CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente em todo o mundo, sendo o mais comum entre as mulheres. A cada ano, aproximadamente 22% dos novos casos de câncer acometem a mama. Nos EUA, o câncer de mama representa a segunda causa de morte por câncer, perdendo apenas para o câncer de pulmão; no entanto, nas mulheres com idade entre 45 e 55 anos, esse câncer assume o primeiro lugar.
Neste artigo:
– Introdução
– Fatores de risco
– Rastreamento e diagnóstico
– Tipos de câncer de mama
– Tratamento
– Referências bibliográficas
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente em todo o mundo, sendo o mais comum entre as mulheres. A cada ano, aproximadamente 22% dos novos casos de câncer acometem a mama. Nos EUA, o câncer de mama representa a segunda causa de morte por câncer, perdendo apenas para o câncer de pulmão; no entanto, nas mulheres com idade entre 45 e 55 anos, esse câncer assume o primeiro lugar.
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, são esperados cerca de 60.000 novos casos de câncer de mama por ano. Em nosso país, a prevalência do câncer de mama varia entre as regiões. No sudeste, o câncer de mama é o mais comum, sendo também nas regiões sul, centro-oeste e nordeste. Já na região norte, ele representa o segundo tumor mais comum nas mulheres. No Brasil, o câncer de mama é o quinto responsável pelo maior número de mortes por câncer.
Nem todas as mulheres apresentam o mesmo risco de desenvolver o câncer de mama, durante a vida. As pesquisas mostram que existem alguns fatores, chamados ‘fatores de risco’, que aumentam a probabilidade de esse câncer se desenvolver. Esses fatores podem ou não ser modificados. Esses fatores são divididos em grupos, de acordo com o aumento do risco associado a cada um.
– Fortes: idade avançada, história familiar da doença, história prévia de câncer de mama
– Moderados: mamas com muito tecido glandular, anormalidades teciduais à biopsia, exposição à radiação
– Outros: início precoce da menstruação, menopausa tardia, nuliparidade (não ter tido filhos), uso de reposição hormonal combinada por período prolongado, obesidade, alta estatura, consumo de álcool
Vale lembrar que a presença desses fatores de risco não significa que o câncer é inevitável. Muitas mulheres com fatores de risco nunca desenvolvem a doença. Esses fatores auxiliam na identificação de mulheres de maior risco, que se beneficiam mais do rastreamento ou de outras medidas preventivas. Além disso, o câncer de mama pode ocorrer em mulheres que não apresentam nenhum desses fatores de risco. Calcula-se que o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama, caso viva até os 90 anos, seria da ordem de 10-15%. No entanto, esse risco é bem maior (até 50%) naquelas com história familiar da doença.
O rastreamento de câncer se refere ao emprego de exames que consigam detectar a doença em estádio inicial, antes do aparecimento de sintomas, num momento em que seja potencialmente curável. No caso do câncer de mama, dispõe-se da mamografia, do exame clínico (pelo médico) e do auto-exame (pela própria paciente) das mamas e a ressonância nuclear magnética.
A mamografia é a radiografia das mamas, sendo um exame de baixo custo, fácil acesso e amplamente empregado no rastreamento do câncer. Recomenda-se que todas as mulheres sejam submetidas anualmente à mamografia, a partir dos 40 anos. Soma-se a isso a recomendação de auto-exame mensal das mamas e o exame pelo médico ginecologista, anualmente. A ressonância magnética é um exame caro e pouco acessível, que só é recomendado em situações especiais, como no caso de mulheres jovens. A mama da mulher jovem (especialmente abaixo dos 35 anos) contém muito tecido glandular, o que dificulta a interpretação da mamografia.
Em grande parte dos casos, o câncer é notado pela própria paciente como um nódulo na mama. Ao procurar o médico, será solicitada a mamografia que, se alterada, leva à indicação de exame de ultra-som da mama, associado a uma punção-biopsia, que pode ser feita com agulha fina (PAAF) ou grossa (‘core-biopsy’). Esses exames de biopsia confirmarão ou não a presença do câncer.
