LIVROS NOVOS

“AGORA VOU AQUI, AGORA VOU LÁ” – DE MARCELA LIMA
“O SILÊNCIO DA MÚSICA – CEM ANOS DE JOHN CAGE” – DE EMANUEL DIMAS DE MELO PIMENTA
“SEXUALIDADE SEM FRONTEIRAS” – DE FLAVIO GIKOVATE


“AGORA VOU AQUI, AGORA VOU LÁ” – DE MARCELA LIMA

174_especial_8.1

O livro ‘Agora vou aqui, agora vou lá – Vivaldo Levi D’Ancona e suas memórias de exílio’ marca a estreia de Marcela Lima como escritora e foi lançado no ultimo dia 12 de abril em Campinas, interior de São Paulo. Formada em Letras e pós-graduada em Linguística Aplicada, Marcela vem dedicando os últimos 6 anos à pesquisa sobre práticas de escrita na Internet, o que já lhe rendeu algumas publicações acadêmicas relacionadas ao tema. O projeto de resgate de memórias as narrativas de Vivaldo Levi D’Ancona veio compor sua formação profissional e inserir uma nova dimensão nas suas práticas de escrita. Uma dimensão que une o saber acadêmico, presente no trabalho minucioso com a linguagem, ao gosto e deleite pelas histórias dos homens, colhidas diretamente da memória, no frescor da palavra falada. SINOPSE

Agora vou aqui, agora vou lá é fruto de um projeto de resgate de memórias vivas que envolveu um homem – Vivaldo Levi D’Ancona –, suas memórias de exílio e uma estudante de letras. No trilhar dessa caminhada conjunta, nasceram um belo e comovente livro autobiográfico e uma escritora, Marcela Lima. Em essência, trata-se da história de vida de um judeu italiano naturalizado americano e exilado, durante a maior parte da sua vida, no Brasil. História que teve início numa Itália dos sonhos, de brisas frescas e primeiros amores, dos passeios com a família pela cultura e pelo saber dos Tempos, do aconchego e acalanto da casa da bisavó, em Nápoles. Subitamente, os ventos mudaram, fazendo soprar o frio que gela a alma, que em si congela o medo, que carrega o horror e a separação. Era um vento odioso, que se espraiava rápido, soprando cinza, dor, sangue. Um vento que o levava cada vez mais longe da Terra Natal, do seio familiar, num incessant cruzar de fronteiras . Mas a juventude, como numa primavera infinita que a tudo consegue suportar e transformar, fez florescer nesse homem forte e destemido as imprevisíveis alegrias de um exílio nunca desejado, mas bravamente suportado e, em alguns momentos, doce e sabiamente vivido. Foram 88 anos de história e 3 anos de um processo de compilação e editoração para fazer chegar até você, leitor, as memórias que hoje lhe dedicamos com o intuito de fazê-lo conhecer, apreciar, aprender e se emocionar com esse percurso de lutas e de descobertas; de vida e de sobrevida de Vivaldo Levi D’Ancona.

 


“O SILÊNCIO DA MÚSICA – CEM ANOS DE JOHN CAGE” – DE EMANUEL DIMAS DE MELO PIMENTA

174_especial_8.2

O Silêncio da Música foi escrito originalmente na passagem do ano 2000, pelo compositor brasileiro Emanuel Dimas de Melo Pimenta, como celebração dos noventa anos de John Cage, seu grande amigo, e dos dez anos da sua morte.

Totalmente revisto para os cem anos do grande compositor americano, o livro conta com mais de setecentas páginas, quase cento e cinquenta ilustrações e fotografias, muitas delas raras e inéditas.

Trata-se de uma viagem mágica ao universo de Cage, revelando não apenas a sua música e as suas ideias, mas também quem ele foi como ser humano, as suas relações com o mundo, os seus sonhos.

O livro conta, ainda, com textos de Lucrezia De Domizio, a legendária Baronesa Durini, uma das mais importantes personalidades da arte contemporâneo do século XX; com um ensaio do genial filósofo da música francês Daniel Charles; com raras fotografias de diversos fotógrafos, entre eles Roberto Masotti, grande amigo de C age; um ensaio fotográfico inédito de Flavio Matangrana, também conhecido como Matangra, sobre John Cage na Bienal Internacional de São Paulo em 1985; uma autobiografia de John Cage; uma lista das suas composições, dos seus livros, assim como dos livros escritos sobre ele

Este livro se inclui nas várias celebrações dos cem anos de John Cage em todo o mundo, e pode ser adquirido nas principais livrarias do Brasil e pela Amazon (www.amazon.com).

