SOBREVIVENTE DO HOLOCAUSTO, BEN ABRAHAM MORRE EM SP
Nascido em Lodz, na Polônia, Abraham defendia que os jovens aprendessem nas escolas o que aconteceu durante o Holocausto
O sobrevivente do Holocausto, Sr. Ben Abraham Z´l, faleceu no último dia 9 de outubro, na cidade de São Paulo. Ben Abraham Z´l nasceu em Lodz, na Polônia e completaria 91 anos no dia 11 de dezembro.
Como presidente da Associação dos Sobreviventes do Holocausto (Sherit Hapleitá) no Brasil, Ben Abraham Z´l defendia que os jovens aprendessem nas escolas o que aconteceu durante o Holocausto. “Hitler foi eleito nas eleições livres e democráticas. É preciso alertar em quem votar, para não sermos iludidos como aconteceu com o povo alemão”, dizia ele. “É preciso aprender a história do passado para viver no presente e enfrentar o futuro com cabeça erguida”, afirmava Abraham.
Henry Nekrycz era seu nome verdadeiro. Ele foi jornalista, escritor e historiador brasileiro.
Polonês de Lodz, filho de Abraham Nekrycz e de Ida Nekrycz, Abraham sobreviveu ao gueto de sua cidade natal e aos campos de concentração durante a ocupação alemã sobre seu país.
Depois de passar pelos campos de Brauschweig, Watenstadt e Ravensbruck entre 1943 e 1945, acabou confinado em Auschwitz, onde sua família foi dizimada. Dentre 200 parentes seus apenas ele e um primo sobreviveram. Na noite de 1º para 2 de maio de 1945 foi libertado pesando 28 quilos, com tuberculose nos dois pulmões, escorbuto e disenteria com sangue. Após a queda do nazismo, o jornalista prometeu a si mesmo como objetivo de vida contar à humanidade o “capítulo de perseguições, atrocidades e matanças” instituído por Adolf Hitler.
Ben Abraham passou dois anos de sua vida sendo transferido em hospitais americanos pela Alemanha e conseguiu se recuperar miraculosamente. Segundo ele “foi milagre; naquela época nem existia cura para tuberculose”. Após a recuperação, o jornalista presenciou outro conflito pelo qual se tornou vitorioso: a Guerra de Independência do Estado de Israel, em 1947.
Em 21 de janeiro de 1955, Abraham se estabeleceu no Brasil e recebeu a naturalização em 30 de janeiro de 1959. No país casou-se em 28 de abril de 1956 com Miriam Dvora Bryk e constituiu família. Diante de seu trabalho e quinze livros relacionados ao Holocausto, o jornalista recebeu inúmeras homenagens das quais se destacam a Chave de Ouro do Memorial Yad Vashem de Jerusalém e a Medalha de Honra ao Mérito da Universidade de São Paulo.
Fonte: Wikipédia