COMEMORANDO SUCOT, SHEMINI ATSÊRET E SIMCHAT TORÁ

Conheça mais sobre estas datas importantes e saiba como sãos feitos os Rolos de Torá.


SUCOT – DO PÔR-DO-SOL DE DOMINGO, 16/10 (ÀS 18H51) ATÉ O COMPLETO ANOITECER DE TERÇA-FEIRA, 25/10 (ÀS 19H51)

FESTA DAS CABANAS

• Comemora-se Sucot, a terceira das Três Festas de Peregrinação (Pêssach, Shavuot e Sucot), por sete dias, a partir de 15 de Tishrê. Os primeiros dois dias são Yom Tov e os cinco seguintes, Chol Hamoêd.

• As atividades proibidas no Shabat (por exemplo: andar de carro, acender e apagar luz elétrica, etc.) também o são nos dois primeiros dias de Sucot (Yom Tov), com exceção de carregar (objetos permitidos) num domínio público e cozinhar para as refeições do mesmo dia.

• Nos sete dias de Sucot os tefilin não são colocados.

A SUCÁ

• Em lembrança às nuvens que protegeram os judeus no deserto constrói-se uma sucá, uma moradia temporária, cujo teto é coberto de folhagem.

• Durante toda a Festa, os homens devem fazer as refeições dentro da sucá, acrescentando a seguinte bênção antes de ingerir pão, massas ou vinho (mulheres não têm a obrigação de comer exclusivamente numa sucá, mas quando o fazem, também recitam esta bênção):

Baruch ATÁ a-do-nai E-LO-HÊ- NU mêlech Haolám, asher kideshánu bemitsvotav , vetsivánu leshêv bassucá.

Bendito és Tu, ó Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou morar na sucá.

A HISTÓRIA

Nos quarenta anos de peregrinação pelo deserto, ao sair da escravidão egípcia em direção à Terra Prometida, os judeus foram cercados por nuvens de glória, com as quais D’us envolveu o povo em sinal de proteção. Para celebrar este evento e aumentar nossa consciência do amor todo abrangente de D’us, recebemos a ordem: “Em sucot (cabanas) deveis habitar por sete dias.”

REFEIÇÕES NA SUCÁ

Participar de refeições festivas e desfrutar o tempo na sucá é uma experiência religiosa ímpar. A sucá é uma das poucas mitsvot que envolve todas as partes de nosso corpo.

VISITAS NA SUCÁ

Segundo o Zôhar (a Cabalá), durante os sete dias de Sucot sete justos vêm nos visitar na sucá nesta ordem: Avraham, Yitschac, Yaacov, Moshê, Aharon, Yossef e David. Estas visitas ficam conosco durante os sete dias da Festa, porém, a cada dia, um deles é o principal convidado e os outros o acompanham.


A VÉSPERA DE SUCOT – DOMINGO, 16/10

• Deve-se deixar uma vela ou fogo aceso antes do pôr-do-sol, que dure o suficiente para que, a partir desta chama, as velas da segunda noite de Sucot possam ser acesas e a comida preparada. É proibido criar fogo em Yom Tov (riscando um fósforo). Somente é permitido passar o fogo de uma chama previamente acesa com um palito ou vela (tomando cuidado de não apagá-la posteriormente).


O PRIMEIRO DIA DE SUCOT – SEGUNDA-FEIRA, 17/10 – AS QUATRO ESPÉCIES

• É mitsvá recitar a bênção sobre as Quatro Espécies em todos os dias de Sucot (exceto no Shabat).

• As Quatro Espécies se compõem de um etrog (cidra), um lulav (palma de tamareira), três hadassim (ramos de murta) e duas aravot (ramos de salgueiro).

• A mitsvá do lulav pode ser cumprida durante o dia todo desde o raiar até o pôr-do-sol. Porém, procuramos realizá-la pela manhã, se possível ainda antes das orações matutinas.

• Quem não tem lulav e demais espécies próprias deve pedi-las de presente a um amigo para poder cumprir a mitsvá, devolvendo-as posteriormente.

• Segura-se o lulav (ao qual hadassim e aravot foram amarrados) na mão direita e o etrog na mão esquerda, com a ponta voltada para cima.

• Junta-se tudo, balançando levemente as Quatro Espécies com as duas mãos.

