DAVID BEN GURION – NOSSO HERÓI MAIS NOTÓRIO – POR MENDY TAL

“O nosso país é construído mais com base nas pessoas do que em território. Os judeus virão de todos os lugares: da França, da Rússia, da América, do Iêmen. Sua fé é seu passaporte”.

Dia 01/12/73 falecia David Ben Gurion.

Independentemente de Israel ter produzido, em seu pouco tempo de vida, uma série de estadistas de primeira grandeza como Golda Meir, Shimon Peres, Itzchak Rabin, Moshe Dayan, Menachem Begin e muitos outros, sabemos que David Ben Gurion é a alma de nossa Terra Sagrada.

Podemos considerar David Ben Gurion o mais carismático e determinado herói de Israel.

Ele é, até hoje, a imagem de nossa pátria, como o hino Hatikva e a Bandeira azul e branca.

David Ben Gurion, Gruen de família, nasceu em Plonsk, na Polônia, no dia 16 de outubro de 1886 e faleceu em Israel em 1 de Dezembro de 1973.

O sionismo então, com este rótulo específico, apenas começava a existir, a partir de 1898, com Theodor Herzl.

Ben Gurion

A morte de sua mãe foi um evento extremamente traumático para o garoto de 11 anos, mas, em suas próprias palavras, David exclamou: “Quando eu tinha catorze anos, subitamente saí deste túnel de tristeza para me jogar de coração e alma no movimento sionista”.

Seu pai também era um sionista fervoroso e sua casa era o centro local do movimento Chovevei Tsion, Amantes de Sion, precursor do sionismo político.

David Ben Gurion foi um judeu de formação secular, mas com um verdadeiro fervor pelo sionismo.

Com 18 anos, já em Varsóvia, se filiou ao Movimento Sionista Socialista Poalei Tzion.

Em 1906, Ben Gurion chegou em Jaffo, na antiga Palestina e foi responsável por fundar a estrutura do novo Estado de Israel, treinando os imigrantes para a difícil jornada.

Na época, a vida em nossa Terra era um sacrifício, principalmente para os imigrantes judeus europeus, intelectuais socialistas, que não entendiam nada sobre agricultura e domínio daquele solo inóspito.

Nessa época, viver em Israel significava sofrer com um mundo de dificuldades, inclusive muitas doenças. Nada foi fácil.

Durante o curso de sua vida, ele foi estudar direito na Turquia, para entender a lei dos otomanos, que dominavam então aquela parte do Oriente Médio.

Durante a Primeira Guerra Mundial, foi considerado suspeito e expulso de lá, junto com Itzhak Ben Zvi, que viria a ser presidente de Israel.

Também, Ben Gurion encontrou sua esposa Paula em New York, onde viveu por 3 anos.

Albert Einstein e David Ben Gurion

Ao voltar para sua terra querida, tornou-se esse líder inconteste da nação judia. Foi o timoneiro da empreitada que levou ao estabelecimento de Eretz Israel.

O escritor Amoz Oz escreveu que Ben Gurion, mais do que um filósofo, era um ponto de exclamação com temperamento vulcânico; um judeu secular nacionalista que combinava visões messiânicas judaicas com ideais socialistas; um homem com feroz ambição de liderança e extraordinária habilidade política e um senso mais chegado ao sarcasmo do que ao humor.

Em 1948, sob sua absoluta liderança, foi finalmente declarada a Independência de Israel, seu grande sonho. Foi também a realização da aspiração de todos os judeus do mundo, e David Ben Gurion era exatamente o retrato desse milagre.

Assumindo o cargo do primeiro Primeiro Ministro do país, sua energia inesgotável o levava para todos os recantos onde havia judeus, buscando ajuda financeira para a evolução de nossa Terra.

Ben Gurion, com todo seu carisma e como o mais verdadeiro representante de Eretz Israel, era aclamado por onde passava.

Seus discursos eram contundentes e sempre em hebraico, embora a maioria de seus ouvintes não entendessem ainda o idioma de nossa nação.

David Ben Gurion com o Primeiro Ministro inglês Winston Churchill

Desde jovem, ainda na Polônia, Ben Gurion, criou o grupo Ezra, que já se negava a falar o ídiche e declarava que uma das características de Israel seria o renascimento da língua dos seus antepassados. O hebraico

Dan Kurzman, autor de uma de suas biografias, escreve que Ben-Gurion era, ao mesmo tempo, humilde e arrogante, tímido e agressivo, alerta e ausente, generoso e mesquinho, compassivo e cruel, sentimental e frio. Todos estes adjetivos caracterizam os gênios.

Em sua velhice, Ben Gurion escolheu viver no kibutz Sde Boker, no deserto do Negev, que considerava seu verdadeiro lar. Seu túmulo lá fica num recanto de riquezas naturais e no silêncio que o reverencia.

Há uma frase de Ben Gurion que é a epítome de nossa pátria: “Em Israel, para ser um realista, precisa acreditar em milagres”.

Também são suas as palavras:

“O nosso país é construído mais com base nas pessoas do que em território. Os judeus virão de todos os lugares: da França, da Rússia, da América, do Iêmen. Sua fé é seu passaporte”.

Mendy Tal

Cientista Político e Ativista Comunitáro

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