CONIB REALIZA A 46ª CONVENÇÃO E HOMENAGEIA O MINISTRO LUIZ FUX‏

Postado em 5 de dezembro de 2015 Por admin DESTAQUES, FIRST CLASS

A Conib – Confederação Israelita do Brasil realizou no clube A Hebraica, em São Paulo, sua 46ª Convenção Anual. O evento contou com a presença de representantes de 14 federações e associações estaduais, incluindo jovens lideranças e ex-alunos do Curso de Liderança Conib-Insper, do embaixador de Israel, Reda Mansour, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Yoel Barnea, o cônsul-honorário de Israel no Rio de Janeiro, Osias Wurman, o presidente do DETRAN/SP, Daniel Annenberg, o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Jack Terpins e o secretário de Estado do Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, entre outros.

No sábado à noite, foi prestada uma homenagem ao Ministro Luiz Fux – o primeiro judeu a integrar o Supremo Tribunal Federal – que foi saudado desta forma por Fernando Lottenberg, presidente da Conib: “Em nossa sociedade aberta e democrática, sua família teve a oportunidade de exercer a plena cidadania, sem as amarras do Velho Mundo. E pôde, ao mesmo tempo, preservar os valores de seus antepassados, dedicando-se ao trabalho em entidades comunitárias judaicas”.

Em seu pronunciamento, o ministro disse que aprendeu desde pequeno a importância do trabalho comunitário: “Meu pai trabalhou no Lar dos Velhos; minha mãe, no Lar das Crianças. E explicou como os valores judaicos estão presentes em seu trabalho: O judaísmo é exigente com a postura humana, e o povo exige do juiz a mesma coisa. Os tefilim me fazem lembrar como deve atuar um juiz. Um na cabeça, a razão; outro, apontado para o coração, a paixão”.

PRIMEIRO ANO DA ATUAL DIRETORIA NA CONIB

O presidente da Conib fez uma retrospectiva do primeiro ano de gestão da atual diretoria, onde destacou o fortalecimento da presença da entidade em Brasília, no Executivo e no Congresso Nacional, as parcerias com o Governo Federal e com entidades da sociedade civil, tal como a OAB, para incrementar o monitoramento das redes, além do acompanhamento das ações que estão sendo implementadas pelo BDS no Brasil, de forma a combater de forma estruturada sua campanha difamatória contra o Estado de Israel.

O evento teve também os seguintes destaques: palestra do estudante egípcio Haisam Hassanein, que faz seu mestrado na Universidade de Tel Aviv; os debate “Oriente Médio: Qual a saída?”, com o jornalista Gustavo Chacra e o cientista político Guilherme Casarões, professor da FGV e da ESPM; “Brasil. E agora?”, com a jornalista Eliane Cantanhêde e o cientista político Carlos Melo, professor do Insper; e palestra de Rony Vainzof, secretário da Conib, com o tema “Ética, Judaísmo e Redes Sociais”.

HAISAM HASSANEIN FALA SOBRE SUA EXPERIÊNCIA EM ISRAEL

O jovem egípcio Haisam Hassanein cursa atualmente o mestrado em Estudos do Oriente Médio pela Universidade de Tel Aviv. Neste ano, foi escolhido o orador de sua turma. Em seu discurso, declarou que a experiência em Israel desmentiu tudo que viu e ouviu anteriormente sobre o Estado judeu. “Israel é uma democracia extraordinária para o Oriente Médio. Os judeus e as minorias coexistem, ainda que com percepções negativas mútuas. As crianças de cidades mistas [como Haifa] crescem com mais abertura em relação ao outro”, disse ele.

DEBATE “ORIENTE MÉDIO: QUAL A SAÍDA?”

O jornalista Gustavo Chacra e o professor da FGV e da ESPM Guilherme Casarões abordaram o terror na França e a crise no Oriente Médio.

Para Casarões, “a Europa está se esfacelando. Uma das consequências do terror será um controle muito maior dos refugiados. A ideia de integração está morrendo. E o Estado Islâmico quer justamente fechar a porta da Europa para estes refugiados”.

Guga analisou o terror vindo do Oriente Médio: “Um aspecto deixado meio de lado no Ocidente é o Wahabismo saudita, ideologia fundamentalista que o país exporta e da qual sorvem todos os radicais sunitas – EI, Boko Haram, Al-Qaeda. E já chegou ao Brasil”.“O Hezbollah é terrorista, mas não é irracional como o EI”, acrescentou.

O papel da Conib – “Mesmo no Brasil, há um aumento da xenofobia, com relação a haitianos, sírios, bolivianos”, afirmou Casarões. “O papel da comunidade judaica, da Conib, é a construção de pontes para o diálogo”.

PALESTRA “ÉTICA, JUDAÍSMO E REDES SOCIAIS”

Rony Vainzof mostrou como os valores judaicos podem orientar nosso comportamento nas redes sociais. Ele apresentou trechos do Talmud e palavras de sábios e filósofos judeus como base de reflexão sobre o comportamento de cada. “O judaísmo é educação: impede a prática de atos imorais e consequentemente, ilícitos. O judaísmo também é pensar no outro”.

DEBATE “BRASIL. E AGORA?”

Eliane Cantanhêde e Carlos Melo abordaram de forma realista [ou pessimista] a situação brasileira. Eliane analisou o perfil de Dilma: “Ela vem do PDT de Brizola, um partido nacionalista, estatizante. Mesmo sendo economista desestruturou o setor de Energia. Ela não resiste à comparação com nenhum dos governos pós-democratização”.

Para Melo, Dilma é uma “franco-atiradora de tiro no pé”. Ele seguiu a linha de Eliane: “Com Dilma e a Nova Matriz Econômica, tivemos a antiagenda. Temos hoje o esgotamento do modelo econômico que vinha desde FHC. A estabilização é necessária, mas não mais suficiente. Temos também o esgotamento da infraestrutura, do presidencialismo de coalizão”.