PRECONCEITO E INTOLERÂNCIA RACIAL – POR DR. DAVID ZYLBERGELD NETO

359_especial_3_1Talvez a causa esteja dentro das próprias famílias, que desde os primeiros dias de nascimento de seus filhos e ou netos já começam a propagar tais conceitos discriminatórios, espúrios e nefastos para a humanidade.

O mundo ainda está perplexo e chocado. Mais uma vez o planeta se depara com a crueldade e a maldade do ser humano contra o ser humano, unicamente por uma questão da cor da pele. É inaceitável e incompreensível como um animal irracional que se diz um ser humano (?) tem o prazer de extinguir a vida de um semelhante da forma como o policial americano o fez, cruel, lentamente, prazerosamente, frente às súplicas pelo simples direito de viver daquele que já estava algemado, dominado, isto é, absolutamente indefeso.

Por que isto?

A foto mostrando a pose e o orgulho do animal irracional, cínico e sádico asfixiando por mais de 8 minutos o dominado, é realmente algo que jamais sairá da minha memória e que deve servir de exemplo. Algo terrível…

Até onde Homem é capaz de chegar? Quais são os seus limites? Certamente este assassino da pior espécie será acusado, julgado e condenado, pois no País no qual este “verme” vive a lei é cumprida e de forma bastante rápida. Quiçá ele possa ter uma prisão perpétua, pois um animal irracional como este, criminoso da mais alta periculosidade, jamais deverá voltar ao convívio social, e se possível deverá viver o resto dos seus muitos anos de vida, isolado inclusive de outros detentos. Ainda assim este será um castigo que nem de longe poderá reduzir minimamente a gravidade do seu ato, até porque, este assassino conseguiu agredir severa e indiretamente centenas de milhões de seres humanos ao redor do planeta. Este assassino deixa uma imagem indelével para uma criança de seis anos, filha da vítima.

Por outro lado, creio, ainda cabe uma reflexão da minha parte sobre este tema, pois, diariamente são divulgados mundo afora, e não menos frequente no nosso Brasil, crimes de discriminação, intolerância, preconceito racial e antissemitismo, assunto este que cito o ato recente contra o Presidente do Congresso Nacional, Senador David Alcolumbre, e, claro, por tabela agrediu ferozmente toda a coletividade judaica no Brasil e , embora a legislação brasileira prevê penas para tais atos, muito poucos são punidos com o rigor que se esperaria da lei.

Outro fato recente aconteceu no plenário da Câmara Municipal de S. Paulo, no qual um determinado vereador, por não concordar com o voto de outro vereador de origem judaica, o chamou de Judeu filho da p…..

Uma lástima que tudo ficou “porisso” mesmo. Se julgado e condenado for, certamente o vereador antissemita não irá para trás das grades como deveria. Talvez, pague uma multa, uma cesta básica ou algo parecido. Ou seja: ganha um prêmio ao invés de um se ver o castigo.

O mesmo acontece com bastante frequência em relação aos nossos artistas de origem negra, com mais frequência ainda ao cidadão negro que batalha diariamente pela vida. Se com famosos a agressão é explícita, que dirá com o cidadão anônimo que mal tem com quem reclamar…

Qual é a causa disto?

Certamente que ninguém nasce racista ou preconceituoso. Talvez a causa esteja dentro das próprias famílias, que desde os primeiros dias de nascimento de seus filhos e ou netos já começam a propagar tais conceitos discriminatórios, espúrios e nefastos para a humanidade.

Insisto! Não pode haver impunidade. Deve, sim, ser estabelecida severa punição para tais atos e que a lei seja aplicada dentro do seu máximo rigor. Talvez até estabelecendo o crime como inafiançável.

Por outro lado, somente a educação será a única arma poderosa para que algum dia a intolerância e o racismo possam ser extirpados da face da terra. Contudo, infelizmente, eu não me iludo, se começarmos hoje, talvez tarde algumas gerações para que este crime hediondo seja definitivamente eliminado. Portanto, repito, enquanto este dia não chegar, que a lei seja cumprida de forma didática, rigorosa e rápida para tantos quantos a desrespeitarem, independentemente do poder social e econômico, daqueles que venham transgredi-la.

É impossível viver com a impunidade.


David Zylbergeld Neto é médico.

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