NOSSA CLASSE – PEÇA RETRATA RELAÇÃO ENTRE JUDEUS E CRISTÃOS NA POLÔNIA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Indicado ao APCA de Melhor Direção em 2013, o espetáculo NOSSA CLASSE, do dramaturgo polonês Tadeusz Słobodzianek em montagem dirigida por Zé Henrique de Paula e direção musical de Fernanda Maia, fica em cartaz até o dia 1 de maio no TEATRO DO NÚCLEO EXPERIMENTAL – Rua Barra Funda, 637 – Barra Funda. Peça retrata relação entre judeus e cristãos na Polônia da Segunda Guerra Mundial.
Em NOSSA CLASSE, na Polônia, em 1925, um grupo de alunos, judeus e católicos, declaram suas ambições para o futuro: uma quer ser estrela de cinema; outro, piloto; um outro sonha em ser médico. Eles estão aprendendo o abecedário. Conforme as crianças crescem, o país é dilacerado por exércitos invasores; primeiro o soviético, depois o nazista. O vexame internacional aprofunda um febril sentimento nacionalista. Amigos se traem; a violência se intensifica. Até o momento em que pessoas comuns executam um ato extraordinário e monstruoso que reverbera sombriamente até os dias de hoje.
Inspirado no livro Vizinhos, de Jan T. Gross (lançado em 2001), Słobodzianek retrata em sua peça um acontecimento real: o massacre ocorrido na cidade polonesa de Jedwabne. Em 10 de julho de 1941, poucas semanas depois que o exército de Hitler inicia seu avanço em direção ao leste da Polônia, toda a população de origem judaica da cidade foi dizimada. A controvérsia persiste até hoje: quem perpetrou o massacre?
O livro de Gross lança luz sobre uma questão muito difícil de ser aceita pelos poloneses, mesmo mais de 70 anos depois. Segundo ele, a própria população de Jedwabne (a parte cristã, aproximadamente metade dos habitantes naquela data) teria assassinado a outra metade judia. A peça chamou a atenção do diretor Zé Henrique de Paula, que já tratou desse assunto em As Troianas – Vozes da Guerra, por ser um libelo contra a intolerância e a violência.
“Em época de Marcos Felicianos, mendigos queimados vivos e estupros em lotações, acredito que o teatro tem o dever de refletir sobre os descaminhos que a nossa sociedade pode trilhar no futuro próximo. O medo e o terror são capazes de desencadear o que há de pior no ser humano”, reflete o diretor. NOSSA CLASSE se aproxima da adaptação que o Núcleo Experimental fez de Eurípides em 2009 não somente pelo tema, mas também pela presença marcante do canto como elemento estrutural dentro da peça.
Słobodzianek pontua as cenas com poemas infantis de Marcin Wicha, escritor polonês de livros infantis, sugerindo que os poemas sejam cantados pelos atores. Para esta montagem, a diretora musical Fernanda Maia compôs uma trilha original, musicando esses poemas. Seguindo as tradições de música eslava e judaica, Maia usou instrumentação típicas das klezmer bands – violino, clarineta e acordeão. Os atores cantam essas doze canções ao vivo.
Espetáculo tem assistência de direção de Herbert Bianchi, trilha original e preparação vocal de Fernanda Maia, gravação e mixagem de Rafa Miranda, cenário e figurinos de Zé Henrique de Paula, assistente de cenário e figurino de Cy Teixeira, iluminação de Fran Barros, design gráfico de Herbert Bianchi, fotos de Ronaldo Gutierrez, coordenação de produção de Claudia Miranda e produção executiva de Louise Bonassi. A peça é a décima quarta produção do Núcleo Experimental a ocupar sua sede na Barra Funda, desde que foi inaugurada em 2012.
ZÉ HENRIQUE DE PAULA
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie e pós-graduado em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Foi assistente do cenógrafo J.C. Serroni em Nova Velha Estória e Trono de Sangue. Dirigiu A Comédia dos Erros, Judas em Sábado de Aleluia, É 20! As Folias do Século, Revelação, Noite de Reis, Naked Boys Singing, O Despertar da Primavera, R&J, Mojo, Side Man, Novelo, além das peças do repertório do Núcleo Experimental: Senhora dos Afogados, Cândida, As Troianas – Vozes da Guerra, O Livro dos Monstros Guardados, Casa/Cabul, O Contrato e Bichado. Atuou em O Jovem Hamlet, A Comédia dos Erros, É 20! As Folias do Século, Mojo, Camaradagem e Amargo Siciliano. Indicado ao Prêmio Shell em 2009 e 2010, como Melhor Diretor, por As Troianas – Vozes da Guerra e Side Man, respectivamente e em 2012 como Melhor Cenógrafo por Bichado e Melhor Figurinista por L’Illustre Molière. Foi indicado ao Prêmio APCA de Melhor Diretor em 2013 por Nossa Classe e em 2014 por Antes de Mais Nada e Preto no Branco. Sua última montagem, a comédia musical Urinal, O Musical, dos americanos Greg Kotis e Mark Hollmann, recebeu 17 indicações a prêmios, entre eles o Shell e APCA e ganhou dois Prêmio Bibi Ferreira, de melhor ator coadjuvante e melhor atriz.
NÚCLEO EXPERIMENTAL
O Núcleo Experimental é um grupo de artistas que se dedica a explorar novos autores e repensar os clássicos. Focando na busca de excelência artística, na formação e aperfeiçoamento de seus atores e na opção por textos que dialoguem com a sociedade contemporânea, uma de suas vertentes é, também, explorar a relação entre a música e o teatro. A vitalidade dos processos de criação é resultado do intercâmbio e maturação da equipe por meio do trabalho com profissionais de formação heterogênea. Além da equipe estável, vários profissionais da cena paulistana participam das montagens. Uma das características que justificam a existência de um grupo é a atividade contínua e rotineira de pesquisa de linguagem. Um repertório só pode ser resultado desta continuidade. Foram 11 peças produzidas, 14 indicações a prêmios e um público direto de mais de 90.000 espectadores. A política de repertório permite ainda ao Núcleo Experimental contar hoje com 55 atores e 14 técnicos.
Assista o vídeo: https://vimeo.com/151541944
SERVIÇO
– Local: Teatro do Núcleo Experimental
– Endereço: Rua Barra Funda, 637 – Barra Funda
– Tel.: (11) 3259 – 0898
– Quando: De 04/03 até 01/05/2016
– Dias / Horários: Sex. e Sáb. – 21h | Dom. – 19h
– Quanto: R$ 40,00 (inteira) | R$20,00 (meia).
– Duração: 80 min.
– Lotação: 48 lugares
– Classificação: 14 anos
– Vendas por telefone: (11) 2122-4001
– Vendas online: www.compreingressos.com/espetaculos/1725-nossa-classe