ÓLEO DE PEIXE PREVINE PREJUÍZOS DE DIETA RICA EM GORDURA
O óleo de peixe tem demonstrado efeitos preventivos importantes contra várias condições, incluindo melhoria da imunidade após cirurgias, melhoria da tolerância à glicose, redução do risco de câncer de mama, prevenção da esquizofrenia e do Mal de Alzheimer.
EPA e DHA
Suplementos de óleo de peixe – ricos em ácidos graxos da família ômega 3 – podem ajudar a prevenir problemas de saúde induzidos por uma dieta rica em gordura, incluindo condições como diabetes e dislipidemia.
“Importante ressaltar que nosso modelo foi de prevenção, pois iniciamos a suplementação quando os animais estavam sadios. Atualmente, estamos investigando o efeito do óleo de peixe em animais já obesos e os resultados parecem ser diferentes”, alerta a professora Maria Isabel Cardoso, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os animais foram suplementados com óleo de peixe ao longo de 12 semanas. A partir da quarta, passaram a receber uma dieta considerada hiperlipídica: com 59% de gordura, contra 9% da dieta ingerida pelo grupo-controle.
“Os animais recebiam dois gramas de óleo de peixe por quilo corporal, três vezes por semana. Cada grama do óleo usado no estudo tem 540 miligramas de EPA (ácido eicosapentaenoico) e 100 miligramas de DHA (ácido docosahexaenoico). A proporção desses ácidos graxos poli-insaturados deve ser considerada para a obtenção do resultado”, comentou a pesquisadora.
O EPA tem ação anti-inflamatória no organismo, induzindo a produção de substâncias conhecidas como prostaglandinas E3. Já o DHA é conhecido por sua ação antioxidante.
Dieta hiperlipídica
No final das 12 semanas, o peso dos camundongos que receberam a dieta hiperlipídica e não foram suplementados havia aumentado em média 12 vezes. Além disso, os animais apresentavam intolerância à glicose, resistência à insulina, aumento nas taxas de glicemia e insulinemia de jejum e aumento nos níveis de colesterol total e de LDL (lipoproteína de baixa densidade). Para piorar, os roedores obesos estavam comendo mais do que os outros animais e gastando um percentual menor da energia ingerida.
Já no grupo que recebeu o óleo de peixe antes e durante o período de dieta hiperlipídica, o peso aumentou em média oito vezes – 30% menos – e não foram observadas alterações no metabolismo de glicose ou dislipidemia.
“A suplementação com óleo de peixe, em conjunto com outras estratégias, pode ser uma boa medida de saúde pública para prevenir resistência à insulina e diabetes do tipo 2. Mas, claro, antes de um amplo uso em humanos seriam necessários outros estudos. É preciso estabelecer, por exemplo, a dose e a periodicidade mais adequadas, bem como o momento de se introduzir a suplementação”, concluiu a pesquisadora.
Os resultados foram publicados no The Journal of Physiology.
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Fonte: www.diariodasaude.com.br – Com informações e imagem da Agência Fapesp