ÁRABES: HAMAS E IRÃ TRANSFORMARAM GAZA EM UM CEMITÉRIO DE CRIANÇAS – POR KHALED ABU TOAMEH

Os árabes estão cientes de que o único interesse do Hamas é passar a mão na cabeça dos mulás de Teerã para extorquir mais dinheiro e armamentos. Os árabes sabem muito bem que se trata apenas de mais uma farsa do Hamas e particularmente do Irã.

É… revigorante ver quantos árabes estão cientes dos perigos do envolvimento do Irã com grupos terroristas palestinos que buscam a eliminação primeiro de Israel, depois deles.
“As milícias do Hamas na Faixa de Gaza pertencem ao Irã… O Irã quer usar a questão palestina como carta na manga nas negociações de Viena… para forçar os EUA a suspenderem as sanções contra o Irã em troca do fim da escalada da violência que ameaça a segurança de Israel… O destino das armas do Irã é a destruição, não a construção.” — Amjad Taha, consagrado jornalista árabe, Twitter, 27 de maio de 2021.
“Quanto mais matança e destruição, mais aumentará a receita do Hamas ao mesmo tempo em que os palestinos continuarão sofrendo com o cerco e a miséria.” — Saeed Al-Kahel, escritor e analista político, Assahifa, 29 de maio de 2021.

  • “O Irã usou o Hamas e a Jihad Islâmica apenas e tão somente em seu próprio benefício e, se realmente se interessasse pelos palestinos, contribuiria para a reconstrução da Faixa de Gaza… Teerã não contribuiu nem fez doações para projetos humanitários nem de reconstrução em Gaza…” — Samir Ghattas, ex-parlamentar egípcio e presidente do Fórum Egípcio para Estudos Estratégicos do Oriente Médio, Al-Arabiya.net, 26 de maio de 2021.
  • O especialista egípcio, (Muhammad Mujahid Al-Zayyat, consultor do Centro Egípcio de Inteligência e Estudos Estratégicos), se une a outros árabes no sentido de alertar a Administração Biden e as potências ocidentais para o perigo do Irã ser recompensado pela guerra terrorista do Hamas contra Israel.
  • Resta saber se a Administração Biden e as potências ocidentais irão dar o devido valor a este alerta ou continuar enfiando as cabeças na areia, fazendo de conta que os mulás do Irã, em troca de gigantescas propinas dos EUA, mudarão seus vieses selvagens . Eles não mudaram da última vez, o que acontecerá à região se eles não mudarem novamente?

A assertiva do Hamas de que “venceu” a última guerra contra Israel caiu no ridículo e virou motivo de chacota por muitos árabes, que estão cientes de que o único interesse do Hamas é passar a mão na cabeça dos mulás de Teerã para extorquir mais dinheiro e armamentos. Foto: “Líder Supremo” do Irã, Aiatolá Ali Khamenei (direita) com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh em Teerã em 12 de fevereiro de 2012. (Imagem: khamenei.ir/AFP via Getty Images)

A assertiva do Hamas de que “venceu” a última guerra contra Israel caiu no ridículo e virou motivo de chacota por muitos árabes que não temem assim qualificar o grupo terrorista apoiado pelo Irã por este mentir aos palestinos e ao restante do planeta.

Os árabes também não têm medo de responsabilizar o Hamas pela massiva destruição em massa e pela perda de vidas de palestinos e israelenses inocentes, a fim de servir aos interesses do senhorio iraniano.

As cenas de palestinos comemorando a “vitória” do Hamas desencadeou uma onda de condenações no mundo árabe, em especial nos países do Golfo. As reações dos árabes à autoproclamada vitória do Hamas mostram que muitos no mundo árabe não caem no conto do vigário da máquina de propaganda do grupo terrorista. Os árabes estão cientes de que o único interesse do Hamas é passar a mão na cabeça dos mulás de Teerã para extorquir mais dinheiro e armamentos. Os árabes sabem muito bem que se trata apenas de mais uma farsa do Hamas e particularmente do Irã.

O proeminente jornalista árabe Amjad Taha, especialista em assuntos internacionais e badalado comentarista na mídia e redes sociais do Golfo, caiu na gargalhada quando questionado em uma entrevista em uma TV se ele achava que o Hamas obteve uma “vitória” na guerra contra Israel.

“Na guerra na Faixa de Gaza, ninguém venceu”, salientou Taha. “As mulheres e crianças de ambos os lados perderam. Vitória significa o uso de mulheres e crianças como escudos humanos? A vitória significa a morte de 269 palestinos e 8.900 feridos na Faixa de Gaza?”

Taha destacou que uma parcela dos palestinos mortos na guerra de onze dias foram vítimas de foguetes do Hamas: “Dos 3.700 foguetes disparados pelo Hamas contra Israel, 400 caíram em áreas residenciais na Faixa de Gaza e mataram mulheres e crianças.”

“Que estranho. Vivemos em uma era em que derrota virou vitória. Bom apetite para Ismail Haniyeh (líder do Hamas radicado no Qatar) pelo carro Mercedes, relógio Rolex e o terno Armani. Bom apetite para o Hamas por traficar o sangue de palestinos inocentes. Para variar, Haniyeh ganhou, o povo perdeu.”

