NOSSO MINUTO DE SILÊNCIO – POR FLORIANO PESARO

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Pessoalmente, quero homenagear a vida desses atletas (mortos no massacre de Munique em 1972) que são um marco incontestável da adversidade que os israelenses e os judeus do mundo sofreram e continuam a sofrer.


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O mês de julho marcou os 44 anos do massacre de Munique e milhares de representantes da sociedade civil sentiram a necessidade de unirem suas vozes às dos parentes e amigos dos atletas assassinados para homenageá-los.

Os jovens mortos em Munique faziam parte de uma competição internacional respeitada por sua antiguidade, que sempre representou a paz e a confraternização mundial. As Olimpíadas. No calar da noite, vários terroristas invadiram a Vila Olímpica e atacaram a delegação israelense, matando imediatamente alguns atletas e sequestrando os demais. A nacionalidade das vítimas foi exatamente a causa desta barbárie. Após toda uma operação desastrada da polícia alemã, Israel acabou perdendo 11 inocentes que só queriam defender as cores de seu país em um evento desportivo.

As famílias destes inocentes assassinados sempre se esforçaram para que os Jogos Olímpicos homenageassem estes atletas que morreram durante este evento mundial. Muitas entidades governamentais, como o parlamento canadense, o senado norte-americano, o parlamento italiano, políticos influentes, como o Ministro de Relações Exteriores da Alemanha, o Sr. Guido Westerwelle, e mesmo várias instituições judaicas de todo o mundo escreveram para o Comitê Olímpico solicitando a merecida homenagem.

Eu mesmo, como membro diretor do International Council of Jewish Parliamentarians (Conselho Internacional de Parlamentares Judeus), assinei uma carta ao Presidente do Comitê, o senhor Jacques Rogue, pedindo que concedesse esta homenagem, permitindo que a força do silêncio sobrepujasse o ruído do terrorismo.

Finalmente, neste ano, o Comitê decidiu que a magnitude do fato merece atenção, principalmente com o aumento expressivo de atentados insanos pelo mundo afora. Durante os Jogos Olímpicos do Rio, estes atletas serão oficialmente homenageados. Afinal, estes 11 atletas israelenses assassinados não serão mais só um nome em uma estatística esportiva a mais dos XX Jogos Olímpicos.

Atualmente, a banalização do terrorismo contra o mundo gera tristeza e uma grave preocupação. São incontáveis atentados que deixam todos perplexos e inseguros em todos os continentes.

Entretanto, no que tange o terrorismo contra Israel, há um silêncio tácito do mundo, que relembra muito fortemente o antissemitismo. O que percebemos é que nossa luta vai além de detectar e impedir estes ataques facínoras. Enquanto a opinião mundial não cerrar fileiras de forma unânime contra toda forma de violência terrorista, enquanto não manifestar abertamente seu repúdio a todo e qualquer ato terrorista presente, passado ou futuro, só o que poderemos esperar é uma perigosa escalada desta aberração.

Pessoalmente, quero homenagear a vida desses atletas que são um marco incontestável da adversidade que os israelenses e os judeus do mundo sofreram e continuam a sofrer. Espero que cada pessoa de bem, cada israelense e cada judeu ou não, que se sinta pessoalmente atingido pela tragédia de 1972, possa unir-se a mim e fazer seu próprio minuto de silêncio em memória de:

Moshe Weinberg,

Yossef Romano,

Ze’ev Friedman,

David Berger,

Yakov Springer,

Eliezer Halfin,

Yossef Gutfreund

Kehat Shorr,

Mark Slavin,

Andre Spitzer,

Amitzur Shapira.


Floriano Pesaro:

Secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo

Deputado Federal

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