LIVRO NOVO: “JORNALISMO CULTURAL DO SÉCULO 21

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A história, as novas plataformas, o ensino e as tendências na prática

No mercado editorial brasileiro e mundial, existem poucas obras dedicadas ao universo do jornalismo cultural, muito embora ele atraia cada vez mais profissionais e responda por uma fatia importante do faturamento dos veículos de comunicação. Buscando preencher essa lacuna, o jornalista Franthiesco Ballerini oferece ao leitor um panorama amplo e aprofundado do tema.

A maioria dos jornalistas da área cultural se recorda com nostalgia dos áureos tempos dos jornais com amplo espaço, quando o jornalista escrevia com folga e o leitor alfabetizado e elitizado era um ávido consumidor de cultura. Esse tempo passou. Com o advento da internet, os jornais não têm tanto espaço para longas páginas de reflexão, o jornalista luta contra o relógio e o perfil do leitor mudou. O que restou então desse universo com tantas transformações? Amparado em ampla pesquisa e entrevistas com quase 50 profissionais da área, entre eles os jornalistas culturais mais importantes em atividade no país, Franthiesco Ballerini faz uma análise completa e aprofundada do tema. O resultado está no livro Jornalismo cultural no século 21 – A história, as novas plataformas, o ensino e as tendências na prática (224 p., R$ 69,20), lançamento da Summus Editorial.

Partindo do histórico do surgimento e da consolidação do jornalismo cultural no Brasil e no mundo, o jornalista mostra como a atuação nesse nicho se consolidou ao longo dos séculos. A proposta, segundo Ballerini, é fornecer as bases para entender a prática do jornalismo cultural no século 21, pois, ainda que a tecnologia a tenha revolucionado, é impossível compreender seus reais delineamentos sem um contexto histórico. “Afinal, é conhecendo os hábitos, os erros e as estratégias de seus protagonistas ao longo do tempo que se pode propor um futuro mais próspero para o campo”, afirma.

Nos capítulos seguintes, o autor mergulha nas principais áreas cobertas pelo jornalismo cultural: literatura, artes visuais, teatro, cinema e música. “Procurei investigar com nomes fundamentais de todas as áreas quais eram as fragilidades, os pontos fortes e as grandes mudanças na cobertura. O que significa a entrada de novos personagens no jornalismo cultural, como gastronomia, moda, games. Mas, acima de tudo, de que forma a internet, as redes sociais e o predomínio cada vez maior do digital sobre o papel altera o trabalho do jornalista cultural”, afirma Ballerini.

O surgimento da internet é, sem dúvida, o grande marco de mudança nesse universo. Nem mesmo o surgimento do rádio e do cinema, no final do século 19, e posteriormente da televisão, no século 20, estremeceu tanto o jornalismo cultural quanto o advento da internet, segundo Ballerini. “Durante cinco séculos, o jornalismo cultural pôde se desenvolver sob um mosaico midiático rentável, que garantia certa estabilidade financeira, uniformidade do fluxo de comunicação e, por que não dizer, uma previsibilidade da formação dos discursos acerca dos produtos culturais. Mas eis que a internet vem para “bagunçar” a comunicação humana em escala global”, avalia.

Se antes eram identificáveis os pontos de concentração midiática, hoje há uma abrupta fragmentação de discursos. A prática do jornalismo cultural ainda se dá pelas plataformas tradicionais, mas também é feita aos milhões no mundo, a cada segundo, em sites, blogues, portais e redes sociais, acentuando a formação de nichos cada vez mais específicos de audiência. “O resultado disso é uma tremenda dor de cabeça para qualquer dono de mídia tradicional que quer manter viável seu negócio. Em resumo, o século 21 colocou a comunicação em crise. E a prática do jornalismo cultural, em consequência, também mudou de forma radical”, explica o autor.

O livro traz ainda um capítulo dedicado ao ensino universitário da especialidade e um ensaio sobre as inter-relações entre consumo e cultura. “A maior contribuição que os bons cursos de jornalismo podem dar ao mercado é formar profissionais que consigam, por meio de um texto claro, coeso e estilisticamente atraente, atrair leitores não para a óbvia historinha de super-herói do quinto filme da franquia hollywoodiana, mas para aquele curta-metragem estudantil do interior do Pará que, de forma simples, abordou uma grande questão cultural e social do momento. Em suma, levar o leitor a consumir mais cultura e não só entretenimento”, afirma o autor.

Para Franthiesco, se o jornalismo cultural souber usar as estratégias da escrita criativa como arma quase “publicitária” de convite à leitura – respeitando os cânones profissionais da área – e à cultura (que nem sempre é de massa), talvez seja possível não só inverter o hábito cada vez maior de buscar apenas a arte que entretém, mas também interromper um ciclo industrial que quase sempre beneficia os grandes. “Seduzido pela leitura, o público dará mais importância não só ao produtor de conteúdo, mas à figura do jornalista cultural. Então, este, importante mesmo antes de o jornalismo se tornar profissão, se posicionará fortemente na sociedade como um mediador imprescindível entre arte e consumo”, conclui.

O autor

Franthiesco Ballerini, jornalista, foi repórter e crítico do Grupo Estado por sete anos, produzindo reportagens especiais e entrevistas em diversos países. Mestre em Comunicação Social, foi colaborador de revistas como Bravo!, Contigo! e Quem, e colunista cultural do jornal O Vale, da Rádio Eldorado e da TV Gazeta. É autor de Diário de Bollywood – Curiosidades e segredos da maior indústria de cinema do mundo (Summus, 2009) e Cinema brasileiro no século 21 (Summus, 2012). Atualmente, é coordenador geral da Academia Internacional de Cinema, professor de Comunicação e Audiovisual de instituições como Faap, UMC e Faculdades Integradas Rio Branco e colaborador da revista Cult. Também ministra palestras em instituições no Brasil e no mundo.


Título: Jornalismo cultural no século 21 – A história, as novas plataformas, o ensino e as tendências na prática

Autor: Franthiesco Ballerini

Editora: Summus Editorial

Preço: R$ 69,20 (E-book: R$ 43,90)

Páginas: 224 (17 x 24 cm)

ISBN: 978-85-323-0960-0

Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890

Site: www.summus.com.br

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