PASSADO O YOM KIPUR – POR DAVID IASNOGRODSKI
Bem, passou mais um Yom Kipur (Dia do Perdão). Um dos dias mais importantes do calendário judaico. Foi, como sempre é, um dia repleto de orações.
Início com o escrito pelo Rabino Gabriel Aboutaboul:
”Yom Kipur é a oportunidade dada por D’us de virar a página de nossa vida e acreditar em nossa capacidade de melhorar. Devemos corrigir os erros, mas não nos tornarmos reféns do passado, incapazes de olhar para o futuro.
Na Torá, há mandamentos que determinam tanto nossa relação com D’us quanto com relação a outros seres humanos. Consequentemente, há dois tipos de erros que o homem pode cometer contra: D’us e contra seus semelhantes.
O que significa pedir perdão a D’us pelos erros e transgressões cometidas contra Ele? Significa reconhecer que, ao longo do ano, nem sempre cumprimos seus mandamentos. Em Yom Kipur, D’us pode perdoar-nos apenas por esse tipo de transgressões e não pelas faltas que cometemos contra outros seres humanos.
E o que implica pedir perdão a uma pessoa? Não significa apenas dizer “Me perdoe”, apesar disto ser um bom começo. Pedir perdão implica procurar reparar o erro. Se tivermos prejudicado alguém financeiramente, devemos devolver o que devemos ou, no mínimo, admitir a dívida. Se tivermos denegrido a imagem de alguém, devemos tomar as medidas necessárias para redimi-la. (Vale ressaltar, porém, que quando ofendemos ou prejudicamos outra pessoa, é necessário um pedido de perdão duplo – tanto a ela quanto a D’us. Pois ofender, ferir ou prejudicar outra pessoa de qualquer forma é, também, uma transgressão dos mandamentos Divinos, que nos ordenam amar a todos, fazer o bem e nunca fazer mal a ninguém).
Portanto, para se obter o perdão em Yom Kipur, precisamos procurar consertar nosso relacionamento tanto com D’us como com as outras pessoas. Porém, não adianta bater no peito e confessar os pecados, e esperar que D’us nos perdoe inclusive pelos erros que cometemos contra os outros. Para sermos perdoados desses erros, precisamos, antes do início de Yom Kipur, pedir desculpas àqueles que, de alguma forma, prejudicamos ou magoamos. Precisamos fazer de tudo para retificar nossos erros – tanto com atos como com palavras”.
Bem, passou mais um Yom Kipur (Dia do Perdão). Um dos dias mais importantes do calendário judaico. Foi, como sempre é, um dia repleto de orações. Ficamos, a maioria – ou grande parte de uma comunidade -, nas Sinagogas.
Perto do meio dia há uma oração em memória dos entes falecidos. Emocionante. No final da tarde, por volta das 19:00 horas chega ao fim a cerimônia com o tradicional toque do Shofar (instrumento realizado com o chifre de um carneiro) onde as Sinagogas ficam repletas e as crianças chegam bem pertinho do púlpito onde se encontram os cantores litúrgicos para ouvirem este toque. Também é de emocionar a todos os presentes. Antes um pouco há a fala (prédica) do Rabino e também, muitas vezes, há um pronunciamento do Presidente da Sinagoga ou um dos seus representantes.
Em diversas ocasiões, junto ao pronunciamento do Rabino, pode haver uma despedida, quando por qualquer motivo este sacerdote está deixando a comunidade para servir sua missão em outro lugar. São momentos decisivos na vida de uma comunidade. Tudo no Yom Kipur. Também nestas ocasiões – normalmente – as autoridades constituídas de uma cidade, estado ou País visitam as comunidades judaicas para deixar suas mensagens alusivas à data. Estas visitas podem acontecer na noite onde se inicia o Yom Kipur com a oração Kol Nidrei ou também visitam antes de iniciar as orações em memória dos entes falecidos. Tudo no Yom Kipur.
Mas o Yom Kipur de 5776 já passou. Agora é esperar pelo próximo.
Solicitamos perdão aos nossos erros. Esperamos que sejamos atendidos nas nossas solicitações e sejamos, também, inscritos no Livro da Vida.
Finalizo com algo que reproduzi no início da autoria do Rabino Gabriel Aboutaboul:
…”para se obter o perdão em Yom Kipur, precisamos procurar consertar nosso relacionamento tanto com D’us como com as outras pessoas. Porém, não adianta bater no peito e confessar os pecados, e esperar que D’us nos perdoe inclusive pelos erros que cometemos contra os outros. Para sermos perdoados desses erros, precisamos, antes do início de Yom Kipur, pedir desculpas àqueles que, de alguma forma, prejudicamos ou magoamos. Precisamos fazer de tudo para retificar nossos erros – tanto com atos como com palavras”.
DAVID IASNOGRODSKI – escritor, engenheiro, administrador . Saiba mais.