Nascido no Brasil em 1957, o arquiteto, músico e artista multimídia Emanuel Dimas de Melo Pimenta, preferiu não continuar nos negócios da família, mudando-se para a Europa, onde vive há mais de 30 anos e é um dos mais conceituados autores de música que integra a arte visual em todo o mundo.

Suas obras têm sido incluídas em coleções de arte e reconhecidas por instituições, como “Whitney Museum of American Art”, de Nova York, o “Ars Aevi Contemporaty Art Museum”, a Bienal de Veneza, o “Kunsthaus Zurich, a Bibliotéque Nationale of Paris e o MART – Modern Museum of Rovereto and Trento, entre outros.

Desenvolve música, arquitetura e projetos urbanos usando a realidade virtual e as tecnologias do ciberespaço. Serviu como curador da Bienal de São Paulo, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Trienal de Milão e do Centro Cultural de Belém. Os concertos de música a integrar a arte visual são realizados em vários países nos últimos 20 anos, como o seu concerto na Bienal de Arte de São Paulo em 1985, com John Cage, Francesco Clemente, Sandro Chia e Robert Rauschenberg.


“SEXUALIDADE SEM FRONTEIRAS” – DE FLAVIO GIKOVATE

174_especial_8.3

A MG Editores e a Livraria Cultura do Conjunto Nacional (São Paulo) promoveram no dia 8 de abril, em São Paulo, o lançamento do livro Sexualidade sem fronteiras, de Flávio Gikovate.

A revolução sexual iniciada no século XX ampliou o debate em torno da sexualidade, mas a verdade é que avançamos pouco nesse campo da existência humana. Na sociedade em que impera o consumo e a vaidade, homens e mulheres se perderam. A preocupação com o desempenho sexual, o número de relações por semana, a quantidade de orgasmos, a competência, a exuberância, o jogo de poder da sedução, em rotular quem é hétero e quem é homo, pauta a vida da maioria das pessoas. Esquecemos o trivial: liberdade e obrigação definitivamente não combinam quando o assunto é sexo. No livro Sexualidade sem fronteiras, Gikovate põe de lado velhos pontos de vista e crenças, fruto da tradição religiosa e dos preconceitos mais tradicionais, e traz para o centro do debate as variáveis que interferem na vida sexual.

O primeiro passo nessa jornada de volta à evolução é entender que o caráter lúdico do erotismo desvincula o sexo do compromisso social. Esse é o clima que deve prevalecer nas relações sexuais. Cada um de nós deve escolher e vivenciar os tipos de carícia – consentida – que mais lhe agradarem; cada um de nós deve ser livre para (re)direcionar os interesses eróticos da forma como bem nos aprouver. Só assim os rótulos se tornarão descabidos e desnecessários, e em vez de falarmos em hétero, homo, bissexualidade etc. falaremos em sexualidade.

“Minha proposta é de um mundo sem preconceitos (não só os de natureza sexual) no qual o sexo fosse verdadeiramente lúdico. Isso significaria tratá-lo como uma brincadeira em que não cabem cobranças, preocupações com o desempenho ou medo de fracasso, e na qual podemos considerar que tudo que é de consentimento recíproco é também legítimo”, afirma o psicoterapeuta.

“As pessoas que vivem de acordo com a sexualidade não têm compromisso com seu passado sexual e podem se movimentar dentro do espectro das possibilidades da sexualidade livres e isentas de qualquer norma ou preconceito. Elas se fixarão em determinado território tanto em função de suas convicções e deliberações racionais como em decorrência de outro impulso que, na prática, se sobrepõe ao erótico: o encantamento amoroso de ótima qualidade”, conclui.

 

O autor

Flávio Gikovate é médico psiquiatra formado pela USP em 1966. Trabalha com psicoterapia breve, tendo atendido mais de nove mil pacientes. É conferencista e autor consagrado, com várias obras publicadas – inclusive no exterior –, que somam 1 milhão de livros vendidos.

20
20