“SE QUERES PAZ, PREPARAS A PAZ” – POR JAYME VITA ROSO
Agora sou eu que peço, com fervor, a todos os que me honram, lendo as palavras de Dom Helder: por favor, façam algo, mobilizem-se, atuem para a sociedade brasileira proporcionar aos nossos irmãos melhores condições de vida e, no ano de 2018, na eleição, enxotemos os que roubaram, os que venderam a soberania do Brasil os que utilizam os cargos para enriquecer. É a grande oportunidade.
Na época de festas, que são profanas de sobejo e religiosas de pouco, intitulo este artigo com a mensagem de Dom Helder à II Sessão Extraordinária da ONU sobre desarmamento, em Nova York, em 24 de junho de 1982. Nessa época, ainda, a ONU não era lacaia dos Estados Unidos: bem ou mal aparentava ser o foro em que esse tema era discutido.
Mas, a eleição de George W. Bush, coincidente ou não com os atos terroristas de Bin Laden, treinado pela CIA, só trouxe o exercício arbitrário da força e o incentivo à desordem mundial, quando não menos séria ameaça à sobrevivência humana. Os fatos se autodemonstraram a cada dia que passou neste ano de (des)graça de 2001.
O arcebispo do Recife e de Olinda levantou sua tonitruante voz, quando disse: “Chegou a hora de Deus, hora da mobilização da Não-Violência Ativa contra ameaçadas da Corrida Armamentista”. Ele, ao contrário de Gandhi, não respaldava a Não-Violência Passiva, que, nos anos 70, foi a tônica dos hippies. Não; ele era incansável no esforço do trabalho e do apelo, veemente, factual, em favor da paz, preservando a pessoa humana.
Por isso, acusava as grandes potências de se intitularem as donas da verdade, “que se julgam com o direito de distribuir etiquetas de país desenvolvido ou subdesenvolvido e de admitir ao Club dos 7, dos 10 ou dos 20 sempre em função de supostas superioridades que englobam ‘ajudas’, que, na realidade, são esmagamentos”.
Conclamou: a) ”jovens do mundo inteiro especializai-vos em abrir os olhos e em despertar as consciências das pessoas de boa vontade”; b) ”mulheres do mundo inteiro, proclamai vossa maioridade, mas guardai vossa feminilidade”; c) “técnicos do mundo inteiro, começai salvando o humano dentro de nós”; d) “trabalhadores do mundo inteiro, provai que as indústrias da Paz comportam grande número de operários muito maior do que as indústrias da guerra”, e, finalmente, e) “religiões do mundo inteiro, respeita-vos mutuamente e somai forças contra a violência, contra ódio, contra a corrida armamentistas, contra a guerra…”.
Antecipando-se, profeticamente, à Alca e à Organização Mundial do Comércio, ao fast track dos americanos, Dom Helder conclamou: “Denunciai a injustiça na política internacional do comércio como a responsável-mor pela distância sempre maior e mais criminosa entre Norte e Sul; responsável pela permanência de milhões de criaturas humanas em condição sub-humana e por milhões de filhos de Deus, morrendo de fome, cada ano…”.
Agora sou eu que peço, com fervor, a todos os que me honram, lendo as palavras de Dom Helder: por favor, façam algo, mobilizem-se, atuem para a sociedade brasileira proporcionar aos nossos irmãos melhores condições de vida e, no ano de 2018, na eleição, enxotemos os que roubaram, os que venderam a soberania do Brasil os que utilizam os cargos para enriquecer. É a grande oportunidade.
JAYME VITA ROSO – Graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, é especialista em leis antitruste e consultor jurídico de fama internacional, ecologista reconhecido e premiado, “Professor Honorário” da Universidade Inca Garcilaso de La Vega de Lima, Peru e autor de vários livros jurídicos. Saiba mais.