Existem diversos tipos de câncer de mama, cada um associado a características específicas. No entanto, a classificação mais importante se refere aos subtipos ‘in situ’ e invasor, a qual definirá o tratamento a ser realizado.
– Câncer de mama in situ: representa o subtipo mais inicial do câncer de mama, limitando-se microscopicamente ao local onde se iniciou. Esses cânceres muito raramente disseminam além da mama, para outros órgãos. Assim, o tratamento com quimioterapia não é recomendado.
– Câncer de mama invasor: representa a maioria dos casos. Nesse tipo, o câncer invade além do local onde se iniciou, podendo se disseminar para outros órgãos. Nesses casos, há a indicação de tratamento com quimioterapia.
O tratamento do câncer de mama é definido em cada caso, individualmente, e se baseia em diversos fatores. Em todos os casos, o melhor tratamento é chamado de multidisciplinar, envolvendo o mastologista, o oncologista, o radioterapeuta, o fisioterapeuta, o psicólogo e o cirurgião plástico.
Na doença em estádio inicial, o tratamento começa com a cirurgia. O tratamento cirúrgico antigamente restringia-se à mastectomia, ou seja, retirada de toda a mama. Nas últimas décadas, no entanto, observou-se que o tratamento poderia ser conservador, com retirada de apenas uma parte da mama, desde que o tumor fosse removido completamente. Atualmente, a cirurgia conservadora é tentada na maioria dos casos. Quando o tumor está um pouco mais avançado, mas restrito apenas à mama, pode-se iniciar o tratamento com quimioterapia, viando reduzir o tamanho do tumor e melhorar a chance de cirurgia curativa.
Após a cirurgia, dependendo de alguns fatores relacionados ao tumor, como tamanho, alterações das células, invasão de vasos sanguíneos e linfáticos, presença de linfonodos acometidos nas axilas, entre outros, pode-se recomendar o tratamento chamado de adjuvante. O objetivo é melhorar o controle da doença, tanto local quanto em todo o organismo. O tratamento adjuvante local é a radioterapia, aplicada na mama e na axila, objetivando a eliminação de possíveis células cancerosas que tenham eventualmente permanecido após a cirurgia. A duração é de cerca de 5-6 semanas, sendo aplicada de segunda à sexta-feira, no esquema padrão.
Para o controle da doença nos demais órgãos, caso já tenha ocorrido disseminação de células tumorais, indica-se a quimioterapia. Esse tratamento consiste em medicamentos que são aplicados por via endovenosa, sem necessidade de internação hospitalar. De maneira geral, o tratamento é bem tolerado. Existem diversos esquemas de quimioterapia, com diferentes medicamentos, cada um de duração específica. No esquema mais frequentemente empregado, a duração é de seis meses.
Além dessas opções, existe a chamada hormonioterapia. Nessa modalidade, a paciente faz uso de medicação na forma de comprimido, com o objetivo de bloquear a ação do estrógeno na mama, em possíveis células tumorais restantes, evitando assim que esse hormônio estimule a proliferação das mesmas. No entanto, esse tratamento só está indicado quando as células do tumor apresentam receptores para estrogênio (30-50% dos casos na pré-menopausa; 70-80% dos casos na pós-menopausa).
Nos casos em que o tumor já se disseminou para outros órgãos, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia, quimioterapia, tratamento hormonal isoladamente ou em combinações. Infelizmente, nesses casos não existe mais a chance de cura, porém as opções atualmente disponíveis conseguem controlar a doença de maneira satisfatória, aumentando a sobrevida e melhorando a qualidade de vida das pacientes.
1. Savarese DMF. Patient information: Breast cancer guide to diagnosis and treatment. In: UptoDate Software v. 16.1, 2008.
2. Fletcher SW. Patient information: Risk factors for breast cancer. In: UptoDate Software v. 16.1, 2008.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro:INCA, 2007.
Copyright © 2015 Bibliomed, Inc. – Publicado em 28 de novembro de 2011 – Revisado em 30 de setembro de 2015
Fonte: www.boasaude.com.br – Equipe editorial Bibliomed