QUATRO TIPOS DE JUDEUS

Dentre muitas explicações, cada uma das Quatro Espécies representa um tipo diferente de judeu. Estas juntas simbolizam a união do povo judeu; precisamos um do outro. As Quatro Espécies são balançadas nas quatro direções, para cima e para baixo, simbolizando a Presença de D’us em toda parte e nossa prece para conter tempestades.


A SEGUNDA NOITE DE SUCOT – SEGUNDA-FEIRA, 17/10 – ACENDIMENTO DAS VELAS APÓS 19H46

• É proibido criar fogo em Yom Tov riscando um fósforo. As velas são acesas com um palito utilizando o fogo de uma chama acesa desde a véspera (tomando cuidado de não apagar o palito posteriormente).

PELA PAZ UNIVERSAL

Na época do Templo Sagrado em Jerusalém, as oferendas da Festa de Sucot incluíam setenta sacrifícios, correspondentes às setenta nações – em prece por seu bem-estar, paz e harmonia.


SHEMINI ATSÊRET E SIMCHAT TORÁ – DO PÔR-DO-SOL DE DOMINGO, 23/10 (ÀS 18H54), AO ANOITECER DE TERÇA-FEIRA, 25/10 (ÀS 19H51).

REJUBILANDO-SE COM A TORÁ

• Os dois dias que seguem a Festa de Sucot são Yom Tov. Comemora-se o primeiro, Shemini Atsêret, em 22 de Tishrê; e o segundo, Simchat Torá, em 23 de Tishrê.

• As atividades proibidas no Shabat (por exemplo: andar de carro, acender e apagar luz elétrica, etc.) também o são em Shemini Atsêret e Simchat Torá (Yom Tov), com exceção de carregar (objetos permitidos) num domínio público e cozinhar para as refeições do mesmo dia.

• Em Shemini Atsêret e Simchat Torá os tefilin não são colocados.


A VÉSPERA DE SHEMINI ATSÊRET – DOMINGO, 23/10

• Deve-se deixar uma vela ou fogo aceso antes do pôr-do-sol, que dure o suficiente para que, a partir desta chama, as velas de Simchat Torá possam ser acesas e a comida preparada. É proibido criar fogo em Yom Tov (riscando um fósforo). Somente é permitido passar o fogo de uma chama previamente acesa com um palito ou vela (tomando cuidado de não apagá-la posteriormente).


DANÇANDO COM A TORÁ

O Rebe explicou que a palavra hacafá, volta (danças com a Torá), também é traduzida como “fiado”. Isto significa que, se por acaso, não é possível “pagar nossas dívidas com D’us” em Rosh Hashaná e Yom Kipur pede-se a Ele que dê neste ano as bênçãos “fiado”. Tudo que se consegue realizar em Rosh Hashaná e Yom Kipur através das preces, consegue-se em Shemini Atsêret e Simchat Torá através de alegria. Por isso, as 48 horas destes dias devem ser dedicadas a dançar e alegrar-se com a Torá. Ao dançar com a Torá – diz o Rebe – pegamo-la fechada e coberta para demonstrar que nestes dias todos são iguais perante a Torá, desde os mais estudiosos aos mais simples, pois nos alegramos com a própria Torá (fechada) e não com seu estudo (feito ao abri-la).


O CÍRCULO GIRA

Em Simchat Torá é concluída a leitura de toda a Torá. Ao concluir qualquer estudo (como por exemplo, ao terminar um tratado talmúdico), deve-se fazer uma festa com muita alegria. Por isso canta-se e dança-se com a Torá. É também neste dia que reiniciamos a leitura da Torá. Assim continuamos a nos nutrir com a sabedoria infinita da Torá – a força eterna que nos une e sustenta por mais de 3.300 anos.


O ROLO DA TORÁ

O Sêfer Torá é o objeto mais sagrado do povo judeu. Os judeus frequentemente arriscaram suas vidas para salvar os Sifrê Torá em casos de incêndios, etc.

Simchat Torá significa nos alegrarmos e regozijarmos com nossa Torá. Vejamos quantos detalhes conhecemos acerca do Sêfer Torá, (Rolo de Torá) que vemos com tanta frequência na sinagoga, e do qual sempre lemos as Parshiyot.

Desde que recebemos a Torá no Monte Sinai, há mais de três mil anos, ela tem sido nossa luz e vida através das épocas. Nenhuma letra sequer foi mudada ou alterada. Ela foi copiada muitas e muitas vezes; para as sinagogas, sob a forma de Rolos, em pergaminhos; para os lares – sob a forma de livros impressos, Chumash (os Cinco Livros).

