NEUROCIENTISTAS DO INSTITUTO WEIZMANN FALAM SOBRE OS AVANÇOS DA CIÊNCIA NA COMUNIDADE SHALOM

277_medicina_3_1Michal Schwartz, Natan e Orly Reiner, Beny Lafer, rabino Adrian Gottfried e Mario Fleck

Em visita ao Brasil, onde participaram de um Simpósio de Neurociência, fruto de uma colaboração científica do Hospital Israelita Albert Einstein, Universidade de São Paulo e Instituto Weizmann de Ciências, as neurocientistas Michal Schwartz, pioneira mundial em demostrar como o sistema imune é importante para manter e proteger o cérebro, e Orly Reiner, professora de Neuroquímica do Departamento de Genética Molecular do Instituto Weizmann de Ciências, estiveram na Comunidade Shalom, no dia 20 de outubro, onde falaram sobre as pesquisas de ponta do instituto israelense que figura na vanguarda da tecnologia.

As cientistas foram apresentadas pelo rabino Adrian Gottfried que as recebeu calorosamente como convidadas da Comunidade Shalom, e o professor de Psiquiatria da USP Beny Lafer, que foi quem teve a excelente ideia de trazer a neurociência para a Sinagoga .

A doutora Schwartz criou uma área cientifica nova, a Neuro-imunologia. Para isso teve que começar por destruir alguns dogmas da biologia. Sua coragem permitiu o surgimento de um enfoque terapêutico completamente inovador que surgiu há vinte anos ao questionar como o sistema imune que protege nosso corpo, abriria mão do órgão mais valioso, no caso o cérebro. Isso porque existia o dogma de que o cérebro estava isolado dentro do corpo, com uma barreira que o protegia de tudo. De maneira clara e com exemplos fáceis de entender, ela explicou como a partir dessa pergunta, sua equipe encontrou a porta que usa o sistema imune para cuidar do cérebro e descobriu também como durante a vida ela é aberta o tempo todo, porém de forma seletiva, e serve para manter sua saúde e vitalidade e talvez possa prevenir doenças como o Alzheimer.

A segunda palestrante da noite foi a professora Orly Reiner, que explicou sobre o que faz uma célula tronco indiferenciada, virar neurônio. Ela também mostrou células em migração, um fenômeno que quando não acontece corretamente provoca distúrbios graves como deixar o cérebro liso ou microcefalia. A importância de seu trabalho não precisa ser explicada, pois a microcefalia foi um nome desconhecido por muitos até que o vírus Zika a levou às manchetes.

As apresentações provaram que discussões interdisciplinares férteis são as que convertem ideias que parecem malucas em hipóteses a serem testadas, e perguntas simples em respostas muito esperadas. E assim como no campus de Rehovot nascem estratégias inovadoras que logo saem de Israel em benefício da humanidade.

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