REST IN PEACE, SHIMON PERES – POR FLORIANO PESARO

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Sua morte cria um vácuo de liderança consciente e ponderada neste mundo. Que seus filhos nos permitam dizer: seremos, todos os judeus, um pouco órfãos neste dia e Israel chorará a nossa perda.


275_especial_1_2“Otimistas e pessimistas morrem do mesmo modo. Eles só vivem de forma diferente. Eu prefiro viver como um otimista”- Shimon Peres

Descanse em paz, Shimon Peres. Nós, teu povo, buscaremos levar o teu legado adiante.

Hoje, a sonhada paz perde um de seus mais ferrenhos soldados, Shimon Peres.

Hoje, o Estado de Israel perde seu líder mais evidente.

Hoje, no mundo, nos sentimos também órfãos.

Hoje, perdemos o maior estadista vivo da História.

Shimon Peres, nascido na Polônia em 1923, chegou em Israel em 1934, para viver e influenciar toda a história desta pátria. Ele, que contou ter nascido após uma benção dada por um rabino chassídico aos seus pais, teve uma formação religiosa consistente ao lado de seu avô. Estudou com ele o Talmud. Estudou também Comércio, Filosofia, Economia Inglesa e Administração Avançada em Harvard.

Peres faz parte daqueles homens que se tornaram lenda em Israel, como David Ben Gurion e Moshe Dayan e Itzchak Rabin.

Participou de todos os momentos cruciais da criação e do desenvolvimento do Estado de Israel. Em 1946, ele e Moshe Dayan foram os jovens representantes eleitos para comparecer no Congresso Sionista em Basel.

Peres fez parte da criação do Exército de Defesa de Israel. Alcançou a todos os postos chave desta organização e foi um herói sempre que Tzahal precisou dele. Seu currículo militar é mais do que surpreendente.

Mas Peres sempre soube a hora do combate e a hora das negociações de paz.

Em 1992, Peres, após intensas negociações, conseguiu alcançar um Acordo de Paz com Yasser Arafat em Oslo e por isso recebeu, com Arafat, o Prêmio Nobel da Paz.

Um homem com este currículo e esta paixão por Israel tornou-se, nestes últimos anos, o mais respeitado líder israelense em Israel e no mundo.

Sua sabedoria e seu equilíbrio guiavam seu caminho e serviam de referência a qualquer um interessado pela paz.

Shimon foi o retrato de Israel, mostrando-nos como ser um firme defensor desta terra e quando lutar pela paz.

Shimon Peres figura na lista daqueles homens extraordinários, que deixam sua própria vida como testemunho da nobreza que um homem pode alcançar.

Israel nunca viveu sem Peres. Em seus últimos anos, era considerado uma pomba da paz.

Sua morte cria um vácuo de liderança consciente e ponderada neste mundo.

Que seus filhos nos permitam dizer: seremos, todos os judeus, um pouco órfãos neste dia e Israel chorará a nossa perda.


Floriano Pesaro
Secretário de Estado do Desenvolvimento Social
Deputado Federal