LIVROS NOVOS: “POR QUE MENTIMOS TANTO?” E “DICIONÁRIO ESCOLAR AFRO-BRASILEIRO”
“POR QUE MENTIMOS TANTO?”
A mentira faz parte da história da civilização. Ao longo dos séculos, inúmeros pesquisadores se dedicaram ao tema pelas diferentes vertentes: científica, social, moral e até evolutiva. Apesar da diversidade do assunto, uma conclusão é unânime: toda mentira – até mesmo a mais inofensiva – tem consequências.
De acordo com estudos, escutamos, em média, 210 mentiras por dia. Da falsa informação acrescentada no currículo às falácias dos políticos, do conto do vigário ao autoengano, a mentira faz parte da história da civilização. Especialista em grafologia e linguagem corporal, Paulo Sergio de Camargo mergulhou no tema com o objetivo de revelar um meio prático de reconhecer as mentiras, lidar com os mentirosos e evitar as armadilhas que as mentiras impõem em diversos contextos: em casa, na escola, no ambiente de trabalho, na política.
Os métodos, é claro, não são 100% eficazes. “Temos a equivocada propensão a acreditar que somos capazes de identificar mentiras com certa facilidade. Não é bem assim. Após anos de estudos e pesquisas, sei que devemos ter cautela ao tentar reconhecer alguém com capacidade e habilidade cognitivas para enganar quem quer que seja”, afirma Camargo. Pequenas mentiras, mentiras brancas, mentiras inocentes – ou qualquer que seja o nome dado a elas – uma coisa é certa: elas vão minar a confiança de alguém ao longo do tempo, segundo o especialista. “Toda a mentira – até mesmo a mais inofensiva – tem consequências”, diz
No livro Não minta pra mim! Psicologia da mentira e linguagem corporal (216 p., R$ 59,20, Summus Editorial), lançado em 2012, Camargo apresenta definições de mentira e destrincha as principais situações em que ela se instala. Fruto de mais de 15 anos de pesquisa, a obra destaca a realidade nacional em relação ao assunto e aborda os principais sinais da linguagem corporal dos mentirosos.
SOBRE O AUTOR – Paulo Sergio de Camargo é um dos mais bem preparados e conceituados grafólogos brasileiros. Fez pós-graduação em gerência e desenvolvimento de Recursos Humanos na UniFae Centro Universitário, em Curitiba, e atuou como instrutor de grafologia no Centro de Psicologia Aplicada (Cepa), no Rio de Janeiro, entre 1994 e 2002. É constantemente convidado a fazer palestras no Chile, na Argentina e no México, e nos últimos anos tem-se dedicado ao estudo da linguagem corporal. Publicou, pela Editora Ágora, os seguintes livros: A grafologia no recrutamento e seleção de pessoal; Grafologia expressiva; e Sua escrita, sua personalidade. Pela Summus Editorial, lançou Linguagem corporal – Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.
DICIONÁRIO ESCOLAR AFRO-BRASILEIRO
Além de abordar temas como escravidão, racismo e desigualdade social, Nei Lopes apresenta biografias de personalidades negras que se destacaram e se destacam na política, nas artes plásticas, na religião, na música, nos esportes, no ensino e em muitas outras esferas da vida cotidiana brasileira.
Partindo do pressuposto de que a igualdade social pode ser alcançada especialmente pela educação, o escritor, cantor e compositor Nei Lopes apresenta aos estudantes o Dicionário escolar afro-brasileiro (176 p., R$ 47,00), segunda edição revista e atualizada, da Selo Negro Edições. Escrito com leveza, em linguagem clara e acessível, o livro traz verbetes com informações sobre o universo dos afrodescendentes no Brasil, com uma visão crítica e atualizada de temas fundamentais para a compreensão da situação do negro no país.
Militante de longa data e profundo conhecedor da cultura afro-brasileira, Nei conseguiu a proeza de unir sua erudição ao didatismo. “É um trabalho diferente em forma e conteúdo, pois traz informações mais pertinentes ao universo e à área de interesse do estudante, dando ênfase à luta contra o racismo no Brasil por intermédio de suas organizações de militância e das iniciativas daí decorrentes”, diz o autor.
O objetivo da obra, segundo Nei, é elevar a autoestima do jovem afrodescendente, dando visibilidade às personalidades negras que tanto fizeram pelo país, porém foram esquecidas no conteúdo escolar. “Na minha infância, não havia referência ao negro brasileiro, não havia exemplos positivos. Eles existem e o repertório é grande. O jovem precisa saber disso”, afirma o autor, lembrando que o resgate histórico dessas raízes poderá promover profundas mudanças sociais.
Apesar de ter sido escrito especialmente para o estudante brasileiro, o Dicionário pode ser lido por educadores, pesquisadores, militantes pelos direitos civis da população negra e qualquer pessoa que se interesse pela verdadeira história do Brasil.
SOBRE O AUTOR – Nascido na zona suburbana carioca em maio de 1942, Nei Lopes bacharelou-se pela antiga Faculdade Nacional de Direito da atual UFRJ, aos 24 anos de idade. No início dos anos 1970, abandonando a advocacia, passou a se dedicar à carreira artística, tornando-se compositor profissional de música popular. Na década seguinte, destacou-se também por sua militância pelos direitos civis do povo negro, publicando a partir de 1981 alguns livros pioneiros, como Bantos, malês e identidade negra, O negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical, Sambeabá e Novo dicionário banto do Brasil, além de artigos e ensaios no exterior e coletâneas de contos e poemas, sempre evidenciando sua condição de brasileiro afrodescendente. Sua obra mais abrangente é a Enciclopédia brasileira da diáspora africana, publicada pela Selo Negro Edições. Na música popular, é autor consagrado em parcerias e interpretações de grandes nomes do cenário artístico do país, sendo também intérprete de suas obras.