CIRURGIA E ANESTESIA: UMA REALIDADE PARA INDIVÍDUOS APÓS 60 ANOS! VOCÊ ESTÁ PREPARADO? – DRA. MARIA CARMONA*

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A pré-reabilitação é um conceito recente no preparo pré-operatório, especialmente para cirurgias de grande porte. Quando existem condições clínicas e a cirurgia pode esperar, o paciente é encaminhado para atividades físicas e cognitivas específicas, visando a diminuição da fragilidade e a minimização do risco de complicações como pneumonia, infarto, delírio e alterações de memória e atenção.


Se você está com mais de 60 anos, tem cerca de 50% de chance de ser submetido a uma cirurgia ou procedimento diagnóstico sob anestesia. Você está preparado?

A população mundial está envelhecendo e o Brasil está em pleno processo de transição demográfica, com aumento proporcional do número de idosos. Os serviços de saúde estão continuamente se adaptando a esta nova realidade, onde os pacientes considerados idosos já representam um terço dos candidatos a cirurgias e a maior parte dos procedimentos que necessitam sedação ou anestesia.

Todo procedimento anestésico-cirúrgico deve ser realizado com foco na segurança do paciente e nos bons resultados a longo prazo. Por isso, uma adequada avaliação antes do procedimento é fundamental, com identificação e minimização de fatores que podem aumentar o risco. O paciente pode colaborar neste processo, por exemplo, informando sobre os antecedentes pessoais e doenças prévias, relatando as medicações em uso, respeitando períodos de jejum e cessando o tabagismo, quando for o caso.

A pré-reabilitação é um conceito recente no preparo pré-operatório, especialmente para cirurgias de grande porte. Quando existem condições clínicas e a cirurgia pode esperar, o paciente é encaminhado para atividades físicas e cognitivas específicas, visando a diminuição da fragilidade e a minimização do risco de complicações como pneumonia, infarto, delírio e alterações de memória e atenção. Vários estudos estão sendo realizados para demonstrar a eficácia da pré-reabilitação na diminuição das complicações pós-operatórias.E já existem muitas evidências de que exercícios físicos e intelectuais adequados contribuem melhorar a qualidade de vida do idoso após a cirurgia.


*DRA. MARIA CARMONA: Professora Livre-Docente da Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da USP.

Graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, com especialização em Anestesiologia e Terapia Intensiva pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Doutorado e Livre Docência pela USP e pós-doutorado pela Harvard Medical School. Professora Associada da Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da USP e Diretora da Divisão de Anestesia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Diretora Científica da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo e Vice Coordenadora do Programa de Pós-Graduação stricto sensuem Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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