PURIM E SUA FORÇA POLÍTICA – POR FLORIANO PESARO
Ao ouvir mais uma vez o relato de Purim este ano, que possamos todos aprender com Esther e Mordecai como utilizar o poder que temos, não para ganhos pessoais egoístas, mas para ajudarmos a nós mesmos e a outros a apreciar as bênçãos de liberdade e segurança.
Poder político é uma benção perigosa. Os indivíduos e as nações necessitam o poder para assegurar sua sobrevivência e promover seu próprio bem-estar e o bem-estar daqueles com quem convivem. Entretanto, o poder pode facilmente ser abusivo. Podemos empregar a mesma energia que nos permite de fazer o Bem para fazer todo tipo de Mal. Não podemos viver sem poder, mas o poder pode destruir-nos. Precisamos aprender como usar nosso poder. Este tem sido um dos ensinamentos fundamentais da tradição judaica em todos os tempos e é a essência do Festival de Purim.
A Meguilá, O Livro de Esther, a obra bíblica que é fonte para nosso alegre Festival de Purim, aborda questões sobre poder político. É uma história que relembra como os judeus do Antigo Império Persa encontraram inspiração em sua sagacidade política, seu sentido de destino compartilhado e sua profunda fé comunitária para garantir sua sobrevivência em tempos de provação. Ao celebrarmos o milagre da continuidade judaica, a Meguilá nos lembra que o poder, seja militar, econômico ou político, é componente importante de sobrevivência. Entretanto, em Purim lembramos que apenas quando a bravura e o poder são utilizados com justiça é que podemos vivenciar o espírito salvador.
Diferentemente de outras festividades em que Deus é o personagem central, em Purim descobrimos o divino poder salvador na coragem de Esther em colocar-se contra o perverso primeiro-ministro Aman, e na disposição do povo judeu de enfrentar seus inimigos e defender seus lares e suas famílias.
O Livro de Esther nos expõe aos abusos e aos benefícios do poder. Quando encontramos o discernimento para usar o poder convenientemente e com justiça, deparamo-nos com a possibilidade de transformar para melhor nossas vidas e das pessoas ao nosso redor.
Ao ouvir mais uma vez o relato de Purim este ano, que possamos todos aprender com Esther e Mordecai como utilizar o poder que temos, não para ganhos pessoais egoístas, mas para ajudarmos a nós mesmos e a outros a apreciar as bênçãos de liberdade e segurança.
Floriano Pesaro
Secretário de Estado do Desenvolvimento Social – São Paulo
Deputado Federal