Então, onde fica a Verdade Verdadeira? Como forjar  uma opinião própria, como saber se nosso modo de agir, falar e pensar é bom ou ruim, se nossa escolha é certa ou errada?

A Torah, escrita e oral, os 613 Mitzvoth (Mandamentos Divininos), para o povo judeu, e para cada judeu/judia, e até estes que, infelizmente, se converteram para outras religiões e cultos e cultura, são judeus/judias e são parte do povo judeu; e os  Sete Mandamentos Noachicos, (incluindo bondade, piedade e solidariedade), para toda a Humanidade e a sua civilização, foram outorgados no Monte Sinai, pelo Criador do Universo, através de Moshe Rabeinu (Moises  o Nosso Mestre) e definem eternamente exatamente o que é o bem e o mal, o certo e o errado, respeitando a liberdade e a criatividade de cada um em cada época. A lei da Torah é eterna, o Criador do Universo é Onipresente e  Onipotente e está acima do passado, futuro e presente e definiu – e fica bem definido -, sem falha e sem erro, o que é certo e o que é errado, o que é bem e o que é mal, para todos os séculos e eternamente.

Então,  somente baseando-se na Lei Eterna da Tora, nos Ensinamentos dos Sabios da Tora, estudando constantemente a Torah escrita e oral, e trazendo-a na prática, consultando regularmente as Autoridades Rabínicas, guardiões da Tora, qualquer um pode revelar seu potencial, reagir sem medo diante das injustiças sem se deixar intimidar, e vestir como natural o heroísmo de Yehuda na sua vida quotidiana. E sem política!


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