53ª Convenção da CONIB reuniu autoridades, rabinos e líderes comunitários

Com o tema “Uma Comunidade, Muitas Perspectivas”, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) realizou nos dias 5,6 e 7 a sua 53ª Convenção Anual reunindo, no clube A Hebraica de São Paulo, autoridades, rabinos, líderes comunitários e representantes das 16 federações judaicas do País para discutir temas como Antissemitismo, Discurso de Ódio, Saúde e Prevenção e Empoderamento e Liderança Feminina.

O evento começou com um coquetel para convidados que contou com a presença de 180 pessoas na Hebraica. O diretor geral da CONIB, Sergio Napchan, conduziu o evento. O presidente da instituição, Claudio Lottenberg, falou sobre os grandes desafios da comunidade e da sociedade maior neste ano de 2022, com episódios de antissemitismo e discurso de ódio e com extrema polarização por conta da eleição e reafirmou a defesa da pluralidade. Lottenberg destacou o importante papel do Departamento Jurídico da CONIB por sua atuação diante dos episódios de antissemitismo e discurso de ódio. Agradeceu também a colaboração de outros protagonistas na luta contra o antissemitismo, como Fernando Lottenberg, presidente do Conselho Consultivo da CONIB e comissário da OEA para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo.

A ex-secretária de Desenvolvimento Social de São Paulo, Celia Parnes, conduziu as homenagens a Elie Horn, ex-presidente do grupo Cyrela, e Claudio Lottenberg destacou o importante papel do filantropo por seu compromisso com “nossos valores de Tsedacá (justiça social)”. Em vídeo, o filho de Elie Horn, Efraim, agradeceu a homenagem, destacando a sua esperança de que as ações de seu pai possam estimular as próximas gerações a desenvolver iniciativas semelhantes “para tornar o mundo um lugar melhor de se viver”.

Chella Safra homenageou o presidente do Congresso Judaico Mundial (CJM), Jack Terpins, e Fernando Lottenberg destacou a atuação da ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, presente no evento, por sua luta contra o antissemitismo e em defesa dos direitos humanos.

Também falaram ao público o embaixador israelense, Daniel Zohar Zonshine, que abordou os recentes episódios de antissemitismo no País e disse ter esperança de que o novo governo eleito possa manter os laços de amizade e de boas relações com Israel.

A grande atração internacional da noite foi o CEO do Congresso Judaico Mundial (CJM), Maram Stern, que abordou os Acordos de Abraão, entre Israel e países árabes, e disse ter esperanças de que o próximo país a aderir ao pacto seja a Arábia Saudita. Lembrou também da luta de Isac Rabin, conhecido como mártir pela paz e que foi assassinado em 4 de novembro de 1995. Stern também citou a guerra na Ucrânia e a difícil posição de Israel nesse conflito, por ter boas relações com a Rússia e com o líder ucraniano.

Mas foi o advogado e ex-presidente da Federação Israelita do Estado de S.Paulo (Fisesp), Luiz Kignel, que prestou a homenagem que emocionou o público presente. Vera Bobrow foi homenageada por seu trabalho como ativista e na área educacional. Ex-presidente da Federação Israelita do Estado de S.Paulo (Fisesp) em duas gestões (1995-1997 e 1997-1998) e responsável por programas de referência na área educacional e de apoio à mulher, Vera Bobrow foi surpreendida com imagens de sua família no telão e, chamada ao palco do evento, sob forte emoção, quase não conseguiu falar. Acolheu o filho num abraço que emocionou o público e agradeceu pela homenagem.

Painel Antissemitismo e Discurso de Ódio entusiasma o público

O painel Antissemitismo e Discurso de Ódio, aberto ao público, lotou o Teatro Anne Frank da Hebraica de São Paulo. Os apresentadores Tiago Leifert e Benjamin Back, como moderador, a jornalista Patrícia Campos Mello e o secretário da CONIB, Rony Vainzof, entusiasmaram o público com um debate dinâmico e enriquecedor.

Tiago Leifert começou falando sobre o ódio “normal” no futebol e sua atuação como apresentador do BBB, em 2020 e 2021, em que foi acusado de ter sido racista por ter falado sobre ‘matemática financeira’.