Os Rolos de Torá são feitos de pergaminho, a pele de um animal casher, que recebeu tratamento especial para esta finalidade. Nem é preciso dizer que não existem pergaminhos grandes o suficiente para que a Torá seja escrita num só. Por isso, diversos pergaminhos –chamados de yeri’ot – são costurados juntos, cada um possuindo a forma de um quadrado. Para os fios, não se pode utilizar fibras de algodão, lã, ou outra coisa qualquer, mas apenas tendões de animais.

A tinta utilizada para escrever a Torá não é comum, mas de um tipo especial, durável. Deve-se usar apenas tinta preta, nenhuma outra cor é permitida, nem mesmo o dourado. O instrumento de escrita não é uma caneta comum, mas uma pena de ponta tão afiada que consegue traçar linhas finas e mais grossas, conforme o necessário.

O pergaminho deve ser marcado com estilete, deixando-o apenas marcado, e não com pautas pretas. Isto garante linhas uniformes.

A escrita deve ser feita em caracteres hebraicos quadrados, usada tradicionalmente para escrever Sifrê Torá desde tempos imemoriais. Nenhum outro tipo de caracteres pode ser utilizado, não importa quão artístico seja. Algumas letras são adornadas com coroas formadas por linhas curtas. Todavia, nada foi deixado ao gosto artístico dos escribas, pois tudo deve ser copiado estritamente da maneira tradicional que nos foi transmitida de geração para geração, desde os dias de Moshê.

Em hebraico, o escriba chama-se sofer, que deriva de sêfer (livro). Antes de iniciar a sagrada tarefa de escrever um Sêfer Torá, o sofer se prepara adequadamente. Vai ao micvê para imersão ritual, tornando-se puro de corpo e alma. Deve passar algum tempo em meditação e auto-reflexão, e direcionar os pensamentos à sagrada tarefa de escrever o Sêfer Torá por amor a Hashem. Cada palavra que o sofer escreve deve ser copiada de um texto perfeito. Ele não pode escrever nada de memória.

O texto deve ser claro e simples; uma letra não pode tocar outra. Deve ser tão simples que qualquer criança alfabetizada possa lê-lo. O texto não tem necudot (vogais), diferentemente do Sidur ou Chumash, onde a leitura é facilitada pelas vogais e pontuação. As porções são divididas por espaços em branco, e estes espaços devem ter determinadas medidas de extensão, de acordo com a tradição. Uma vez que a Torá não possui pontuação de qualquer espécie, não é lida facilmente por um leitor não treinado, ainda mais que a leitura deve ser realizada de acordo com certas notas melódicas. Todo menino que chega à idade de bar mitsvá experimentou as dificuldades de aprender a ler sua porção na Torá. Contudo, há diversos rapazes que lêem não apenas uma pequena porção, mas a Parashá da respectiva semana inteira. Isto é realmente uma façanha e tanto.

Quando a Torá está completa, realiza-se uma celebração solene, chamada de Siyum HaTorá. Faltam apenas algumas poucas letras a serem escritas; estas são completadas na cerimônia do Siyum.

Cada judeu tem a mitsvá de escrever um Sêfer Torá, ou ter um escrito para si. Os pergaminhos são atados a bobinas de madeira, chamadas de Ets Chayim (Árvore da Vida), pois a Torá é chamada de “árvore da vida aos que a ela se apegam”. Os Ets Chayim são rolos de madeira especialmente preparados, cada um com um disco plano e redondo em cada uma das pontas. Logicamente, cada Sêfer Torá possui dois Ets Chayim. Ao se enrolar o Sêfer Torá, o Ets Chayim direito deve ser colocado sobre o esquerdo, pois o direito sustenta o pergaminho no qual está escrito o começo da Torá, Bereshit.

O Sêfer Torá é o objeto mais sagrado do povo judeu. Os judeus frequentemente arriscaram suas vidas para salvar os Sifrê Torá em casos de incêndios, etc.

O Rolo da Torá não pode ser tocado diretamente com as mãos livres; isto é feito com as franjas do talit, ou com algum outro objeto sagrado. A mesa onde se coloca o Sêfer Torá para a leitura deve estar coberta por um tecido ou talit.

Do respeito devido ao Sêfer Torá depreende-se o respeito devido a um estudioso da Torá, pois esse é como um Sêfer Torá vivo!


Fonte: Beit Chabad Perdizes

R. Dr. Manoel Maria Tourinho, 261

Fones: 3865-0615

e-mail: hanaslonim@gmail.com

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