OS 60 ANOS DAS ESCOLAS LUBAVITCH E GANI

São mais de 260 alunos e mais de 110 famílias atendidas, de volta ao Bom Retiro. A estrutura cresceu e as crianças atualmente têm acesso à um ambiente muito mais estruturado, equipado, funcional e profissional – além do contato com a tradição judaica alinhada à modernidade e tecnologia.

Filho caçula do casal Begun, que chegou ao Brasil no início do século passado para se instalar nas Colônias do Barão Hirsh, o Rabino Henrique Begun é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Hoje com 85 anos, é uma das peças chaves na construção de uma história que até hoje vem plantando e colhendo os mais belos frutos.

Quando ainda muito novo, seus pais, preocupados com seu futuro depois de receberem uma proposta para que ele jogasse futebol profissionalmente em um grande time da capital, o enviam aos Estados Unidos para dedicar-se aos estudos na Escola Lubavitch. Lá, sob a tutela direta do Rebbe de Lubavitch, Rabi Menachem Mendel Shneerson, estudou por 11 anos. Depois de se casar, o Rebbe o envia para S. Paulo, onde passa a digerir todo o conhecimento e aprendizado adquirido, visionando e idealizando o nascimento de uma instituição que passaria para frente todo esse legado.

No dia 8 de fevereiro (10 de Shevat) de 1960, Rabino Henrique e seu irmão Jacob abriram a Escola Lubavitch, no Bom Retiro, em São Paulo, com um total de 7 alunos. Era muita atenção e dedicação àqueles que além de alunos, também se transformavam em verdadeiros professores para uma escola que acabara de nascer.

Naquela época, eles nem poderiam imaginar onde chegariam. O tempo foi passando, as coisas foram mudando, mas uma coisa não mudava nunca: a lealdade dos discípulos. Até mesmo em momentos em que a escola teve que mudar de espaço físico, indo para diferentes bairros, como Pinheiros e Pacaembu, os alunos não mediram esforços para prosseguirem juntos.

Hoje, 60 anos depois, a escola já é outra. São mais de 260 alunos e mais de 110 famílias atendidas, de volta ao Bom Retiro. A estrutura cresceu e as crianças atualmente têm acesso à um ambiente muito mais estruturado, equipado, funcional e profissional – além do contato com a tradição judaica alinhada à modernidade e tecnologia.

Todavia a essência continua, e sempre continuará, a mesma. Enraizados na cultura e na tradição judaica, os alunos são instruídos com valores, orgulho e identidade positiva.

Atualmente em suas rotinas escolares, os alunos desenvolvem habilidades de pensamento crítico e reforçam princípios e essências do povo judeu. Essa poderosa combinação impulsiona os alunos a tornarem-se indivíduos pensantes, com a capacidade e ferramentas necessárias para o sucesso em seu mais abrangente significado.

“Uma pessoa pode vir a se tornar um ótimo profissional em quaisquer áreas do saber, mas sem a ética, a moral, o respeito e senso de justiça e verdade, de nada vale todo esse conhecimento técnico”, diz o Rabino Begun. E reforça: “o princípio fundamental e mais importante de uma criança, é que ela seja honesta consigo mesma”. Esta também nos remete à poderosa frase do psicoterapeuta Carl Jung que diz: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

E sobre tocar uma alma humana, as Escolas Lubavitch Gani entendem bem. Toda a ética e valor que o judaísmo traz consigo nesses três mil anos de experiência e vivência são passados às novas gerações com muito amor, zelo e cuidado.

No judaísmo, o conceito de tsedacá é muito citado. A tradução é muitas vezes erroneamente vinculada à simples caridade, mas o mandamento judaico mais tem a ver com um ato de justiça social. E segundo o fundador das escolas, “a maior justiça que podemos fazer é investir na educação”.

Há 60 anos as escolas vêm transformando vidas e formando cidadãos íntegros que participam ativamente do crescimento coletivo e só foi possível chegar onde estão hoje, graças às pessoas que ajudaram a costurar esse enredo até aqui e à essas pessoas, a mais profunda e sincera gratidão. A continuidade dessa história depende do fortalecimento e da união da comunidade como um todo.

“Os últimos meses têm sido difíceis e desafiadores numa esfera mundial, nacional e também é uma realidade interna das escolas – mas não poderíamos deixar de celebrar esse marco tão especial de nossa história e da vida de tantas pessoas queridas”, finaliza o Rabino Begun.

LifeThon60– Grande oportunidade de troca e conexão entre a comunidade

O LifeThon60 foi um sucesso! O evento online que foi ao ar na véspera de Chanucá, no dia 9 de dezembro, teve como objetivo celebrar o marco histórico de 60 anos das Escolas Lubavitch-Gani e de mobilizar recursos para garantir a educação dos mais de 250 alunos da instituição.

A transmissão aconteceu no canal da campanha do Charidy e também no YouTube da escola. O formato foi inspirado no clássico Telethon, maratona televisiva ainda pouco explorada no Brasil que aposta na chamada ao vivo de doações e na pluralidade de participações. Foram convidadas 13 personalidades que fazem parte da história da instituição e são também membros importantes da comunidade judaica, entre eles: Marc Tawill, Sergio Napchan, Marcio Luftglas, Jairo Roizen, Mona Dorf, Natalie Klein, Raphael Klein, Ricardo Berkestand, Sergio Averbach e Mauro Zukerman.

Foi formada assim, uma forte rede de apoio com familiares, amigos, parceiros, ex­-alunos, empresas, artistas e profissionais comprometidos com a meta de arrecadação de 1 milhão de reais para a continuação de uma educação judaica de qualidade e preservação das tradições e valores. Foram momentos de muita emoção!

Foram mais de 3 mil visualizações e 3 horas de duração, onde o público se divertiu, riu e se emocionou com uma programação diversificada, muita música com a Banda Evolution, entrevistas, homenagens, vídeos, bate-papos, chamada para doações, poesia e rap com Brazza e mágica com Ben Ludmer.

Toda a live foi realizada no estúdio montado na sede das escolas e tomando todas as medidas de distanciamento e prevenção ao COVID previstas no protocolo da SPCine, incluindo testagem prévia de todos as pessoas presentes.

Muito mais que os objetivos pontuais da live, foi uma grande oportunidade de troca e conexão entre a comunidade para tratar sobre os desafios do futuro, sobre a educação de tradição e, sobretudo, de destaque a importância de manter a chama de justiça social acesa e passa-la para as próximas tradições.

Para assistir o programa completo, acesse: https://youtu.be/O8iDaqN01J

Fotos do grande dia, aqui: https://alinemarcovici.smugmug.com/LIFE-THON/i-8XCDqnX

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