Ecoando a crença generalizada no mundo árabe de que o Irã estava usando seus proxies palestinos, Hamas e Jihad Islâmica Palestina, para extorquir concessões dos EUA e de outras potências mundiais nas negociações de Viena com o intuito de ressuscitar o acordo nuclear com o Irã de 2005, Taha adiantou:

“As milícias do Hamas na Faixa de Gaza pertencem ao Irã. O que essas milícias fizeram recentemente foi servir ao Corpo de Guardas Revolucionários do Irã. O Irã quer usar a questão palestina como carta na manga nas negociações de Viena. O Irã quer usar a questão palestina para forçar os EUA a suspenderem as sanções contra o Irã em troca do fim da escalada da violência que ameaça a segurança de Israel. O terrorista Ismail Haniyeh, radicado no Catar, ressaltou: ‘agradecemos ao Irã por nos dar dinheiro e armas.’ O dinheiro do Irã se destina a ajudar os mercenários a continuarem traficando com a questão palestina. O destino das armas do Irã é a destruição, não a construção”.

As negociações entre o Irã e as potências mundiais sobre o acordo nuclear de 2015 retomado na semana passada em Viena têm como objetivo trazer os EUA de volta ao acordo.

O jornalista e escritor dos Emirados, Mohamed Taqi, foi ainda mais enfático nas críticas à suposta vitória do Hamas e sua aliança com o Irã.

Que a maldição de Deus caia sobre todos aqueles que tiraram proveito da Mesquita de al-Aqsa, da questão palestina e do povo palestino em troca de glória pessoal e dinheiro“, salientou Taqi em um vídeo por ele postado no Twitter. “Que a maldição de Deus caia sobre os traidores que venderam a questão palestina para dá-la em uma bandeja de prata aos mulás do Irã.”

A exemplo de muitos árabes, Taqi teceu duras críticas aos líderes do Hamas por viverem à larga no Catar e na Turquia, enquanto sacrificam seu próprio povo na Faixa de Gaza para agradar o Irã.

“Haniyeh, a qual ‘resistência’ você está se referindo, quando você e seus filhos estão hospedados em hotéis no Catar e na Turquia?” perguntou Taqi, dirigindo-se ao líder do Hamas radicado no Catar que foi visto dirigindo uma nova Mercedes em Doha enquanto seguiam as hostilidades entre Israel e o Hamas.

“A qual ‘resistência’ você está se referindo quando você sacrifica seu povo enquanto você e seus filhos estão vivendo a vida que pediram a Deus? Depois você pede aos árabes, a quem você acusou de traição, para reconstruírem a Faixa de Gaza enquanto você apresenta sua ‘ vitória’ ao Irã? “

O escritor e analista político marroquino Saeed Al-Kahel acusou o Hamas de transformar a questão palestina em um “ativo comercial”.

O Hamas, escreveu Al-Kahel, “não quer o fim do conflito israelense-palestino porque quer colher frutos políticos e financeiros. O Hamas transformou a questão palestina em moeda de troca que gera fundos de várias fontes e garante prosperidade e riqueza aos seus líderes.”

Al-Kahel também é da opinião de que o Irã usa a cruzada do terrorismo dos aliados palestinos contra Israel para fazer com que os EUA suspendam as sanções contra o Irã. “O Hamas transformou a ‘resistência’ em trunfo nas mãos do Irã, que maneja seu conflito com o Ocidente no sentido de suspender as sanções contra seu programa nuclear”, escreveu Al-Kahel.

“De modo que, seja lá qual for o resultado do confronto armado com Israel, o Hamas não dirá que foi derrotado. Preferirá fazer parecer uma vitória, mesmo que a celebre entre ruínas e caixões. Quanto mais matança e destruição, mais aumentará a receita do Hamas ao mesmo tempo em que os palestinos continuarão sofrendo com o cerco e a miséria. O pior é que as organizações políticas islâmicas se orgulham da ilusória vitória do Hamas. Nenhuma dessas organizações se interessou em saber sobre a natureza dessa vitória e seus ganhos quanto aos benefícios aos palestinos e à sua causa: quanto território foi liberado, quantos prisioneiros foram libertados e quantos refugiados (palestinos) retornaram? Nada disso foi alcançado e jamais o será enquanto o Hamas controlar o processo de tomada de decisão dos palestinos. O sangue palestino ficou barato para o Hamas, bem como para o Movimento Islâmico (no Marrocos), cujos líderes, num piscar de olhos, parabenizaram a liderança do Hamas pela ‘clara vitória'”.

Continue lendo: https://pt.gatestoneinstitute.org/17460/hamas-gaza-cemiterio


Notas:

Khaled Abu Toameh é um jornalista premiado radicado em Jerusalém.

Matéria publicada dia 12 de Junho de 2021:

https://pt.gatestoneinstitute.org/17460/hamas-gaza-cemiterio

Original em inglês: Arabs: Hamas and Iran Turned Gaza into Cemetery for Children

Tradução: Joseph Skilnik

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