Patricia Campos Mello falou sobre as ofensas que sofreu em postagens nas redes sociais e o uso da internet como meio para tentar manipular as pessoas.

Rony Vainzof falou sobre a responsabilidade dos algoritmos na disseminação de ideias.

Benjamin Back, que também sofreu ofensas antissemitas nas redes sociais, questionou sobre como fazer valer o bom senso na disseminação das fake news. Patricia respondeu citando a importância de campanhas como a da ADL (Liga Antidifamação) e Tiago criticou Marc Zuckeberg, fundador do Facebook, por não suspender as mensagens de ódio.

Rony pontuou que “não se deve tolerar o intolerável” e destacou o trabalho preventivo do departamento jurídico da CONIB. Rony citou ainda o recente evento, em Lisboa, do qual participou a esposa do presidente da Ucrânia, Olena Zelenska, em que ela alertou para o uso da internet para o mal. “Não podemos ignorar iniciativas que levem à discriminação e promovam a disseminação do ódio”, disse Rony Vainzof.

Benjamin Back disse que a educação também é um caminho e Rony Vainzof citou a frase: “Quem questiona o custo da educação não calcula o custo da ignorância”.

Painéis sobre Saúde e Prevenção e Comunicação reúnem presidentes do Einstein e do Museu Judaico, ativistas e jornalista

No painel aberto ao público “Saúde Integral, Envelhecimento e Prevenção – Parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein”, reuniu o presidente do hospital, dr. Sidney Klajner, e Nívia R. Pires, gerente do Residencial Israelita Albert Einstein.

Klajner destacou a necessidade de se promover vidas saudáveis, através da prevenção, e Nívia citou os programas de medicina preventiva que o Residencial mantém e as inovações criadas com a chegada da pandemia de Covid. Ela afirmou que graças às medidas preventivas adotadas com rapidez pelo Residencial foi possível evitar muitas mortes.

O terceiro e último painel realizado no domingo (6) – evento também aberto ao público – “Talks sobre Comunicação e Engajamento da Comunidade”, foi dividido em três blocos. O primeiro – “Empoderamento e Liderança Feminina” – teve como convidadas a ativista Vera Bobrow e a vice-presidente da FISESP, Miriam Vasserman. O segundo “Comunidade Judaica Brasileira: Preservação da Cultura e Liderança” contou com o presidente do Museu Judaico, Dr. Sergio Simon, que falou sobre os eventos e exposições da instituição. E o terceiro bloco “Mídias Sociais como Ferramenta de Engajamento da Comunidade Judaica” trouxe a jornalista Madeleine Lacsko, que falou sobre “como as redes sociais nos afetam”.

Federadas têm protagonismo em evento fechado

O último evento da Convenção, na segunda (7), também fechado ao público e dedicado às federadas, reuniu o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, a empresária Natalie Klein, o diretor do BNDES, Bruno Laskowsky, e o consultor de estratégia Cassio Grinberg, em conversa com representantes das 16 federações judaicas do País em torno de questões como comunicação estratégica e o papel missional da CONIB. Lottenberg destacou que as federações precisam estar alinhadas com as iniciativas da CONIB para fortalecer o papel da comunidade judaica em nível nacional.

Crédito Fotográfico – Eliana Assumpção

 

Patricia Campos Mello, Tiago Leifert e Benjamin Back com equipe da Conib

 Representantes das Federadas

Maram Stern, CEO do Congresso Judaico Mundial (CJM)

Octavio Aronis, Heni Ozi Cukier e Marcos Knobel

Rabino Adrian Gottfrid, Belinda Goldberg e Jacques Cohen

Berta Douek, Ida Sztamfater, Celia Parnes e Denise Antão

Claudio Lottenberg recebe a Ministra Theresa de Assis Moura e Tobias Szylit

Sidney Klajner e Claudio Lottenberg com a diretoria da Conib

Belinda Goldberg é ladeada por Glorinha e Jacques Cohen

Bruno Szlak, Adriana e Victor Bialski

Débora Ghivelder e Daniel Annenberg

Bruno Laskovsky, Cássio Grinberg, Natalie Klein e Claudio Lottenberg

Diretoria da Conib