VITAMINA D: PORQUE SUPLEMENTOS EM ALTAS DOSES PODEM SER PERIGOSOS

Além de os cientistas parecerem confusos sobre os suplementos de vitamina D, parece que os exames para verificar a vitamina D podem estar medindo a coisa errada.
[Imagem: FRL/UCR]


Hipercalcemia

Recentemente, pesquisadores alertaram sobre a confusa ciência envolvendo os suplementos de vitamina D, o que leva a uma falta de critérios na recomendação desses suplementos.

Como um primeiro esforço de controle e orientação, o Instituto Federal Alemão de Avaliação de Risco (BfR) – a principal entidade de saúde da Alemanha – preparou uma avaliação de risco à saúde para produtos vendidos no mercado como suplementos alimentares contendo uma dose diária de col-calciferol – o precursor da vitamina D ativa.

Nos humanos, a vitamina D é formada na pele pela exposição à luz solar. Em comparação com a produção da vitamina D pelo próprio corpo, sua ingestão pelos alimentos geralmente representa apenas uma proporção pequena do suprimento de vitamina D ao corpo.

Contudo, embora uma overdose resultante da produção do próprio corpo não seja possível, certamente pode haver uma superdosagem pelo consumo de altas doses de vitamina D – por exemplo, por meio da ingestão de suplementos alimentares ou vitamínicos.

Uma sobredosagem deste tipo leva a valores elevados de cálcio no soro sanguíneo (hipercalcemia). Os sintomas clínicos associados à hipercalcemia variam de fadiga e fraqueza muscular a vômitos e constipação, e podem até levar a arritmias cardíacas e calcificação dos vasos sanguíneos. Se persistente, a hipercalcemia pode causar cálculos renais, calcificação renal e, em última instância, perda da função renal.

· Suplementos de cálcio e vitamina D fazem mais mal do que bem

Risco de sobredosagem da vitamina D

Segundo a autoridade de saúde alemã, mesmo sem exposição ao Sol, o consumo diário de 20 microgramas (ug) de vitamina D seria suficiente para atender às necessidades do organismo dessa vitamina para a grande maioria (97,5%) da população.

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), por sua vez, estabeleceu um valor UL (nível máximo de ingestão tolerável) de 100 ug para a vitamina D. De acordo com as pesquisas científicas mais recentes, se adultos e crianças com 11 anos ou mais consumirem uma quantidade diária de não mais do que 100 ug, quaisquer danos à saúde são improváveis.

Este valor UL inclui a ingestão de vitamina D de todas as fontes e, portanto, inclui a ingestão de suplementos, ingestão alimentar normal e ingestão de alimentos que foram fortificados com vitamina D. Se preparações de vitamina D em altas doses também forem consumidas, este valor pode ser excedido.

Do ponto de vista da ciência nutricional, o consumo diário de preparações de vitamina D contendo doses de 50 ug ou 100 ug é desnecessário. Por outro lado, o BfR considera que prejuízos para a saúde resultantes do consumo de altas doses de vitamina D só devem ocorrer se essas altas doses forem consumidas diariamente por um longo período de tempo, embora, nesses casos, as pesquisas mais recentes apontem para um risco elevado para a saúde.

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